As ações que mais subiram com a alta do Ibovespa; 4 papéis respondem a resultados

Ambev estreia com ações ordinárias e registra leve alta, enquanto Brookfield tem novo dia de queda em meio à notícias sobre propina

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Depois de quatro quedas consecutivas, o Ibovespa conseguiu ficar no positivo nesta segunda-feira (11), encerrando a sessão com alta de 0,72%, aos 52.623 pontos. Entre os destaques, seguem os reflexos em relação aos resultados do terceiro trimestre. Do lado negativo, apenas duas ações recuaram mais de 2% neste pregão, com destaque para a MMX Mineração (MMXM3, R$ 0,64, -7,25%), liderando as perdas do Ibovespa.

Por outro lado, na ponta positiva o destaque ficou com a BR Properties (BRPR3), que liderou o índice ao avançar 5,31%, para R$ 17,85, após a empresa ter aprovado um programa de recompra de ações. O conselho de administração da BR Properties aprovou o programa de recompra de até 17 milhões de ações ordinárias em circulação na BM&FBovespa, até o montante de R$ 313 milhões. A aquisição será feita pelo preço de mercado, com prazo até 8 de maio de 2014.

Também chamou atenção as ações da Petrobras (PETR3, R$ 19,30, +2,93%; PETR4, R$ 20,09, +2,29%), que ficaram entre os maiores ganhos, ajudando o índice a ficar no positivo. No último final de semana, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou que a petrolífera não foi usada politicamente e que o reajuste de combustíveis continuará a ocorrer todo ano, a se observar o cenário de inflação, mas com a decisão sendo autônoma.

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MRV sobe 3,6% antes de resultados
Ainda na ponta positiva, figuraram também os papéis da MRV Engenharia (MRVE3), que apresentaram alta de 3,60%, a R$ 8,91, ajudando a impedir que o índice voltasse a recuar. Na máxima do dia, os ativos atingiram valorização de 5,81%, a R$ 9,10.

A empresa divulga nesta segunda seus resultados do 3º trimestre após após o fechamento do pregão e a valorização do ativo pode ser reflexo da expectativa positiva dos investidores aos números que devem ser apresentados. Vale lembrar que a construtora surpreendeu o mercado em 18 de outubro ao divulgar recorde de vendas em seus dados prévios do 3º trimestre.

TIM sobe em meio a declarações sobre futuro da empresa
Também entre as maiores altas, destaque para os papéis da TIM (TIMP3), que subiram 3,86%, para R$ 11,04. A companhia foi uma das que mais sofreu na última semana com o pessimismo do mercado, acumulando perdas de 7,97% entre os dias 4 e 8 de novembro.

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Na última sexta-feira, o presidente-executivo da Telecom Italia – controladora da TIM -, Marco Patuano, disse a companhia é fundamental e que ele consideraria a venda do ativo apenas por um preço “convincente”. “O Brasil é um ativo fundamental, mas mesmo ativos fundamentais têm seu preço”, disse Patuano.

Uma fonte próxima ao tema disse recentemente à Reuters que a Telecom Italia pretendia levantar ao menos € 9 bilhões com a venda de sua fatia de 67% na TIM Participações.

Ação da “nova Ambev” estreia na bolsa em leve alta
As novas ações da Ambev (ABEV3), após a reestruturação societária, estrearam nesta segunda-feira em leve alta de 0,23%, a R$ 17,40, após chegarem a recuar 1,96%, a R$ 17,02, na mínima do dia.

A partir desta segunda, a companhia deixa de se chamar Companhia de Bebidas das Américas. Com a mudança, cada ação de emissão da Ambev, seja ela ordinária ou preferencial, ou ADR representativo de ação, ordinária ou preferencial, da companhia, passa a dar direito ao recebimento por parte de seu titular de 5 ações ordinárias de emissão da Ambev S.A. ou 5 ADRs (American Depositary Receipts) da Ambev S.A., conforme o caso. Essa nova classe de ações dão direito a um tag along de 80% em caso de mudança de controle da empresa.

Com a operação, a companhia espera aumentar a liquidez de seus papéis na bolsa, além de simplificar sua estrutura societária, melhorando assim a governança corporativa. Vale destacar também que a nova estrutura permite alinhar com mais facilidade os interesses dos acionistas minoritários com os controladores da empresa.

