Ibovespa consolida queda após manhã instável, mas “respeita” os 49 mil pontos

Notícias sobre China e indústria brasileira ofuscam nova disparada das ações de Usiminas e CSN; EUA ganham evidência, com expectativa sobre Fed e discurso de Obama

Carolina Gasparini

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SÃO PAULO – Após um começo de dia instável, o Ibovespa consolidou seu movimento negativo no final da manhã, mas segue respeitando a região dos 49.000 pontos. Por volta das 13h05 (horário de Brasília), o benchmark da bolsa brasileira apontava queda de 0,53%, a 49.159 pontos, após chegar a cair 0,90% na mínima do dia (48.975 pontos). 

O movimento deve permanecer em leves altas ou quedas até quarta-feira (31), quando o noticiário agitado deve ditar um rumo para os mercados, disse o analista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi. “O movimento do Ibovespa hoje reflete o desempenho do índice norte-americano Dow Jones e do noticiário agitado. Com a divulgação do PIB dos EUA, da reunião do Fomc (Federal Open Market Committee) e uma bateria de indicadores nesta semana mundo afora os mercados devem definir uma trajetória”, comenta e afirma que a queda nos mercados norte-americanos é um movimento de correção, após fortes altas.

As atenções se voltam para a agenda econômica, porque ela indicará se a melhora no cenário macro global é realmente uma tendência ou apenas algo passageiro, segundo Galdi. “O cenário parece ter melhorado bastante, mas precisamos monitorar esses indicadores para analisar o rumo da economia mundial.” disse.

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Siderúrgicas em destaque positivo
Neste momento, apenas seis ações sobem mais de 1%, entre elas Usiminas (USIM3, R$ 9,50, +5,20%; USIM5, R$ 9,40, +4,44%) e sua concorrente, a CSN (CSNA3, R$ 7,12, +2,45%). No último pregão, as ações da Usiminas responderam positivamente à divulgação do balanço da companhia, que registrou prejuízo menor do que o esperado e as ações da CSN acompanharam o movimento. Os ativos da BRF (BRFS3; R$ 48,50, +0,85%) também respondem positivamente ao balanço da companhia, que reportou lucro líquido de R$ 208,4 milhões no segundo trimestre, aumento de mais de 30 vezes em relação ao resultado de igual período do ano passado. Ainda assim, o desempenho veio abaixo das estimativas de mercado, que apontavam em média lucro líquido de R$ 360 milhões.

Por outro lado, Oi (OIBR3, R$ 4,96, -3,31%OIBR4, R$ 4,63, -4,14%), Eletrobrás PNB (ELET6, R$ 8,82, -2,86%), Petrobras (PETR3, R$ 15,92, -1,73%; PETR4, R$ 16,81, –0,83%) e Gafisa (GFSA3, R$ 2,99, -2,61%) aparecem na ponta negativa do índice.

Agenda em destaque
No último dia do mês, ocorrerá a divulgação da ata do Fomc (Federal Open Market Committee) nos EUA, além do PIB (Produto Interno Bruto) local e diversos indicadores por lá e também na Europa. Já na China, a noite será apresentada a leitura final do PMI (Purchasing Managers Index) do HSBC, um importante driver para o mercado de commodities metálicas, que tem o país como seu maior cliente. Os PMIs ficam em destaque também na quinta-feira, com a divulgação final para EUA, Brasil, zona do euro, Itália e Espanha. “Além disso, teremos também um discurso de Mario Draghi que pode trazer ainda mais volatilidade ao mercado”, diz Galdi.

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Já neste início de semana, os investidores analisam as referências nada favoráveis da China, que conta com o anúncio de uma auditoria do governo para avaliar a dívida do país e a forte desaceleração nos lucros do setor industrial local. Por aqui, as referências industrias também desanimam, com a sondagem industrial realizada pela FGV mostrando em julho o menor patamar dos últimos quatro anos, com 99,6 pontos.

Os Estados Unidos não ficam para trás. Além do indicador Pending Home Sales, que mensura a venda de casas existentes nos EUA e ficou abaixo do esperado, com queda de 0,4%, os investidores avaliam a entrevista do presidente Barack Obama feita ao New York Times na última semana. Quem também movimentou os noticiários foi a presidente Dilma Rousseff, que em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, destacou que ela e seu antecessor, o ex-presidente Lula, são “indissociáveis”, ao ser perguntada pelo movimento “Volta, Lula” em 2014, e que “Lula não vai voltar porque ele não saiu”.

Galdi analisa também que as temporadas de resultados mundo afora ditam os caminhos dos mercados. “Como vimos hoje, na Europa os balanços foram bons e os índices subiram. Na Ásia foi o oposto”, explica o analista.