Ibovespa ficará menos volátil e mais desigual sem OGX; veja a nova composição

Ações de companhias com maior representativa no índice, como Petro e Vale, tiveram aumentos absolutos de participação maiores do que as empresas com menos espaço no índice

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Pela primeira vez desde janeiro de 2010, o Ibovespa amanhecerá sem uma das ações que mais movimentou o índice: a OGX Petróleo (OGXP3) que, após o pedido de recuperação judicial, foi excluída do índice na véspera. A companhia realizou o seu pregão de despedida do benchmark da bolsa na última quinta-feira (31), com perdas de 23,52%, a R$ 0,13. O valor foi atingido após procedimento especial de negociação para a determinação do preço de retirada dos índices de ações, que ocorreu a partir das 16h (horário de Brasília) e durou uma hora. 

Mas se o índice vai perder em volatilidade e ficar bem menos movimentado, a saída da petrolífera deve provocar um rebalanceamento do Ibovespa, tornando as ações mais representativas do índice com o peso ainda maior.

Na carteira do último dia 31, os ativos OGXP3 tinham uma participação relativa de 2,227%. Embora as mudanças não sejam tão significativas, as ações que possuem maior participação ganharam ainda mais espaço do que as empresas menos expressivas.

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Dessa forma, as ações mais relevantes do Ibovespa, como PETR4, VALE5 e ITUB4 – as únicas com mais de 5% de participação – ganham ainda mais importância no índice. Redistribuindo os 2,228% da OGX entre as outras ações de forma proporcional, a Petrobras (PETR3PETR4), por exemplo, a passar dos atuais 11,37% para 11,85% de participação, enquanto a Vale (VALE3VALE5), deixa de ter 10,69% para uma participação de 10,98%, na comparação com a carteira da sessão anterior.

Concentração no “top 5”
Com isso, as duas maiores empresas do Ibovespa passaram de 22,06% para 22,83% de importância no índice. As cinco ações com maior participação no índice, (PETR4, VALE5, ITUB4, BBDC4 e BBAS3) passaram de uma fatia de 28,91% da carteira teórica do benchmark da bolsa para 29,66% de ontem para hoje. Se for comparar com a carteira que entrou em vigor no começo deste quadrimestre (em 2 de setembro), houve um aumento de 2,71 ponto percentual, já que o quinteto representava na época 26,95% da carteira.

Desta forma, a expectativa é de que os fundos passivos, que têm como objetivo seguir o índice, devem aumentar a exposição nestes papéis e zerarem suas posições em OGX, o que pode gerar certo descolamento por algum período. 

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Vale ressaltar que, além do Ibovespa, outras carteiras teóricas do índice foram rebalanceadas, com o ativo também sendo excluído do IBR-X (Índice Brasil), IBRX-50 (Índice Brasil 50), IGC (Índice de Governança Corporativa), IGCT (Índice de Governança Corporativa Trade), IGC-NM (Índice de Ações com Governança Corporativa – Novo Mercado ), ITAG (Índice de Ações com Tag Along Diferenciado), SMLL (Índice Small Cap) e ICO2 (Índice de Carbono Eficiente). 

A carteira teórica completa do Ibovespa pode ser vista no site da BM&FBovespa clicando aqui

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.