PDG dispara 5,7%, OGX sobe 3,4% e CCX recua mais de 5%; veja destaques

Duratex sobe mais de 2% após ser posta como "queridinha" dos analistas de mercado; Profarma recua 6,5% após três pregões de forte alta

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Na contramão das principais bolsas internacionais, o Ibovespa conseguiu chegar ao segundo dia seguido de valorização, fechando esta quarta-feira (27) com alta de 0,65%, aos 56.034 pontos. Entre os destaques positivos, as ações da OGX Petróleo (OGXP3) subiram 3,91%, aos R$ 2,39 após divulgar seus resultados de 2012.

O prejuízo da petrolífera de Eike Batista cresceu 130,05% de 2011 para 2012, atingindo R$ 1,17 bilhão no ano passado, comunicou a empresa na terça. A companhia terminou o seu primeiro ano produzindo petróleo com uma receita de R$ 325 milhões, sendo que R$ 175 milhões foram no último trimestre.

Segundo Eduardo Machado, analista da Amaril Franklin, os números da petrolífera vieram dentro do esperado. “Mas a ação deve continuar com a forte volatilidade”, alerta. Isso porque as incertezas com ela continuam grandes, como mostram os dados de produção de janeiro e fevereiro, que não animaram o mercado.

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Em relatórios, as equipes de análise do Bradesco, Deutsche Bank e Itaú BBA também mostraram preocupação com a posição de caixa da empresa, já que o capex (investimento em máquinas e equipamentos) deste ano é de US$ 1,3 bilhão, próximo à posição de caixa de US$ 1,7 bilhão. Com isso, Eike deve exercer uma opção de compra, injetando US$ 1 bilhão na empresa.

Com redução no prejuízo, LLX avança 2%
Outra empresa do Grupo EBX também chamou atenção após reportar resultado. As ações da LLX Logística (LLXL3) avançaram 2,78%, cotadas a R$ 2,22, e chegaram na máxima do dia a alta de 3,70%, a R$ 2,24.

Machado diz que os números dela também vieram conforme o previsto. A redução do prejuízo demonstra uma melhora operacional, isso é, um avanço na execução do projeto do Superporto do Açu, o que é bem visto pelo mercado, diz.

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A empresa mostrou prejuízo de R$ 36,58 milhões, uma queda de 30,82% frente as perdas de R$ 52,87 milhões de um ano atrás. Desse resultado, R$ 28,66 milhões são atribuíveis ao acionista controlador, Eike Batista, enquanto perdas de R$ 7,91 milhões são atribuíveis aos minoritários.

CCX: voltando ao patamar pré-laudo da OPA
Ainda no grupo EBX, as ações da CCX Carvão (CCXC3), empresa que deve deixar a BM&FBovespa no dia 3 de junho, data que está prevista a realização da OPA (Oferta Pública de Aquisição) para fechamento de seu capital, registraram mais um dia de queda – 4ª seguida. Desta vez, os papéis da companhia recuaram 3,73%, fechando a R$ 3,61, quatro centavos abaixo do que eles valiam antes da divulgação do laudo de avaliação da empresa, no dia 25 de fevereiro – data em que Eike também confirmou que realizaria a OPA.

O laudo feito pela Brasil Plural apresentou um valor abaixo do oferecido por Eike. O controlador da companhia ofereceu um preço máximo de R$ 4,31 a ser pago pelas ações, enquanto a estimativa da Brasil Plural gira entre R$ 3,83 e R$ 4,24 por ação. Com isso, Eike Batista confirmou que realizará a OPA após a divulgação do laudo de avaliação, fazendo as ações da companhia saltarem 7,4% naquele pregão, indo de R$ 3,65 para R$ 3,92.

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PDG tem prejuízo bilionário, mas lidera ganhos do Ibovespa
Ainda na ponta positiva do índice, as ações da PDG Realty (PDGR3) lideraram os ganhos da sessão e fecharam com alta de 5,39%, a R$ 3,13, após “susto” no começo do dia, quando os papéis atingiram queda de 4,38%, a R$ 2,84.

