PetroRio desaba 8% com petróleo; bancos sobem e varejistas caem com Selic e EUA, enquanto Gol e Yduqs têm forte queda após balanços

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (18)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Enquanto a reta final do pregão da última quarta-feira (17) foi de euforia para o Ibovespa, fortalecido pelo desfecho da reunião do Federal Reserve, que melhorou a projeção de crescimento econômico dos Estados Unidos este ano, mas repetiu a promessa de manter a meta de juros próxima de zero nos próximos anos, o desempenho foi praticamente o oposto para o índice nesta quinta-feira (18).

Com o tombo do petróleo e alta do rendimento dos Treasuries no radar e impactando Wall Street, as ações de bancos registraram ganhos, com a combinação da alta das ações do setor em Wall Street e também repercutindo a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) na véspera. O comitê do Banco Central elevou a Selic de 2% para 2,75% ao ano, acima da alta de 0,5 ponto esperada por boa parte dos analistas de mercado.

Neste cenário, as ações das seguradoras BB Seguridade (BBSE3, R$ 24,30, +0,37%), além da resseguradora IRB (IRBR3, R$ 6,17, +0,16%) chegaram a subir mais de 2%, mas fecharam próximas à estabilidade, enquanto que a SulAmérica (SULA11, R$ 36,38, +1,54%), após saltar quase 10% na véspera, teve alta de cerca de 1%. Já as ações de bancos também avançaram, caso de Santander Brasil (SANB11, R$ 40,88, +2,77%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 28,15, +0,57%), Bradesco (BBDC3, R$ 23,15,  1,85%;BBDC4); a exceção foi o Banco do Brasil (BBAS3, R$ 30,44, -0,85%), com queda de 0,85%.

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Conforme aponta a XP Investimentos, os bancos são diretamente beneficiados por uma elevação da taxa Selic devido à diferença entre o custo de captação e os juros cobrados dos clientes, diretamente atrelado ao spread bancário. “Com uma alta na taxa básica de juros, bancos tendem a aplicar uma taxa maior em empréstimos, porém o reajuste nos custos de captação é mais lento. Em outras palavras, a diferença entre o que os bancos recebem e pagam fica maior”, avaliam os analistas da XP.

Veja também: Qual o impacto da alta dos juros para as ações na B3? Confira os setores que mais ganham e os que mais perdem

As seguradoras também são beneficiadas porque, além da receita operacional que vem da venda de seguros, elas têm como outra fonte relevante de receita as aplicações feitas no mercado financeiro. Como uma grande parte dessas aplicações são em renda fixa com rendimentos atrelados à Selic, uma alta na taxa básica de juros leva a maiores retornos sobre o capital investido.

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Entre as maiores quedas, estiveram as ações de empresas de varejo e ligadas ao e-commerce, caso de Magazine Luiza (MGLU3, R$ 22,28, -6,93%), B2W (BTOW3, R$ 61,25, -5,11%), Totvs (TOTS3, R$ 28,27, -4,78%), Lojas Americanas (LAME4, R$ 21,70, -4,19%) e Via Varejo (VVAR3, R$ 11,61, -4,76%). A Rico Investimentos aponta que as empresas de varejo  tendem a ser negativamente afetadas por uma Selic maior. Isso porque a taxa de financiamento mais alta tende a pesar mais no bolso dos clientes, que passam a evitar gastar quando possível. Contudo, as ações dessas companhias, além do impacto do Copom, também acompanharam o movimento de alta do rendimento dos Treasuries, que fez com que o Nasdaq registrasse queda de 3,02%.

A alta do rendimento dos Treasuries tende a afetar mais fortemente o setor de tecnologia, que possuem fluxos de caixa mais longos e são mais impactadas pelo aumento nas taxas de juros de longo prazo, para ações de empresas em setores mais tradicionais, que são mais expostas ao ciclo econômico e, portanto, ganham mais com o reaquecimento da economia.

O setor de construção civil e o setor de operadoras de shopping center, também impactados pela alta da Selic, tiveram fortes variações negativas, com destaque para a JHSF (JHSF3, R$ 6,86, -4,72%), MRV (MRVE3, R$ 17,20, -4,02%) e EzTec (EZTC3, R$ 30,81, -3,45%) fecharam em baixa.

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Contudo, a maior baixa do Ibovespa ficou para as ações da PetroRio (PRIO3, R$ 88,20, -8,60%) que, até semana passada, tinha se beneficiado do cenário de alta do petróleo e, neste último pregão, sentiu o impacto da forte baixa de cerca de 7% da commodity, devido a um dólar mais forte, um aumento adicional nos estoques da commodity e de combustíveis nos Estados Unidos e também com o noticiário sobre a Covid-19. Sobre esse último ponto, o impacto é principalmente da suspensão de vacinações em alguns países da Europa (veja mais clicando aqui).  Os papéis da Petrobras (PETR3, R$ 22,97, -2,83%; PETR4, R$ 23,24, -3,49%) também fecharam em baixa, mas menos expressiva.

Os investidores também repercutiram os resultados do quarto trimestre de 2020: a Yduqs (YDUQ3, R$ 27,23, -4,99%) e a Gol (GOLL4, R$ 21,36, -7,53%) viram suas ações fecharem em forte queda, sendo que a aérea ainda revisou para baixo perspectivas para o começo de 2021, sugerindo que a segunda onda da pandemia no Brasil está tendo um impacto negativo significativo no mercado de viagens aéreas. A Copel (CPLE6 R$ 6,95, -0,43%), por sua vez, chegou a ter alta de suas ações, após o resultado e também com o pagamento de dividendos (veja mais clicando aqui), mas fechou em leve queda.

