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SÃO PAULO – O Ibovespa conheceu sua terceira queda consecutiva nesta segunda-feira (20), ao fechar com perdas de 0,96%, a 48.708 pontos – seu menor patamar desde 7 de agosto, quando encerrou o pregão em 47.446 pontos. Em dia sem bolsas nos EUA, por conta de feriado local em memória a Martin Luther King, o índice operou com volatilidade até o horário limite para o exercício de opções sobre ações, às 13h.
A partir daí, ele confirmou o movimento de queda, pressionado pelas suas principais blue chips. Ainda no noticiário econômica, tiveram repercussão a desaceleração do PIB (Produto Interno Bruto) chinês e a projeção de Selic ainda maior em 2014 no boletim Focus do Banco Central. O volume financeiro negociado na Bovespa foi de R$ 5,57 bilhões.
Para Flávio Conde, analista da Gradual Investimentos, ainda ressalta a “culpa” ao PIB chinês para mais um pregão ruim na bolsa brasileira, alegando certo “exagero” que haja pessimismo com um crescimento de 7,7% da segunda maior economia do mundo. “Existe um consenso de que as ações estão em um preço atrativo, mas tem muita gente apostando contra”, em meio a dados negativos da economia nacional, além da possibilidade de um eventual corte do rating soberano do País e a iminente fuga de investimentos estrangeiros, explica o analista da Gradual.
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Duas das ações que mais respondem a esse cenário da Bovespa são as blue chips Petrobras (PETR3, R$ 14,30, -2,12%; PETR4, R$ 15,18, -2,13%) e Vale (VALE3, R$ 31,79, -2,15%; VALE5, R$ 29,17, -2,83%), as duas também com maior participação na composição da carteira teórica do Ibovespa – juntas, as empresas somam peso superior a 20%. A mineradora viu seus papéis figurarem como segunda e terceira maiores quedas do dia, não muito distantes das ações da estatal. Com isso, elas também bateram seus menores patamares desde pelo menos agosto.
Também chamou atenção nesta sessão a nova alta dos contratos de DI, mostrando a aposta do mercado em novas elevações na Selic, a taxa básica de juros brasileira, principal ferramenta usada pelo governo no combate à alta da inflação – os contratos com vencimento em janeiro de 2015 bateram os 11% nesta sessão, subindo mais de 1%. A expectativa de uma taxa de juros maior colaborou ainda para um movimento de queda do dólar, que fechou a R$ 2,3383 na venda – variação negativa de 0,34%.
Destaques macroeconômicos do dia
Do lado macroeconômico do dia, chamaram atenção as projeções para a economia brasileira, com a divulgação do tradicional relatório Focus, que apontou para a leve expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014, que passou de 1,99% para 2%. Com relação à Selic, após a decisão da semana passada do Copom (Comitê de Política Monetária) de elevá-la em 0,5 ponto percentual, para 10,5%, os economistas elevaram a projeção para a taxa básica de juro ao final do ano de 10,5% para 10,75%. Já para 2015, a expectativa é de que ela feche o ano em 11,5%, mesmo patamar projetado na semana anterior.
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Em relação à inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 2014, os economistas elevaram levemente a expectativa para 2014 em 0,01 ponto percentual, para 6,01% ante 6%. Em 2015, a expectativa para a inflação subiu em 0,1 ponto percentual, passando de 5,50% para 5,60%.
Destaques do pregão
Nesta sessão, acompanhando as ações da Vale, que repercutiram a decepção do mercado com relação ao PIB chinês, apareceram os papéis das siderúrgicas, puxadas sobretudo por Usiminas (USIM5, R$ 13,63, -2,22%) e Gerdau (GGBR3, R$ 17,09, -1,16%), com perdas superiores a 1%. As maiores perdas do dia, no entanto, foram vistas nas ações da Energias do Brasil (ENBR3, R$ 9,95, -3,96%).
Já na ponta de cima, destaque para as ações das Lojas Renner (LREN3, R$ 57,31, +1,31%) e Marfrig (MRFG3, R$ 4,67, +1,30%), com a segunda dando continuidade à sequência de altas que tem mostrado desde o acordo de conversão de debêntures assinado com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social).
