Após “1ª hora” estável, Ibovespa tenta firmar tendência de alta

No último dia de divulgação de resultados brasileiros, investidores repercutem recessão europeia, discussão sobre novos estímulos na China e agenda dos EUA

Carolina Gasparini

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SÃO PAULO – O Ibovespa consolida movimento de alta nesta quarta-feira (15), após operar próximo da estabilidade na primeira hora de pregão. O principal índice de ações da BM&FBovepsa sobe 0,44%, a 54.908 pontos na cotação das 11h16 (horário de Brasília). Dentre as referências do pregão, destaque para o último dia da temporada de resultados brasileiros, indicadores econômicos norte-americanos, noticiário chinês e retração da economia europeia.

Assim como nos últimos dias, as maiores altas e baixas do Ibovespa são compostas por ações de empresas que divulgaram seus balanços trimestrais antes da abertura do pregão. Na ponta positiva, os papéis da JBS (JBSS3) avançam 5,02%, cotados a R$ 6,49, enquanto a Rossi (RSID3) sobe 7,84%, para R$ 3,44. Dentre as quedas, os ativos do Banco do Brasil (BBAS3) recuam 0,63%, a R$ 25,10, depois de reportar um lucro praticamente estável na comparação anual. Para conferir como foram os outros resultados divulgados, clique aqui.

Contribuindo para a alta no índice, ações com forte participação na carteira do Ibovespa apresentam diminuem suas perdas. É o caso das quedas de Petrobras (PETR3, R$ 18,72, -0,43%; PETR4, R$ 19,50, -0,26%) e Vale (VALE3, R$ 32,41, -1,16%; VALE5, R$ 30,66, -1,32%), que juntas respondem por quase 20% do benchmark. Além disso, a OGX Petróleo (OGXP3, R$ 1,81, +2,84%), que possui a 3ª maior participação individual no Ibovespa, volta a subir, repercutindo os resultados do leilão da ANP – veja mais em: além dos 10 blocos como operadora, OGX forma parcerias e leva mais 3 no leilão da ANP.

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Dados da indústria decepcionam nos EUA
Nos EUA, a  agenda econômica traz dados do setor industrial. A produção industrial norte-americana registrou queda de 0,5% em abril, ante projeções de recuo de 0,2%. No mês anterior o indicador registrou alta de 0,3%. Já a capacidade utilizada das indústrias foi de 77,8% em abril, ante projeções de 78,3% e 78,5% registrados no mês anterior.

Quem também decepcionou foi o NY Empire Index, que mede a atividade manufatureira no estado. O indicador mostrou queda de 1,4% em maio, enquanto as projeções apontavam para forte alta de 3,5%. Em abril, o resultado havia sido de expansão de 3,1%.

Além disso, os índices de preços no atacado, ou seja, preços cobrados pelos produtores, mostrou variação negativa de 0,7% – ante expectativa de 0,5% -, enquanto o núcleo do indicador subiu 0,1% – em linha com o esperado.

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Cresce expectativa sobre taxa de juros
Além das referências domésticas, os investidores acompanham o crescimento aquém do esperado da economia europeia, que trouxe a esperança de que o BCE (Banco Central Europeu) anuncie um novo corte na taxa de juros da região para combater a recessão.

O PIB (Produto Interno Bruto) da zona do euro recuou 0,2%, ante expectativas de recuo de 0,1%, registrando o sexto trimestre consecutivo e maior período em recessão desde o início da série histórica, em 1995. Nem o crescimento de 0,1% da economia alemã no 1º trimestre conseguiu anular os efeitos da crise econômica que abala a região, uma vez que era esperado crescimento de 0,3% na maior economia da zona do euro.

Apesar dos dados piores do que o esperado, a esperança de que o BCE corte ainda mais a taxa de juros da região para alavancar a economia aumenta a confiança dos mercados. No início do mês, o BCE reduziu a taxa de juros da zona do euro para 0,5%, uma queda de 0,25 ponto percentual. O  índice, que não era revisado desde julho do ano passado, chegou a um novo recorde histórico.

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Sinais positivos na Grécia e Reino Unido
Além dos dados da zona do euro, nesta quarta-feira o Bank of England aumentou as projeções para o crescimento econômico do Reino Unido, dizendo que vê uma recuperação e que a inflação local deve diminuir mais rápido do que o previsto anteriormente. Esses sinais de que a recessão não deve perdurar por muito mais tempo ameniza os dados, o que leva os principais índices acionários europeus a operarem em alta nesta sessão.

Outro sinal positivo para os mercados é a melhora no rating da Grécia. A agência de classificação de risco Fitch elevou na última terça-feira o rating de crédito para o país de “CCC” para “B-“.

China segue em discussão sobre novos estímulos
Mantendo as discussões iniciadas no começo da semana, o governo chinês voltou a dizer que tem espaço limitado para injetar novos estímulos econômicos para impulsionar a economia do país, afirmou o primeiro-ministro Li Keqiang segundo o jornal estatal China Securities Journal. O anúncio reforça a tese de que as autoridades chinesas estão cada vez mais confortáveis com uma possível desaceleração econômica do país, destruindo as esperanças entre alguns investidores de que Pequim poderia adotar novas medidas de estímulo.

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“Se houver confiança demais em medidas de política e lideradas pelo governo para estimular o crescimento, não apenas isso é insustentável como criaria novos problemas e riscos”, disse Li segundo o jornal.

Ainda no continente asiático, o índice japonês Nikkei bateu sua máxima em 5 anos e meio novamente, ultrapassando os 15 mil pontos, com alta de 2,29%, a 15.096 pontos. O iene mais fraco devido à agressiva política monetária japonesa levaram o índice a atingir a máxima nesta sessão. Os demais mercados asiáticos também registraram altas neste pregão.