Mesmo com disparada de Usiminas e CSN, Ibovespa segue em queda

Auditoria sobre dívida chinesa e sondagem industrial brasileira no menor patamar em 4 anos contribui para manter o índice no campo negativo

Carolina Gasparini

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SÃO PAULO – Após chegar a cair 0,75% nos minutos iniciais desta segunda-feira (29), o Ibovespa amenizou suas perdas mas segue predominantemente no campo negativo, com os investidores divididos entre os indicadores ruins de China e Brasil e a nova disparada das ações do setor siderúrgico, que já haviam ocupado a ponta positiva do índice na sexta-feira (26). Às 10h46 (horário de Brasília), o índice caía 0,22%, a 49.313 pontos.

As ações do setor siderúrgico apresentam nova alta e contribuem para amenizar as perdas do índice: a Usiminas (USIM3, R$ 9,41, +4,21%; USIM5, R$ 9,43, +4,78%) apresentava a maior alta do índice, após encerrar o último pregão com valorização de 15%, repercutindo o prejuízo menor que o esperado apresentado antes da abertura do pregão de sexta-feira. A concorrente CSN (CSNA3, R$ 7,23, +4,03%) aparece logo atrás, já tendo subido 8,5% na sessão anterior. A companhia ainda divulgará seu balanço. No começo do pregão, Usiminas e CSN chegaram a subir entre 9,9% e 6,9%.

Ainda entre os destaques positivos desta segunda-feira, aparecem as ações da BRF (BRFS3, R$ 48,82, +1,51%), que divulgou no começo deste pregão o balanço do 2º trimestre, trazendo lucro líquido de R$ 208,4 milhões – resultado, no entanto, abaixo do esperado pelo mercado (R$ 360 milhões).

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No lado negativo, destaque para Eletrobras (ELET3, R$ 4,90, -1,21%; ELET6, R$ 8,82, -2,86%), Rossi (RSID3, R$ 2,74, -2,14%), BR Malls  (BRML3, R$ 20,69, -2,13%), Cetip (CTIP3, R$ 23,31, -1,98%) e B2W (BTOW3, R$ 11,93, -1,97%). Vale mencionar que na cotação das 10h46, 55 das 71 ações do índice operavam no vermelho.

Eventos do dia
Na agenda doméstica, repercute a sondagem da indústria, que caiu 4% em julho, para 99,6 pontos, seu menor patamar desde julho de 2009. 
Ainda por aqui, o relatório Focus também manteve a projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para o final deste ano em 2,28% e de 2,60% em 2014, assim como a mediana de projeções para a Selic permaneceu em 9,25% ao ano. Já para o próximo ano, os analistas consultados pelo BC acreditam em uma taxa de juros a 9,25% ao ano, ante projeções anteriores de 9,38%.

O noticiário chinês também ganha espaço nesta segunda-feira. No final de semana, o governo de lá anunciou uma auditoria para avaliar a dívida pública do país, o que causou temores sobre o setor financeiro local, com ações de bancos chineses apresentando fortes perdas neste pregão. A mobilização do governo soma-se às referências negativas sobre o lucro das indústrias do país, que cresceu 6,3% em junho, bem menor do que o avanço de 15,5% no mês anterior.

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Ainda na Ásia, as vendas no varejo japonês subiram 1,6% na taxa anual referente ao mês de junho, abaixo das expectativas do mercado, de alta de 1,9%. A valorização do iene também pesou sobre as ações de exportadoras japonesas, levando o índice Nikkei a fechar com queda de 3,32%, a 13.661 pontos, seu menor patamar desde 27 de junho.

Semana-chave para o mercado
Esta semana reserva ainda diversas reuniões e indicadores importantes em mercados variados. A agenda vai desde a temporada de resultados brasileira e dados chineses até a reunião do Fomc (Federal Open Market Committee), que pode indicar quando o Federal Reserve iniciará a retirada de seu programa de estímulo monetário, o Quantitative Easing 3, na quarta-feira. Além disso, teremos também a divulgação do PIB norte-americano do segundo trimestre, que deve mostrar desaceleração em relação ao período anterior, e a taxa de desemprego dos EUA, na sexta-feira.

Já no dia seguinte, o Bank of England e o BCE (Banco Central Europeu), reúnem-se para discutir as taxas de juros locais, que atualmente está em 0,5%. Já no Brasil, a temporada de resultados ganha força com BRF (BRFS3), Itaú Unibanco (ITUB4), Ambev (AMBV4) e Gerdau (GGBR3) divulgando seus balanços ao longo da semana. Após o pregão da última sexta-feira, a Multiplan (MULT3) divulgou seu resultado, mostrando alta de 13,4% no lucro líquido trimestral e de 23,9% na receita.

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Ainda nesta segunda-feira, a agenda econômica norte-americana apresenta o Pending Home Sales de junho, que mede a venda de casas existentes nos Estados Unidos com contrato assinado, mas ainda sem transação efetiva. Ainda nos EUA, o Federal Reserve apresentará a sondagem industrial de Dallas.