Tuiteiro que antecipou destino de LLX e CCX conta o que será da OGX

Responsável pelo perfil Bovespa Brokers no Twitter antecipou divulgação do nome dos compradores da LLX e alertou sobre o cancelamento da OPA da CCX

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – O mercado de ações é muito regulado, mas tem suas brechas. Não é incomum que informações relevantes que ainda não forem divulgadas oficialmente ao mercado circulem pelas mesas de operadores. No caso específico das empresas de Eike Batista, ganhou notoriedade nas últimas semanas a página do Twitter conhecida como “Bovespa Brokers“. O responsável pelo perfiil recentemente anunciou a venda da LLX Logística (LLXL3) para o EIG Group horas antes do anúncio, tendo avisado através da rede social, um dia antes, que a empresa seria vendida. 

Não foi a primeira vez que o tuiteiro responsável acertou uma previsão sobre o grupo EBX: ele já havia cravado que Eike Batista cancelaria a OPA (Oferta Pública de Aquisição) da CCX Carvão (CCXC3) dois dias antes do anúncio. Com a credibilidade atestada e com informações, Eduardo – nome fictício, para preservar a identidade -, contou ao InfoMoney o que pode vir a acontecer com a mais importante empresa do grupo: a OGX Petróleo (OGXP3). 

Ele vê diversas alternativas para a companhia. A começar por um suposto lobby que está acontecendo no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) para não aprovar a compra de 40% do campo de Tubarão Martelo pela malaia Petronas – o que complicaria bastante a vida da OGX, que hoje depende desse dinheiro. O lobby seria de “concorrentes diretos e pessoas que não gostam do Eike”. 

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A companhia está tentando reestruturar sua dívida e vendê-la para empresas especializadas em títulos podres, sendo que a CarVal é uma delas. Além disso, há uma tentativa de vender ativos, sendo que uma empresa chamada Gaffney, Cline & Associates os está avaliando para um interessado que lhe concedeu o mandato de compra. 

Uma outra alternativa é deixar a companhia quebrar – evento no qual a joint-venture entre BTG Pactual (BBTG11) e Petrobras (PETR3; PETR4), que hoje atua excepcionalmente na África, iria entrar comprando os ativos bons da companhia para o pagamento de despesas no caso de quebra. “Mas isso ainda é especulação e quando efetivamente alguém definir saberemos, uns antes, outros depois”, diz. 

Como ele consegue?
A credibilidade de Eduardo ganha forças por não limitar suas informações às empresas do “mundo X”, já mostrando acertos em diversos segmentos e setores, como a venda de ativos da Lupatech (LUPA3) e Viver (VIVR3). “Tenho algumas fontes, algumas do mercado, outras de dentro das empresas, em geral pessoas que tomam a decisão das coisas”, salienta. 

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Geralmente, a informação vaza somente quando parte do mercado já tem conhecimento dos fatos. A LLX já acumulava fortes altas e a CCX já caía há dias quando o tuiteiro confirmou a informação. “Muitos empresários, diretores de empresas e bancos, quando querem antecipar um fato, me utilizam para disseminar a notícia no mercado, seja utilizando o Twitter ou repassando para a imprensa”, afirma. 

TwitterBrasil Brokers
Horas antes do anúncio, Eduardo já havia chamado dado o nome dos compradores da empresa

Moralmente correto
A tarefa de combater o uso de informações privilegiadas tem sido árdua para a CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Porém, divulgar a informação através do Twitter é transformá-la em pública infelizmente acaba sendo uma forma de remediar o problema – um favor a quem, de outro meio, não teria acesso a informação e não teria como se defender de movimentos “inexplicáveis”.

Se alguém parece errado nessa história toda são as próprias empresas, que permitem que informações que geram impacto no preço das ações vazem de várias maneiras antes de serem divulgadas ao mercado como um todo. “A nova fonte de poder não é o dinheiro nas mãos de poucos, mas informação nas mãos de muitos”, afirma Eduardo em seu twitter.