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Ainda entre os destaques cenário corporativo, ficou a Gafisa (GFSA3, R$ 3,51, +0,86%), liderando os ganhos do índice durante boa parte do dia, impulsionado pelos dados da prévia operacional do quarto trimestre de 2013. A companhia divulgou lançamentos da ordem de R$ 1,6 bilhão no quarto trimestre, alta anual de 8,7%, e encerrou o ano com um total lançado de R$ 2,9 bilhões.
As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
ENBR3 | ENERGIAS BR ON | 9,95 | -3,96 | -12,33 | 13,19M |
VALE5 | VALE PNA | 29,17 | -2,83 | -10,88 | 333,84M |
USIM5 | USIMINAS PNA | 13,63 | -2,22 | -4,08 | 57,91M |
VALE3 | VALE ON | 31,79 | -2,15 | -10,98 | 52,94M |
CPFE3 | CPFL ENERGIA ON | 18,30 | -2,14 | -4,14 | 3,51M |
As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:
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Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
LREN3 | LOJAS RENNER ON | 57,31 | +1,31 | -6,05 | 48,38M |
MRFG3 | MARFRIG ON | 4,67 | +1,30 | +16,75 | 7,31M |
NATU3 | NATURA ON | 37,79 | +1,04 | -8,65 | 20,84M |
UGPA3 | ULTRAPAR ON | 53,53 | +1,00 | -4,33 | 19,65M |
BISA3 | BROOKFIELD ON | 1,04 | +0,97 | -9,57 | 3,03M |
As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram :
Código | Ativo | Cot R$ | Var % | Vol1 | Vol 30d1 | Neg |
---|---|---|---|---|---|---|
VALE5 | VALE PNA | 29,17 | -2,83 | 333,84M | 425,92M | 17.308 |
PETR4 | PETROBRAS PN | 15,18 | -2,13 | 269,56M | 328,21M | 18.396 |
ITUB4 | ITAUUNIBANCO PN | 29,76 | -0,80 | 129,15M | 346,58M | 10.266 |
ITSA4 | ITAUSA PN | 8,43 | -0,47 | 81,14M | 98,15M | 10.317 |
BBSE3 | BBSEGURIDADE ON | 23,89 | -0,33 | 80,48M | 115,70M | 6.103 |
BBDC4 | BRADESCO PN | 27,00 | -0,59 | 74,55M | 177,45M | 5.102 |
CCRO3 | CCR SA ON | 16,60 | +0,61 | 71,27M | 59,52M | 6.571 |
PETR3 | PETROBRAS ON | 14,30 | -2,12 | 67,29M | 133,78M | 4.597 |
BBAS3 | BRASIL ON | 22,30 | -0,45 | 63,52M | 145,48M | 4.972 |
USIM5 | USIMINAS PNA | 13,63 | -2,22 | 57,91M | 84,78M | 5.061 |
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
Europa e Ásia
As bolsas chinesas abriram a semana com queda, absorvendo os dados divulgados nessa segunda-feira. O índice Shangai Composto fechou o primeiro pregão da semana registrando queda de 0,68% e o Hang Sheng com perdas de 0,88%.
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Ainda na China, apesar da forte queda dos índices chineses, ações do setor imobiliário tiveram alta após dados divulgados mostrarem que as vendas totais de propriedade subiram 26,3%, para 8,1 milhões de yuans em 2013. Enquanto isso, no Japão, o Nikkei, principal índice do país, fechou o dia em queda de 0,59% à 15.641,68 pontos, pressionado por mais uma desvalorização do dólar frente ao iene.
Na Europa, o dia também foi de perdas nas principais bolsas, que repercutiram os dados divulgados pela China, mostrando que o crescimento do gigante asiático continua registrando desaceleração.
Outro dado que chamou atenção do mercado foi o prejuízo do Deutsche Bank divulgado nessa segunda-feira. O banco alemão reportou perdas de US$ 1,56 bilhões no quarto trimestre de 2013.