Elétricas sobem forte e CSN avança 5% em dia com apenas 7 quedas no Ibovespa

Petrobras e Vale ajudam a impulsionar o índice com altas de mais de 2,5%; Brookfield vira para queda com notícia de investigação da polícia canadense

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Dando uma folga ao pessimismo que se instalou no mercado nos últimos dias, o Ibovespa registrou forte alta nesta quinta-feira (6), puxado principalmente pelas ações “pesos-pesados” da Vale (VALE3, +2,27%, R$ 34,26; VALE5, +2,87%, R$ 30,80), Petrobras (PETR3, +2,62%, R$ 13,30; PETR4, +2,75%, R$ 14,21). Foram 13 ações das 72 do índice encerrando o pregão com alta superior a 4%, enquanto apenas 7 papéis registraram desvalorização.

No caso da Vale, as ações foram “salvas” por um relatório do Morgan Stanley, que elevou a recomendação da mineradora para compra. Acompanhou a alta as ações da Bradespar (BRAP4, +3,34%, R$ 22,60), holding que detém ações da Vale. Por outro lado, a Petrobras busca recuperação depois de ter um dia de forte queda e atingir o seu menor valor desde 2005. As perdas da véspera foram provocadas principalmente pela decisão da estatal em adiar a divulgação do resultado do dia 14 para 25 de fevereiro, o que abriu espaço para especulações de que o balanço poderia vir pior que o esperado – fato rebatido pelo ministro da Fazenda e integrante do conselho da empresa, Guido Mantega.

Entre as empresas que não conseguiram aproveitar o dia de recuperação do índice, destaque para as ações da ALL (ALLL3, R$ 6,10, -1,61%), que mesmo com uma queda leve, tem, até o momento, o pior desempenho dentre as ações do Ibovespa na semana. Completam ainda a ponta negativa os papéis da Cosan (CSAN3, -1,41%, R$ 34,92), Telefônica Brasil (VIVT4, R$ 44,36, -1,42%), Qualicorp (QUAL3, R$ 20,54, -1,06%), BR Malls (BRML3, R$ 15,55, -1,46%) e Hering (HGTX3, R$ 25,63, -0,50%).

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Virando nos últimos minutos de pregão, atenção também para os papéis da Brookfield (BISA3), que recuou 1,57%, a R$ 1,25. Segundo O Estado de S. Paulo, uma equipe de investigadores da Real Polícia Montada do Canadá está em São Paulo para investigar as supostas atividades criminosas da incorporadora, que tem uma de suas sedes naquele país. A empresa é citada nos dois principais escândalos recentes da cidade: a máfia do ISS (Imposto sobre Serviços) e o chamado “caso Aref”, sobre pagamento de propinas para a liberação de imóveis.

Elétricas tentam recuperar perdas dos últimos dias
Aproveitando o dia de bom humor do mercado, as companhias elétricas subiram forte nesta sessão. Nos últimos dias o setor sofreu bastante, principalmente após o apagão o corrido na terça-feira (4) e que afetou 11 estados do País. Com o desempenho negativo, diversas empresas chegaram a bater seu menor patamar em mais de 4 meses na véspera.

Além do apagão, o risco de um racionamento e a disparada do preço de energia, contribuíram para a debandada dos investimentos nesses dias. Nesta sessão, destaque para as ações da Cesp (CESP6, +4,07%, R$ 23,00), Light (LIGT3, +4,37%, R$ 18,41), Tractebel (TBLE3, +2,95%, R$ 34,23), CPFL Energia (CPFE3, +2,26%, R$ 17,62), Energias do Brasil (ENBR3, +1,90%, R$ 9,65), Copel (CPLE6, +1,78%, R$ 26,91), Cemig (CMIG4, +3,01%, R$ 13,34) e Eletropaulo (ELPL4, +1,27%, R$ 8,78), todas com valorização de mais de 2%.

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Outros destaques:

CSN
Com a liderança do Ibovespa, chamaram atenção as ações da CSN (CSNA3), com valorização de 5,70%, cotadas a R$ 11,50. O desempenho deste pregão aliviou um pouco o cenário da companhia, que vem registrando fortes quedas recentemente. Em 2014, a ação da CSN registra o pior desempenho do principal índice de ações da bolsa, com recuo de 20,17%. Nas últimas sete sessões, este é apenas o segundo dia de alta dos papéis.

Sabesp
Entre as maiores altas do benchmark, as ações da Sabesp (SBSP3) subiram 5,37%, encerrando a R$ 21,96. Em relatório divulgado hoje, a Fitch disse que a geração de caixa da companhia de saneamento deverá ser marginalmente impactada pelo programa de incentivo à redução de consumo de água proposto pela empresa em 3 de fevereiro a consumidores atendidos pelo sistema Cantareira, o mais importante da companhia. Em meio ao pessimismo gerado por conta do baixo nível reservatórios, que sofrem com a falta de chuva e elevado consumo, as ações da Sabesp acumulam desde 22 de janeiro queda de quase 15%.

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QGEP
Fora do Ibovespa, mais uma vez chamaram atenção as ações da Queiroz Galvão (QGEP3), que abriram o pregão no positivo animadas pela notícia de conclusão do teste em poço no campo de Atlanta, que compartilha com a OGX Petróleo (OGXP3, 3,33%, R$ 0,31), mas perderam força ainda pela manhã e fecharam com queda de 2,95%, cotadas a R$ 8,56. Em relatórios, o Credit Suisse e BTG Pactual apontaram que o anúncio era positivo para a QGEP, ressaltando que o teste indicou que o poço conseguiu chegar a uma produção de 5 mil barris de petróleo por dia, suportando, quando os poços estiverem em condições normais produção, produtividade próxima ao topo estimado pela empresa de 6 mil a 12 mil barris de petróleo por dia.

Imobiliárias
Um dos setores mais sensíveis à fortes variações do Ibovespa, as imobiliárias também subiram forte nesta sessão. Destaque para os papéis da Gafisa (GFSA3, R$ 3,01, +5,24%) e da Even (EVEN3, R$ 7,41, +5,26%). Vale também ressaltar o desempenho da MRV Engenharia (MRVE3), que após liderar o índice na véspera com alta de 3,88%, subiu mais 3,73% neste pregão, atingindo R$ 8,62. Nas últimas semanas, o setor sofreu bastante com o mau humor do mercado e com as perspectivas de altas nos juros após países como Turquia e Índia aumentarem suas taxas buscando atrair o investidor estrangeiro.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.