Ibovespa consolida queda, mais uma vez puxado por siderúrgicas e Vale

Dados chineses que já pressionaram os setores na véspera continuam derrubando as ações; mercados mundiais seguem em queda

Carolina Gasparini

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SÃO PAULO – Enquanto os mercados mundiais repercutem as indicações de certa forma negativas no discurso de Ben Bernanke e a desaceleração do PMI (Índice de Gerentes de Compras, na sigla em inglês) industrial da China, o mercado brasileiro consegue amenizar o impacto do noticiário desta semana no pregão desta sexta-feira (24). O Ibovespa opera em queda de 0,54%, a 56.044 pontos na cotação das 12h09 (horário de Brasília).

Os grandes drivers negativos apresentados ao mercado nesta semana levaram a uma precipitação de realização nos principais índices mundiais, que operavam em máximas há alguns pregões, segundo o operador sênior da TOV Corretora, Luis Morato. “Como o Ibovespa já estava em um patamar baixo, a queda é menor com indicadores externos e o noticiário nacional ganha maior relevância em setores não-exportadores”, comenta o operador.

Por conta disso, as grandes exportadoras de commodities e metalúrgicas como Vale (VALE3, R$ 31,67, -1,06%; VALE5, R$ 30,06, -1,05%), MMX Mineração (MMXM3, R$ 2,07, -0,48%), Gerdau (GGBR4, R$ 13,37,-1,84%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 17,05, -1,96%), registram mais um dia de queda, pressionando o índice nesta sessão – estas ações juntas respondem por cerca de 14% da composição do Ibovespa. Por outro lado, empresas mais voltadas ao mercado interno, como as imobiliárias PDG (PDGR3, R$ 2,57, +2,80%), Brookfield (BISA3, R$ 1,93, +2,12%) e MRV (MRVE3, R$ 7,48, +1,36%) e a varejista B2W (BTOW3, R$ 12,25, +2,00%), operam entre as maiores altas do benchmark.

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IIF corta projeção de PIB no Brasil
Nesta sexta, o representante das maiores instituições financeiras do mundo, o IIF (Instituto Internacional de Finanças), reduziu sua projeção para o crescimento econômico brasileiro para 2013 e 2014.

O Instituto espera que o Brasil cresça 2,9% neste ano, ante estimativa anterior de 3,7%. Já para 2014, a projeção é de 3,5%, ante 4,2% apurada anteriormente. O relatório esclarece que a diminuição nas estimativas reflete a queda em geral dos países emergentes.

QE3 segue no radar
A tendência de queda também é vista nas bolsas norte-americana e europeias, que ainda seguem cautelosas em retomar o rali de altas após o
discurso de Ben Bernanke e a ata do Fomc (Federal Open Market Committee) de quarta-feira (22) e também com os dados ruins da economia chinesa divulgados na quinta-feira (23).

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O presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, alimentou as discussões sobre a possível retirada do programa de estímulos monetários do Fed, o Quantitative Easing 3. Em entrevista à rede norte-americana CNBC, Bullard disse que a inflação norte-americana é um trunfo para o sucesso da política monetária. O presidente do Fed acredita que a retirada do QE3 deve ocorrer apenas quando a inflação subir para 2% no ano – o índice de preços dos EUA terminou em 2012 com alta de 1,1%.

Dados industriais nos EUA…
O Durable Good Orders de abril, avaliação do volume de pedidos e entregas de bens duráveis formulada pelo Departamento de Comércio dos EUA, subiu 3,3%, ante expectativa de alta em 1,6%, após o indicador cair 5,9% no mês anterior.

Vale lembrar que o feriado de Memorial Day manterá as bolsas norte-americanas fechadas na próxima segunda-feira (27). Alguns mercados da Ásia também não abrirão, incluindo de Singapura, Malásia e Tailândia.

… e confiança no Brasil
A Sondagem do Consumidor, apresentada pela FGV (Fundação Getulio Vargas) voltou a cair em maio, retraindo novamente após apresentar estabilidade no mês anterior. O indicador registrou variação negativa de 0,4% no período.