Real vai cair mais 20% nos próximos 6 meses devido ao Fed, diz ex-chefe do Morgan

Para Stephen Jen, as moedas que parecem mais frágeis agora serão as primeiras a terem problemas, mas todas as outras terão também

Paula Barra

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SÃO PAULO – O rali do dólar não deve acabar tão cedo, ao menos é o que estima Stephen Jen, o homem que previu em abril a queda atual do real. Mesmo que as moedas emergentes já estejam em seu maior declínio anual desde 2008, Jen acredita que elas cairão ainda mais à medida que aumenta a fuga de capitais de países como Índia e Brasil.

Em entrevista por telefone, de Londres, à Bloomberg, o cofundador da SLJ Macro Partners e ex-chefe mundial de câmbio do Morgan Stanley alerta que o pior ainda está por vir, uma vez que US$ 3,9 trilhões dos fundos investidos em mercados emergentes nos últimos quatro anos sairão à medida que o Federal Reserve cortar seu programa de estímulo à economia norte-americana, que compra mensalmente US$ 85 bilhões. 

“Seja qual for a liquidação que você pensar que é razoável, simplesmente dobre-a”, disse. Para Jen, o novo declínio das moedas emergentes vai ocorrer ao longo dos próximos seis meses ou mais. 

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Segundo ele, as moedas que parecem mais frágeis agora serão as primeiras a terem problemas, mas todas as outras terão também. “Em uma liquidação, não importa se um país tem fundamentos econômicos superiores, elas serão vendidas de forma indiscriminada”. 

De acordo com dados da Bloomberg, as 20 moedas mais negociadas de países em desenvolvimento estão em queda de 7,6% neste ano, a caminho da maior queda desde 2008, quando perderam 14%. Em contraste, o índice do dólar americano da Bloomberg – que monitora a moeda contra seus 10 principais pares – mostra um ganho de 2,4%.