A PDG registrou prejuízo de R$ 2,177 bilhões em 2012, ante lucro de R$ 708 milhões no ano anterior. No quarto trimestre de 2012, a empresa teve prejuízo líquido de R$ 1,786 bilhão, contra perda líquida de R$ 19,808 milhões no mesmo período de 2011. Segundo a equipe de análise da XP Investimentos, a perda líquida no trimestre já era esperada pelo mercado. E “o mais importante nos resultados da companhia não são números financeiros nominais, mas o novo plano de negócios e o valor dos ajustes contábeis”, disse.

A estratégia da companhia, elaborada após revisão detalhada do orçamento das obras, prevê lançamentos anuais de R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões a partir de 2015. Até lá, não serão traçadas estimativas para lançamentos, que devem evoluir conforme a melhora na capacidade operacional.

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Rossi: mínima desde março de 2009
Outras duas empresas do setor também divulgaram seus resultados na véspera. A Rossi (RSID3) reportou um prejuízo líquido de R$ 338,37 milhões no quarto trimestre, uma alta de 4.669,1% na comparação com o prejuízo de R$ 7,095 milhões do mesmo período do ano anterior, fechando 2012 com seu primeiro prejuízo contábil da história. Com isso, os papéis da empresa fecharam a sessão com queda de 1,95%, aos R$ 3,01 – menor patamar desde março de 2009.

Já a Rodobens (RDNI3) apresentou um lucro líquido no quarto trimestre de 2012 de R$ 13,9 milhões, ficando 23% abaixo dos R$ 18,1 milhões apresentados um ano antes. No acumulado do ano, a companhia teve lucro de R$ 84,3 milhões, uma alta de 46% ante os R$ 57,8 milhões de 2011. Mesmo com a alta anual do lucro, os papéis da empresa não tiveram bom desempenho e caíram 1,28%, cotados a R$ 14,71.

CPFL cai após contestação na revisão de ativos
As ações da CPFL Energia (CPFE3) registraram alta de 0,96%, a R$ 20,42, mas chegaram a cair 2,79% em sua mínima do dia, a R$ 20,22. De acordo com informações do Valor Econômico, a Abrace (Associação Brasileira dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres) contestou os valores da revisão de ativos, afirmando que a companhia teria aumentado o valor de seus investimentos considerado para definir as contas de luz.

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Entretanto, em entrevista ao Portal InfoMoney, o diretor de relações com investidores da CPFL Energia, Eduardo Takeiti, disse que “a situação da CPFL é bastante distinta em relação à Cemig”. Takeiti opõe-se aos valores usados como base para a Abrace para fazer a remuneração dos ativos.

Em relatório, a associação ressaltou que a CPFL investiu R$ 1,8 bilhão entre 2008 e 2012. “Contudo, os nossos cálculos apontam para investimentos de R$ 2,4 bilhões no período, sem levar em conta a inflação. Com o ajuste inflacionário, os valores passariam para R$ 2,7 bilhões”.

“Menina dos olhos” no Ibovespa, Duratex sobe 2,96%
Outro destaque positivo no pregão, as ações da Duratex (DTEX3) subiram 2,96%, aos R$ 16,00, impulsionadas por uma melhora na perspectiva de analistas em relação à empresa. Na máxima do dia, os papéis chegaram a subir 3,28%, praa R$ 16,05.

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Segundo levantamento feito pela agência de notícias Bloomberg, a Duratex é indicada como a empresa que possui o mais alto índice de consenso entre os papéis do Ibovespa, com 11 recomendações de compra, 2 de manutenção e nenhuma de venda. Além disso, três analistas elevaram suas recomendações nos últimos três meses – representando o melhor percentual de alta entre todas as ações.

Profarma desaba mesmo com alta de 53% no lucro
Após várias sessões com forte alta, sendo que na véspera as ações subiram 7,32%, os papéis da Profarma (PFRM3) não tiveram um bom dia na bolsa logo após a divulgação dos resultados da empresa. Mesmo com avanço de 53,6% no lucro anual, atingindo R$ 40,6 milhões, os ativos da companhia fecharam esta quarta com queda de 5,93%, aos R$ 22,20. Mesmo assim, as ações acumulam valorização de 23,40% no mês e de 53,10% no ano.

Apesar da alta no ano, a companhia registrou uma queda de 3,9% no lucro líquido do trimestre, para R$ 7,8 milhões. No trimestre, o Ebitda passou de R$ 24,2 milhões para R$ 18,8 milhões, uma baixa de 22,3% enquanto, no ano, registrou alta de 26,4%, para R$ 92,2 milhões.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.