OGX e imobiliárias lideram ganhos do Ibovespa; Gol e Ambev caem mais de 3%

Ainda entre os destaques, Kroton e Anhanguera recuam após estreia positiva no índice; BM&FBovespa sofre risco de ter monopólio quebrado

Paula Barra

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SÃO PAULO – Após registrar seu melhor fechamento desde julho de 2012, com alta de 3,65% a 51.835 pontos na véspera, o Ibovespa vira para o campo negativo nesta terça-feira (3). Às 12h52 (horário de Brasília), o benchmark da bolsa brasileira recuava 0,23%, a 51.714 pontos.

Passado o primeiro dia com a nova composição da carteira do Ibovespa, que vigorará de setembro até dezembro deste ano, as ações da OGX Petróleo (OGXP3) seguem no campo positivo, após ter subido 40% na véspera e caído 40% no pregão da última sexta-feira. Nesta sessão, os papéis registram valorização de 5%, sendo cotados a R$ 0,42. 

Na sequência, apareciam as ações das imobiliárias, que também continuam no campo positivo após figurarem entre as maiores altas do índice na véspera. Os papéis da Rossi (RSID3) e Gafisa (GFSA3) registram ganhos de 3,86% e 3,40%, respectivamente, a R$ 2,96 e R$ 3,04. Na máxima do dia, atingiram valorizações de 4,21% (R$ 2,97) e 3,74% (R$ 3,05). Completa a lista das maiores altas da sessão ainda os papéis das elétricas: Eletropaulo (ELPL4, +2,75%, R$ 7,86) e Eletrobras (ELET3, +2,12%, R$ 5,31; ELET6, +1,82%, R$ 9,52).

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Kroton e Anhanguera caem após estreia positiva no Ibovespa
Do outro lado, figuram os papéis das empresas do setor de educação – Anhanguera (AEDU3) e Kroton (KROT3) -, que entraram na composição do Ibovespa na véspera.

Após sessão positiva no dia de estreia no índice, os papéis das companhias registram quedas de 2,79% e 1,92%, respectivamente, sendo cotados a R$ 13,92 e R$ 32,22. Na mínima do dia, os ativos atingiram desvalorizações de 3,63% (R$ 13,80) e 3,62% (R$ 31,66).

Ainda entre as maiores quedas, destaque para os papéis da Gol, Ambev e Souza Cruz, que operam em desvalorizações de 3,49%, 3,16% e 2,67%, respectivamente, a R$ 8,58, R$ 81,58 e R$ 25,11.

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BRF cai apesar de dados positivos
As ações da BRF (BRFS3) operam no negativo nesta sessão, apesar das vendas externas de carne de frango in natura terem liderado a pauta exportadora de carnes no mês de agosto. Segundo dados do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), as exportações da proteína cresceram 9,1% ante o mesmo mês do ano passado, passando de US$ 513,2 milhões para US$ 559,8 milhões.

Em relatório, a equipe de análise da XP Investimentos, disse que os dados reforçam um viés positivo para o setor de alimentos no Brasil, com destaque para BRF (principal exportadora de carne de frango in natura). No entanto, os analistas ressaltaram que chamou a atenção a desaceleração do dado da receita de exportação de carne de frango na comparação anual, com uma queda de 6,3% ante julho.    

BM&FBovespa sofre risco de ter monopólio quebrado
A ATS (Americas Trading System), bolsa de valores que a ATG (Americas Trading Group) e a Nyse (New York Stock Exchange) pretendem lançar no Brasil a criação de uma nova clearing, acelerando sua entrada no mercado brasileiro, segundo  informações do jornal O Estado de S. Paulo. 

