Bolsa sobe 3,5% e dólar despenca com queda de popularidade da Dilma; Petrobras sobe 8%

Pesquisa CNI/Ibope muda o andamento do mercado na sessão ao mostrar queda de aprovação da presidente de 43% para 36%; estatais voltaram a disparar na Bolsa e apenas 2 ações do índice caíram

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Depois de encerrar uma sequência de 7 altas na véspera e sinalizar quedas para os pregões seguintes, o Ibovespa driblou todas as expectativas nesta quinta-feira (27), ao terminar o dia com alta de 3,50%, a 49.646 pontos – sua maior alta desde 2 de setembro e maior fechamento desde 16 de janeiro deste ano. Contribuíram para o dia de otimismo na bolsa brasileira os dados da pesquisa de avaliação de popularidade da presidente Dilma Rousseff, que apresentaram forte recuo e novamente impulsionaram as ações das estatais. O giro financeiros negociado na Bovespa foi de R$ 10,39 bilhões, quase o dobro da média dos últimos 21 pregões.

O dia tinha tudo para ser de calmaria e mais embolso de lucros por parte dos investidores, dando sequência ao movimento da última quarta-feira (26). No entanto, a pesquisa CNI/Ibope mudou todo o andamento do mercado na sessão. Os dados divulgados nesta manhã mostraram que a avaliação positiva do eleitor sobre a gestão de Dilma caiu de 43% para 36%, o que gerou uma onda de otimismo generalizada na bolsa e fez as ações de Petrobras (PETR3, R$ 14,82, +7,55%PETR4, R$ 15,57, +8,13%), Eletrobras (ELET3, R$ 6,36, +9,84%ELET6, R$ 10,60, +3,52%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 22,51, +6,63%) dispararem.

Como o mercado não gosta das seguidas intervenções do atual governo nas estatais, os investidores mostram menor aversão ao risco quando se sinaliza o enfraquecimento da presidente petista para a reeleição. Em meados do mês, rumores de pesquisa que indicaram que Aécio Neves e Eduardo Campos se aproximariam de Dilma na preferência dos eleitores movimentaram as ações, mas não se concretizaram, com Dilma permanecendo com a mesma distância em relação aos outros dois candidatos.

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Wall Street cai; dólar renova mínima do ano
O movimento do Ibovespa descolou do caminhar dos principais índices acionários mundiais, que tiveram dia de queda. Nos Estados Unidos, os três grandes índices terminaram um pregão entre a estabilidade e quedas de 0,5%. Na maior economia do mundo, destaque para a divulgação da terceira prévia do PIB (Produto Interno Bruto), que ficou em linha com o esperado pelo mercado, ao marcar alta de 2,6%, ante segunda prévia apontando para crescimento de 2,4%.

Acompanhando o dia positivo na Bovespa, o dólar renovou mínima ao registrar forte queda de 1,75% ante o real, cotado a R$ 2,2680 na venda, em seu menor patamar desde 4 de novembro, quando atingiu R$ 2,2437.

Oi tem dia volátil e não acompanha Ibovespa
Driblando as altas, apenas Dasa (DASA3, R$ 15,04, -0,07%) e Oi (OIBR4, R$ 3,18, -0,31%) viram seus papéis terminarem o dia no campo negativo. Do lado da companhia de telefonia, vale destacar que, na véspera, os papéis já tinham recuado forte antes da AGE (Assembleia Geral Extraordinária) para votar a fusão da companhia com a Portugal Telecom. Pressionavam os ativos durante a manhã, a notícia do dia anterior de que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) aprovou que os acionistas controladores votassem na tal assembleia.

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Porém, durante esta tarde, as ações viraram para alta – chegando a bater na máxima de 6,58% no intraday -, após a notícia de que a Tempo Capital, acionista minoritária com 7 milhões de ações da companhia, apresentou um protesto à mesa da assembleia geral extraordinária da Oi. A gestora se posicionou contra os quatro itens votados e aprovados por maioria na reunião.

A perda de força e a virada nos instantes finais do pregão foram puxadas com a notícia de que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) aprovou, sem restrições, a fusão da companhia com a Portugal Telecom, formando a CorpCo. Se alguma esperança surgiu durante a tarde com o protesto, elas praticamente acabaram com a confirmação por parte da Anatel.

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 ELET3 ELETROBRAS ON 6,36 +9,84 +8,35 43,27M
 LLXL3 LLX LOG ON 1,01 +9,78 -6,48 10,21M
 PETR4 PETROBRAS PN 15,57 +8,13 -8,84 1,18B
 RSID3 ROSSI RESID ON 1,65 +7,84 -19,12 18,78M
 PETR3 PETROBRAS ON 14,82 +7,55 -7,32 425,33M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 OIBR4 OI PN 3,18 -0,31 -11,42 105,22M
 DASA3 DASA ON 15,04 -0,07 +3,30 2,53M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram :

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN 15,57 +8,13 1,18B 485,21M 85.807 
 BBDC4 BRADESCO PN 30,63 +3,80 652,06M 228,76M 38.602 
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN 33,44 +2,17 640,78M 292,33M 36.668 
 VALE5 VALE PNA 27,85 +1,27 489,23M 442,47M 31.926 
 PETR3 PETROBRAS ON 14,82 +7,55 425,33M 168,00M 52.067 
 BBAS3 BRASIL ON 22,51 +6,63 356,73M 168,34M 31.391 
 BBSE3 BBSEGURIDADE ON 24,15 +1,94 244,63M 127,80M 29.734 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 17,05 +2,40 218,57M 151,54M 29.841 
 VALE3 VALE ON 31,11 +2,10 214,73M 159,98M 21.554 
 CMIG4 CEMIG PN 15,29 +7,30 202,58M 78,48M 25.522 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) 

Outros destaques
No exterior, os investidores também seguiam cautelosos novamente em relação às tensões envolvendo Rússia e Ucrânia. Em reunião na última quarta-feira, líderes da UE e o presidente dos EUA, Barack Obama, disseram que estão irão impor mais sanções à Rússia, caso o país volte a agir contra a Ucrânia.

Chamou a atenção ainda a fala do presidente da distrital de St. Louis do Federal Reserve, James Bullard, que alertou que bolhas de ativos podem se formar na economia dos EUA mesmo que o Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) retire as políticas acomodatícias.

No radar econômico, porém, mais uma boa notícia: o número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego caiu inesperadamente na semana passada e atingiu o menor nível em quase quatro meses, sugerindo que o mercado de trabalho está se fortalecendo. Os pedidos iniciais recuaram em 10 mil, para 311 mil em dados ajustados sazonalmente, menor nível desde novembro, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira.

Já no noticiário macroeconômico brasileiro, destaque para o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15) de março, que registrou alta de 0,73% e manteve as preocupações acerca da inflação. Além disso, destaque para o relatório trimestral de inflação revelado pelo Banco Central. O BC projetou crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) deste ano a 2%, desacelerando sobre o resultado de 2013, quando a expansão ficou em 2,3%, ao mesmo tempo em que vê a inflação acima de 6% em 2014.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.