No último dia de OGX no Ibovespa, índice apresenta forte volatilidade

Benchmark da Bovespa já alternou entre perdas e ganhos por diversas vezes nesta quinta-feira; OGX despenca, enquanto Petro e siderúrgicas avançam

Thiago Salomão

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SÃO PAULO – Volatilidade: essa é a palavra que define os primeiros 120 minutos do Ibovespa neste pregão de quinta-feira (31), que marca a despedida da OGX Petróleo do principal índice de ações da bolsa brasileira. Após mostrar fracas oscilações na primeira hora de negociação, firmar alta de 0,5% por volta das 11h e virar para queda com a abertura da OGX às 11h15 com queda de 35%o benchmark da BM&FBovespa segue sem tendência definida, dividido entre a valorização de mais de 2% de Petrobras e das siderúrgicas Gerdau e Usiminas e a derrocada da OGX, que passa a cair “apenas” 17,65% neste momento, a R$ 0,14.

Com isso, o Ibovespa operava às 11h58 (horário de Brasília) com variação negativa de 0,41%, a 53.949 pontos, após subir 0,54% na sua máxima do dia.

Com o pedido de recuperação judicial feito na véspera, a ação da OGX deverá ser negociada até às 16h00, quando iniciará um procedimento especial para determinar o preço de exclusão dos papéis nos índices em bolsa, com duração mínima de uma hora. Dessa forma, ela deverá deixar oficialmente o Ibovespa entre o final do pregão de hoje e a abertura de sexta-feira.

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Petro e Usiminas avançam
Os investidores ainda digerem nesta manhã o desfecho da reunião do Fomc na tarde de ontem, bem como a nova rodada de balanços trimestrais brasileiros. 
A Gerdau (GGBR4, R$ 17,43, +3,26%) e a sua holding, a Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 22,61, +3,86%) aparecem logo atrás da MMX Mineração (MMXM3, R$ 0,69, +15,0%) como a maior alta do Ibovespa, repercutindo o resultado acima do esperado da siderúrgica no 3º trimestre. Os bons números impulsionam outras empresas do setor, como a Usiminas (USIM3, R$ 11,54, +1,85%; USIM5, R$ 11,91, +1,97%) e a CSN (CSNA3, R$ 12,15, +1,67%).

Ainda entre os destaques positivos, aparece a Petrobras (PETR3, R$ 19,58, +3,22%; PETR4, R$ 20,48, +2,56%), cujas ações sobem mais de 2% e colaboram positivamente no Ibovespa – já que a petrolífera atualmente possui a maior participação individual no índice, com cerca de 10% de importância.

Embraer, Ambev e Energias BR caem com resultados
No outro extremo do índice, a Embraer (EMBR3, R$ 16,09, -2,43%) aparece entre as maiores quedas, embora bem distante da OGX. A fabricante de aeronaves repercute negativamente mais um resultado trimestral abaixo do esperado, com o lucro líquido atribuído aos acionistas recuando 10,5%, para R$ 118,7 milhões.

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A Ambev (AMBV4, R$ 83,36, -0,99%) também vê suas ações recuarem após o balanço – a distribuidora de bebidas registrou queda de 7,9% no lucro líquido do terceiro trimestre ante igual período de 2012, R$ 2,28 bilhões, enquanto a expectativa média dos analistas apuradas pela Reuters indicava um crescimento de 6,4% no lucro líquido do terceiro trimestre, para R$ 2,7 bilhões.

Já a Energias do Brasil (ENBR3, R$ 12,71, -1,49%) é outra empresa do Ibovespa que vê suas ações recuarem mais de 1% após a divulgação do balanço do 3º trimestre, embora a companhia tenha visto seu lucro líquido disparar de R$ 10,4 milhões para R$ 199,4 milhões na comparação com o mesmo período do ano passado, impactado pelos efeitos do resultado financeiro e pelo Imposto de Renda e contribuição social do período.

Cenário internacional
Os investidores ainda digerem a reunião de ontem a tarde do Fomc (Federal Open Market Committee). O Federal Reserve não surpreendeu ao manter intacto o plano de estímulo de US$ 85 bilhões ao mês em compras de títulos públicos – o Quantitative Easing 3. No entanto, a autoridade monetária norte-americana mas não soou tão preocupada com a condição da economia quanto alguns haviam antecipado, o que tirou um pouco o ânimo dos investidores.

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Na Europa, a inflação na zona do euro mostrou arrefecimento em outubro. Pesquisa preliminar da agência de estatísticas Eurostat apontou que o indicador anual subiu 0,7% no período, depois de um avanço de 1,1% em setembro. 

Ainda por lá, o BCE (Banco Central Europeu) anunciou ainda que os acordos de troca de divisas que possui com os bancos centrais dos EUA, Canadá, Inglaterra, Suíça e Japão passarão a ser permanentes. A princípio, estes acordos terminariam em fevereiro de 2014; a operação consiste em trocar reservas para oferecimento de uma linha emergencial de recursos que podem ser usados pelas duas partes a qualquer momento. 

Ásia
Na Ásia, a confiança foi favorecida pela decisão do banco central japonês de manter o programa de estímulo maciço que tem mostrado sinais iniciais de avanço no combate à deflação. Uma pesquisa da indústria do Japão mostrou que a atividade acelerou para o ritmo mais rápido em mais de três anos em setembro. No entanto, o índice Nikkei fechou com queda de 1,2% visto que resultados corporativos de empresas como a Honda desapontaram investidores.

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Já na China, destaque para as ações do setor imobiliário, que lideraram os ganhos após o presidente Xi Jinping prometer aumentar a oferta de terras terrenos para residências, e aumentar os gastos em projetos de habitação a preços acessíveis nos últimos esforços para estabilizar o mercado imobiliário da China. 

Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers