PDG sobe 4%, Kroton recua 3,7% e OGX avança 5%; veja destaques

Melhores perspectivas para setor imobiliário puxa construtoras para a ponta positiva; notícia de relicitação movimenta setor de energia

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Em uma sessão com volume reduzido, com investidores à espera da reunião do Fomc (Federal Open Market Committee), o Ibovespa acabou encerrando com alta de 0,84%, aos 54.271 pontos. Na ponta positiva, destaque para os papéis das construtoras, enquanto as maiores quedas ficaram com as companhias do setor de educação.

Entre as imobiliárias, destaque para PDG Realty (PDGR3, R$ 2,55, +4,08%), Gafisa (GFSA3, R$ 3,58, +3,17%) e Rossi (RSID3, R$ 30,3, +3,77%), que dominaram a ponta do índice, enquanto a MRV Engenharia (MRVE3, R$ 9,57, +1,81%) ficou para trás, mas também teve alta considerável.

Além da recente queda apresentada pelos ativos na véspera, puxam os papéis destas companhias os dados apresentados pela Sondagem Nacional da Indústria da Construção Civil, mostrando que a perspectiva dos empresários do setor melhorou no último trimestre. Porém, a expectativa em relação às empresas do setor foram reduzidas em 0,6%.

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Empresas “X” em rumos diferentes
Chamou atenção também nesta sessão os ativos das empresas do Grupo EBX. Os papéis da OGX Petróleo (OGXP3) fecharam com valorização de 5,26%, cotadas a R$ 0,40, ao passo que os da MMX Mineração (MMXM3) registraram queda de 3,41%, a R$ 1,70.

No caso da OGX, informações do Valor indicava que a empresa estaria em negociação com a ExxonMobil para a transferência de 50% na participação no bloco POT-M-475, de acordo com fontes ouvidas pela publicação. A Exxon deve ser a operadora da área, que foi arrematada pela petrolífera de Eike na 11ª Rodada da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) em maio.  

Já em relação à MMX, reflete a informação de que a empresa poderá ser cobrada por não cumprir um contrato de transporte de minério de ferro firmado com a ferrovia MRS Logística, de acordo com o Valor Econômico. O valor da multa poderá chegar a R$ 1 bilhão. 

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Além disso, um relatório divulgado na véspera pelo Bank of America Merrill Lynch, referente à teleconferência realizada dia 10 de setembro para detalhar a transação de venda do Superporto Sudeste, apontava que ainda há dúvidas sobre o acordo. Os analistas citaram entre os pontos que ainda precisam de esclarecimento: a tarifa a ser praticada no Porto, o início das operações do ativo – embora tenha sido mencionado que o primeiro semestre de 2014 era viável -, e as dúvidas potenciais com fornecedores para a expansão da mina. 

Notícias puxam Eneva e OSX para alta
Fora do Ibovespa, destaque para as ações da Eneva (MPXE3, +3,84%, R$ 5,95), ex-MPX, depois que a empresa concluiu, na véspera, o aumento de capital de R$ 800 milhões, em razão da subscrição e total integralização de 124.031.007 novas ações ordinárias. 

Segundo a equipe de análise da Planner Corretora, a notícia é positiva, porém já esperada. A subscrição se deu ao preço de R$ 6,45 por ação, acima, portanto, do fechamento de ontem, de R$ 5,73. Com isso, a empresa alemã E.On passou a deter 37,9% do capital social da empresa, ao passo que Eike reduziu sua participação para 23,9%. 

Reflete ainda a informação de O Estado de S. Paulo de que a empresa japonesa Marubeni pode comprar participação remanescente de Eike na Eneva. De acordo com fontes ouvidas pela publicação, o empresário estaria em negociações avançadas para vender sua participação. A Eneva, entretanto, enviou à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) nesta manhã comunicado apontando que não houve qualquer avanço ou fato conclusivo sobre as tratativas preliminares de eventual venda de participação de Eike. 

Já sobre a OSX (OSXB3, +2,67%, R$ 0,77), reportagem de O Estado de S. Paulo informou que a World Fuel Services Singapore entrou com processo contra a OSX e o Grupo EBX na 1ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A ação discute “pagamentos, prestação de serviços e direito civil”. 

A World Fuel é representada legalmente no Brasil pela Tramp Oil e, segundo o jornal, ao que tudo indica atua como fornecedora da OSX e pode ir à Justiça para receber os valores devidos. A OSX também vem sendo atingida pela crise no grupo e principalmente pela OGX, a quem estava atrelada a maior parte de seus contratos.

Kroton e Anhanguera lideram perdas
Do lado negativo do Ibovespa, figuraram as ações da Kroton (KROT3) e Anhanguera (AEDU3), que fecharam em queda de 3,79% e 3,65%, respectivamente, a R$ 30,98 e R$ 13,20. 

Um leilão realizado na BM&FBovespa puxou a queda das ações. De acordo com a bolsa, o leilão foi provocado por colocação de ordem de venda de 10 milhões de ações da Kroton ao preço unitário de R$ 31,00. A quantidade representa 3,72% do capital das ações. A instituição intermediária foi o Itaú. Com isso, a companhia ficou o maior volume movimentado no pregão entre as ações do índice, atingindo R$ 484,5 milhões.

Com a queda, as ações da Anhanguera também foram afetadas devido à perspectiva da fusão das duas companhias que dará origem a maior empresa de educação do mundo, num anúncio feito em abril.

Elétricas sobem mesmo com notícia de relicitação
Dentro do setor elétrico, o movimento foi pautado pela notícia divulgada pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, de que o governo deve renovar e relicitar as concessões de distribuidoras de energia. Com essa estratégia, seria possível para o governo realizar novos descontos nas contas de luz.

Segundo o Estado, o governo não deve seguir com as distribuidoras que têm contratos com vencimento entre 2015 e 2017. As concessões que atingirão 50 anos entre 2015 e 2017 serão terminadas e novos contratos serão fechados por meio de nova licitação, enquanto as concessões que chegarão a 30 anos terão possibilidade de renovação por mais 20 anos, mas com mudança dos contratos.

Nesta terça, as ações da Eletrobras (ELET3, R$ 6,22, +3,67%; ELET6, R$ 10,28, +1,58%) e Eletropaulo (ELPL4, R$ 8,90, +0,11%) conseguiram encerrar no positivo. Enquanto fora do índice, a AES Tietê (GETI4, R$ 21,66, -1,99%) acabou fechando no negativo.

Magazine Luiza sobe pelo 4° pregão
Fora do índice, as ações da Magazine Luiza (MGLU3) subiram pelo quarto pregão consecutivo, acumulando no período valorização de mais de 14%. Nesta sessão, as ações registraram ganhos de 5,27%, a R$ 7,59.

Na véspera, a presidente da varejista Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, afirmou que julho, agosto e setembro têm tido “gratas surpresas” para as vendas do varejo. Segundo ela, as varejistas se recuperam depois de um primeiro semestre complicado. “Até junho, a gente sofria para cumprir as vendas, mas agora está sendo impressionante”, disse. Desde o início de julho, os papéis da empresa acumulam ganhos de 53,86%.

Small caps
Fora do índice, diversos papéis tiveram movimentos mais fortes nesta sessão. Destaque para a Profarma, (PFRM3), que fechou com queda de 7,89%, a R$ 17,50, sendo o segundo dia de recuo expressivo, acumulando perdas de cerca de 12%. Enquanto isso, os papéis da Time for Fun (SHOW3) encerraram o dia com perdas de 6,96%, para R$ 7,49, vale destacar o forte volume movimentado pelos ativos, de R$ 1,9 milhão – ante média de R$ 761 mil.

Ainda entre as small caps, vale destacara a queda de 3,33% da Laep (MILK33), que chegou a R$ 0,29. Com essa desvalorização os ativos chegam pela primeira vez a uma cotação abaixo do valor registrado quando a BM&FBovespa alterou o ticker da companhia, em 2 de setembro.

Por fim, as ações da Mangels (MGEL4) encerraram o pregão com alta de 16,67%, a R$ 1,12, após a companhia apresentar o resultado do segundo trimestre deste ano. No período, a empresa apresentou prejuízo líquido de R$ 11,8 milhões, ante um resultado negativo de R$ 23,2 milhões um ano antes.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.