Selic em baixa muda cenário de investimentos para debêntures e ações

Com uma possível entrada de pessoas físicas e fundos de pensão na bolsa, empresas mais defensivas também podem entrar no mercado, diz chairman do Goldman Sachs

Fernando Ladeira

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SÃO PAULO – Desde o início deste ano até o momento, a taxa básica de juro despencou de 11% ao ano para 7,5% ao ano, na sua mínima histórica. Muitos economistas acreditam que ela deverá permanecer em patamares baixos por um longo período, o que tem provocado uma oportunidade de mudanças no pefil dos investimentos.

Octavio de Barros, economista-chefe do Bradesco, lembra que é difícil prever o que acontecerá nesse cenário de juros baixos, já que não há nenhuma referência no País de um momento como esse. Entertanto, o economista faz um paralelo com a situação no Chile para dizer que é possível intuir uma maior entrada das pessoas físicas no mercado acionário.

Por lá, quando o país reduziu as taxas de juros, a parcela de ações entre os investimentos da população saltou de 10% para 20% em apenas três anos. No Brasil, essa porcentagem está em 11%, diz o economista, que ressalta não ser possível concluir que o Brasil seguirá o mesmo caminho do Chile.

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No mesmo evento, Paulo Leme, chairman do Goldman Sachs no Brasil, afirmou que os fundos de pensão terão um papel imporatnte nesse novo cenário, já que eles também terão que tomar mais risco.

Veja mais: “Espere o inesperado”, alerta chairman do Goldman Sachs no Brasil

Levando em conta o perfil mais defensivo dos fundos de pensão, Leme acredita que esse movimento poderá levar mais companhias pagadoras de dividendos às bolsas.

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Renda fixa também muda
Já para Gustavo Loyola, sócio-fundador da Tendências Consultoria e ex-presidente do Banco Central, essa redução tem efeitos importantes também na renda fixa.

“Na renda fixa, temos a oportunidade de criar um mercado de títulos privados de mais liquidez e de prazos mais longos”, afirmou nesta sexta-feira (31) durante o Conef (Congersso Nacional dos Executivos de Finanças).

Nesse novo cenário de busca por ganho real em meio a um ambiente de juros baixos e inflação acima do centro da meta, os títulos corporativos, como as debêntures, devem se beneficiar, disse, uma vez que eles costumam pagar mais por conta de uma incerteza maior quando comparado aos títulos públicos.

Um primeiro passo a essa transformação já foi dado. Em agosto deste ano a Cetip (CTIP3) lançou uma nova plataforma eletrônica de negociação de títulos públicos e privados. A plataforma, que ainda está em fase de testes, permitirá que grandes investidores negociem os títulos pela internet, em uma tentativa de elevar a liquidez dos papéis no mercado secundário.