Ibovespa chega a subir 3% com nova pesquisa sobre Dilma e supera os 49 mil pontos

Noticiário é bastante movimentado, mas grande destaque fica para nova pesquisa sobre avaliação de Dilma, que fez Ibovespa supera 49 mil pontos; estatais lideram ganhos

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O que tinha tudo para ser um dia morno para o Ibovespa, acabou se tornando uma sessão bastante movimentada para o índice, logo após a divulgação da pesquisa de avaliação de popularidade da presidente Dilma Rousseff. Às 12h54 (horário de Brasília), o índice seguia com ganhos de 2,50%, a 49.162 pontos, após subir 3,15% na máxima do intraday.

O índice futuro apontava, até às 10h da manhã, uma sessão perto da estabilidade, com o mercado repercutindo os dados sobre a economia dos EUA em linha com o esperado, o alerta do Fed sobre bolha de ativos e o relatório trimestral de inflação do Banco Central. 

Porém, a avaliação do governo Dilma, divulgada por volta das 10h, mudou a tendência do índice. A avaliação positiva do governo da presidente Dilma Rousseff caiu de 43% para 36% segundo pesquisa Ibope encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). Com isso, as ações de empresas estatais registravam as maiores altas, com Eletrobras (ELET3, R$ 6,23, +7,60%; ELET6, R$ 10,62, +3,71%), Petrobras (PETR3, R$ 14,55, +5,59%; PETR4, R$ 15,19, +5,49%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 22,41, +6,16%). 

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Como o mercado não gosta das seguidas intervenções do governo Dilma nas estatais federais, os investidores mostram menor aversão ao risco quando se sinaliza o enfraquecimento da presidente petista para a reeleição. Em meados do mês, rumores de pesquisa que indicaram que Aécio Neves e Eduardo Campos se aproximariam de Dilma na preferência dos eleitores movimentaram as ações, mas não se concretizaram, com Dilma permanecendo com a mesma distância em relação aos outros dois candidatos.

E não são somente as estatais que têm um desempenho positivo: siderúrgicas, elétricas e imobiliárias também tem ganhos e poucas ações têm baixa. As ações da Suzano (SUZB5) caem pelo quinto pregão consecutivo, acumulando no período queda de 10,9%. Somente neste pregão, os papéis registravam queda de 1,46%, a R$ 8,10. Pelo seu perfil exportador, a empresa é penalizada hoje por conta da queda do dólar frente ao real. Neste momento, registrava desvalorização de 1,43%.

O grande destaque de queda fica para os ativos da Oi (OIBR4) que, contudo, ameniza as perdas do início da sessão e registra baixa de 1,57%, a R$ 3,14. Esta quinta-feira foi marcada pela assembleia que discutiria pontos sobre a fusão da empresa com a Portugal Telecom. Embora a ata da reunião não tenha saído na CVM, informações da Agência Estado Broadcast e da Reuters apontam que todos os itens da pauta foram aprovados pelos acionistas, incluindo o polêmico laudo de avaliação dos bens da PT, que entrarão no aumento de capital que a Oi fará.

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Desde ontem a companhia de telecomunicações vem sofrendo na Bolsa com a decisão da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) de que os controladores da Oi poderiam votar nesta assembleia. Em relatório, a XP Investimentos apontou que, com o controlador votando, aumenta-se a chance da operação sair, lembrando que a empresa precisa do aumento de capital, devido ao elevado endividamento. Por outro lado, a Empiricus Research lamentou a decisão e disse que esse foi “um dia triste para o mercado de capitais e a governança corporativa brasileira”.

Índice indicava cautela antes de pesquisa
Em meio a esses fatores, o índice contraria o cenário de cautela que estava sendo desenhado poucos minutos antes da abertura. Após a divulgação da terceira prévia do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA do quarto trimestre, que ficou em linha com o esperado pelo mercado, o índice apontava para uma sessão próxima à estabilidade. O crescimento na maior economia do mundo de 2,6%, ante segunda prévia apontando para crescimento de 2,4%. O contrato futuro com vencimento em abril registra queda de 0,20%, a 48.205 pontos, conforme cotação das 09h38. 

Os investidores também seguiam cautelosos novamente em relação as tensões envolvendo Rússia e Ucrânia. Em reunião na última quarta-feira, líderes da UE e o presidente dos EUA, Barack Obama, disseram que estão irão impor mais sanções à Rússia, caso o país volte a agir contra a Ucrânia.

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Chama a atenção ainda a fala do presidente da distrital de St. Louis do Federal Reserve, James Bullard, que alertou que bolhas de ativos podem se formar na economia dos EUA mesmo que o Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) retire as políticas acomodatícias. 

No radar econômico, porém, mais uma boa notícia: o número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego caiu inesperadamente na semana passada e atingiu o menor nível em quase quatro meses, sugerindo que o mercado de trabalho está se fortalecendo. Os pedidos iniciais recuaram em 10 mil, para 311 mil em dados ajustados sazonalmente, menor nível desde novembro, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira.

No noticiário econômico nacional, destaque para o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15) de março, que registrou alta de 0,73% e manteve as preocupações acerca da inflação. Além disso, destaque para o relatório trimestral de inflação revelado pelo Banco Central. O BC projetou crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) deste ano a 2%, desacelerando sobre o resultado de 2013, quando a expansão ficou em 2,3%, ao mesmo tempo em que vê a inflação acima de 6% em 2014. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.