Brookfield cai com notícias sobre propina
A Brookfield (BISA3) ficou novamente entre as maiores perdas da sessão ao recuar 1,77%, cotada a R$ 1,11. O movimento ocorre após a empresa esclarecer, por meio de comunicado ao mercado, reiterando que atende às solicitações do Ministério Público do Estado de São Paulo, a fim de colaborar com a investigação sobre irregularidades praticadas por fiscais de arrecadação do ISS (Imposto Sobre Serviços) na capital. 

Diante disso, a empresa informou que no dia 1° de novembro um funcionário e um ex-diretor da companhia voluntariamente compareceram ao Ministério Público onde prestaram depoimento, na qualidade de testemunhas protegidas. 

O comunicado faz referência à matéria publicada no InfoMoney, em que representantes da empresa teriam confirmado na sexta-feira que participaram do esquema de pagamento de propina descoberto pela prefeitura de São Paulo, que pode chegar até R$ 500 milhões. A participação da incorporadora, porém, é pequena, de R$ 4,12 milhões.

V-Agro cai 3,6% após resultados
Atrás apenas da MMX, apareceram os papéis da Vanguarda Agro (VAGR3), que registraram queda de 3,63%, a R$ 3,45, após divulgação do resultado do terceiro trimestre. Na mínima do dia, atingiram baixa de 5,59%, a R$ 3,38. A companhia teve um crescimento de 287,7% no seu prejuízo líquido, passando de R$ 17,149 milhões para R$ 66,488 milhões ao final do terceiro trimestre. 

Segundo os analistas Douglas Coelho de Oliveira e Catarina Gervai Pedrosa, do Banco Espírito Santo, os números vieram muito abaixo das expectativas mesmo após ajustes nos ativos biológicos. Para eles, há duas razões que podem explicar os dados ruins no período: o primeiro é o milho, que (apesar de maiores volumes de vendas) trouxe uma receita abaixo do inicialmente esperado para o trimestre; e o segundo, é a decisão da companhia de plantar menos algodão no ano. 

Light ameniza ganhos após chegar a subir 2,9%
Já a Light (LIGT3), que chegou a liderar o Ibovespa nesta sessão com alta de 2,89%, a R$ 20,66, amenizou os ganhos e registrou valorização de 0,60%, a R$ 20,20. O BTG Pactual elevou a recomendação das ações, de neutra para compra, enquanto o Citi revisou o preço-alvo para cima, de R$ 20,40 para R$ 21,50. Ambos, foram após a divulgação do resultado do terceiro trimestre. 

A Light teve um lucro líquido de R$ 121,2 milhões no terceiro trimestre, numa alta de 44,1%, na comparação anual, impulsionada pelo crescimento do mercado e redução nas provisões. Considerando o aporte da CDE, homologado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na revisão tarifária, o lucro líquido da Light foi de R$ 321,5 milhões, alta anual de 282,1%. A média de estimativas de cinco analistas consultados pela Reuters apontava para lucro de R$ 145 milhões.

Copel cai após queda de 14,5% no lucro
A terceira e última empresa do Ibovespa a reportar resultado entre a noite de sexta e esta manhã foi a Copel (CPLE6), que viu suas ações recuarem 0,76%, a R$ 30,06.  

A empresa reportou uma queda de 14,5% no lucro líquido do terceiro trimestre, passando de R$ 319 milhões para R$ 273 milhões. O Ebitda, por sua vez, registrou queda de 6,1%, para R$ 463 milhões, enquanto a receita líquida registrou alta de 10,5%, para R$ 2,255 bilhões.

Metal Leve dispara após lucro subir para R$ 78,8 mi
A Mahle Metal Leve (LEVE3) ganhou o holofote do mercado entre as cinco empresas fora do Ibovespa que divulgaram seus balanços na noite de sexta-feira. Os papéis registraram ganhos de 4,65%, cotados a R$ 28,15. A empresa viu seu lucro líquido passar para R$ 78,8 milhões no terceiro trimestre, contra R$ 55 milhões no mesmo período de 2012. 

Segundo o BB Investimentos, o desempenho positivo da empresa mostra que a estratégia de diversificação de mercados (interno e externo), mix de setores (pesados e leves) foram fatores chave para mitigação de riscos cíclicos. As expectativas dos analistas permanecem positivas para a companhia tanto no médio quanto no longo prazo, tendo em vista que ainda é considerada a retomada do mercado interno de veículos pesados como dado que vai beneficiar a Metal Leve nos próximos meses.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.