Com estas evidências de uma possível entrada de uma nova bolsa no Brasil, a BM&FBovespa (BVMF3) vê o risco de diluição de seu monopólio. Conforme destaca a equipe de análise da XP Investimentos, atualmente, a bolsa brasileira se enquadra em uma situação de monopólio e, como toda organização deste tipo, possui elevadas margens operacionais e alto retorno. O risco da concorrência sempre existirá, destaca a equipe de análise, uma vez que as barreiras podem ser elevadas, mas não são intransponíveis. Apesar de ressaltar os altos custos de operação de uma nova clearing, os analistas da corretora acreditam que a possibilidade de o avanço da negociação é nocivo para as ações e deve trazer volatilidade. Contudo, é baixa a probabilidade de competitividade real – não afetando o papel ainda nesta sessão, que opera em leve alta de 0,17%, a R$ 11,82.

HRT sobe 3% após conclusão de estudo de monetização no Solimões
Já entre as small caps, as ações da HRT (HRTP3) sobem 3,23%, a R$ 1,60, nesta sessão. A empresa informou na noite da véspera a conclusão do estudo de monetização de gás do Solimões. O estudo confirmou os grandes desafios para a implementação de um projeto e da complexidade logística da região amazônica, e indicou cenários viáveis para a monetização de gás, especialmente com as alternativas de comercialização de GNL (Gás Natural Liquefeito) e produção de energia elétrica por meio de plantas termelétricas. 

A equipe de análise da XP apontou, em relatório divulgado hoje, que o case da HRT ainda não possui a assimetria que busca em investimentos, sendo extremamente arriscado e dependente do sucesso da campanha exploratória em Solimões. Retirar gás, um ativo pouco demandado, na Amazônia, sem uma estrutura pré-existente de logística, parece um desafio muito grande para uma empresa com razoável necessidade de capital, disse. 

Na concepção dos analistas da corretora, para a operação ser bem sucedida dependeria de uma grande demanda da Petrobras e fortes investimentos para viabilizar a exploração. Entretanto, se para a HRT a Petrobras possa a vir ser um grande cliente, o contrário não pode ser dito, evidenciando um grande poder de barganha da estatal, caso os acordos comerciais sejam desenhados, avaliaram. 

Dufry assina contratos importantes e ações sobem
Por sua vez, a Dufry (DAGB11) informou que está reforçando sua presença no Brasil com a assinatura de contratos de longa duração em São Paulo, Brasília, Campinas e Natal para operar lojas duty free e duty paid. Em nota a empresa detalha que todos os contratos com os operadores aeroportuários privados têm um prazo de 10 anos e permitirão o desenvolvimento das operações de longo prazo. Os novos contratos duty free serão operados por meio de uma nova joint venture, que se tornará, a partir de agora, a plataforma para desenvolver o negócio de duty free no Brasil. 

Com isso, as ações da empresa registram valorização de 2,46%, a R$ 332,99, nesta sessão, após atingirem alta de 6,15%, sendo cotadas a R$ 344,99 – no patamar máximo do dia. 

ANP aprova plano de desenvolvimento de campo da QGEP; ação cai
Do lado negativo, as ações da Queiroz Galvão (QGEP3) operam em queda apesar do comunicado divulgado nesta manhã, de que a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) aprovou o plano de desenvolvimento do Campo de Oliva, originário do bloco BS-4, uma das apostas da OGX para atividades exploratórias. Os papéis da QGEP caem 0,84%, a R$ 11,75.

Segundo a empresa, o plano desenvolvido por sua subsidiária prevê a perfuração de um poço de aquisição de dados de reservatório em 2016, seguido de um teste, de forma a comprovar a estimativa de reservas e suportar a curva de produção. Também está prevista a perfuração de cinco poços de produção e três poços de injeção, todos horizontais, que serão conectados às facilidades instaladas no Campo de Atlanta. O primeiro óleo de Oliva é esperado em 2021. 

A petroleira de Eike Batista adquiriu 40% do bloco, fatia da Petrobras, em operação aprovada na semana passada pelo Cade, após um tumultuado processo de compra e venda que se efetivou prematuramente sem aval do órgão antitruste. A Barra Energia também compõe o consórcio que possui a concessão do bloco, com 30% de participação.