Fora do índice, as ações da Mils (MILS3, R$ 5,99, +5,27%) disparou mais de 5% após o resultado positivo.

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Confira os destaques:

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
SANB11 2.76521 40.88
BBDC3 1.84778 23.15
BBDC4 1.84686 26.47
SBSP3 1.61329 42.2
SULA11 1.53503 36.38

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
PRIO3 -8.60104 88.2
GOLL4 -7.53247 21.36
MGLU3 -6.934 22.28
BTOW3 -5.11232 61.25
YDUQ3 -4.98953 27.23

Gol (GOLL4, R$ 21,36, -7,53%)

A Gol revisou para baixo perspectivas para o começo de 2021, sugerindo que a segunda onda da pandemia no Brasil está tendo um impacto negativo significativo no mercado de viagens aéreas, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira.

A companhia, que esperava receita do primeiro trimestre chegasse a R$ 2,4 bilhões, agora estima apenas R$ 1,7 bilhão. A nova projeção representa apenas 52% dos níveis pré-pandemia.

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A Gol, a maior companhia aérea do Brasil, relatou um lucro modesto de R$ 16,8 milhões no quarto trimestre, que é parte da alta temporada do Brasil. Mesmo assim, a registrou prejuízo em todo o ano de 2020 de R$ 6 bilhões, em grande parte devido à pandemia de Covid-19.

No quarto trimestre, o lucro antes de juro, impostos, depreciação e amortização (Ebtida, na sigla em inglês) ainda foi a R$ 132,8 milhões, queda de 90,9% na comparação ano a ano. Enquanto isso, a margem Ebitda foi de 7%, baixa de 31,5 pontos percentuais.  O resultado operacional (EBIT) foi negativo em R$ 319,2 milhões, contra Ebit positivo de R$ 694,7 milhões. Já a margem Ebit ficou em -16,9%, contra 18,3% no ano anterior.

A perspectiva menos otimista da Gol é apenas o mais recente sinal de que a segunda onda de coronavírus no Brasil, que apenas esta semana atingiu recordes históricos de mortes diárias e novas infecções, está afetando negativamente a economia, já que as restrições de saúde prejudicam a demanda por viagens.

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A Gol disse que seus números de março foram os mais afetados pela nova onda e que teve que reduzir sua programação de voos para 40% dos níveis de março de 2020.

A companhia aérea também aumentou prognóstico para consumo de caixa esperado para o primeiro trimestre para 3 milhões de reais por dia, de uma estimativa anterior de R$ 2 milhões por dia.

Yduqs (YDUQ3, R$ 27,23, -4,99%)

O grupo de educação Yduqs teve prejuízo de R$ 102,6 milhões no quarto trimestre, ante lucro de R$ 58,1 milhões em igual etapa de 2019, refletindo efeitos da crise criada pela pandemia e a gradual descontinuidade do Fies.

A companhia especializada em ensino superior e dona de Estácio, entre outras, anunciou nesta quarta-feira que sua receita líquida no período cresceu 14,4%, a R$ 963 milhões. Mas esse crescimento refletiu sobretudo os efeitos de aquisições, como as do grupos Adtalem e Athenas.

O lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) caiu 50,8% ano a ano, para R$ 114,2 milhões, com a perda de receita do programa federal Fies, além de concessão de descontos e maiores provisões para perdas com inadimplência, em meio à crise econômica decorrente da pandemia da Covid-19.

A empresa citou ainda leis e decisões na justiça que implicaram em concessão linear de descontos e provocaram impacto de R$ 83,8 milhões  no trimestre.

O segmento presencial da Yduqs fechou 2020 com 335 mil alunos, alta de 8,5%, resultado das aquisições. Sem elas, a base de alunos de graduação caiu em 7,4%. Em contrapartida, o ensino digital a base cresceu 49,8%, número que sobe para 64%, para 427 mil, se incluir as aquisições. O capex da Yduqs somou 194 milhões de reais no trimestre, alta de 44% sobre um ano antes, refletindo maiores investimentos em transformação digital e tecnologia da informação.

A posição de caixa da companhia fechou 2020 em R$ 1,63 bilhão, alta de 168,1% em 12 meses, consequência das emissões de dívida para financiarem recentes aquisições.

Ao mesmo tempo, a dívida líquida deu um salto de 190%, para R$ 3,2 bilhões de reais, com a alavancagem financeira medida pela relação dívida/Ebitda ajustado de 0,1 vez para 1,4 vez.

“Em um trimestre sazonalmente fraco, a Yduqs apresentou um resultado misto com um desempenho positivo no ensino à distância com a base de alunos crescendo 64% ao ano  (7% acima de nossas estimativas) e com uma melhora em termos de evasão em relação ao quarto trimestre. No entanto, as margens foram impactadas negativamente por maiores provisões para devedores duvidosos”, aponta a XP.

Contudo, o foco de curto prazo deve ser o ciclo de captação de 2021, que provavelmente será impactado negativamente pela segunda onda da Covid no Brasil o que, na opinião dos analistas, é a causa da pressão de curto prazo sobre ações, que deve permanecer até que tenham uma visão mais clara sobre o impacto da Covid na captação. “Mesmo assim, continuamos otimistas com as perspectivas de longo prazo para a empresa e reiteramos nosso rating de compra e preço alvo de R$ 50,70 por ação”, destacam os analistas Vitor Pini e Matheus Soares.

Ânima (ANIM3, R$ 8,20, -4,87%)

A Anima teve prejuízo líquido de R$ 33,1 milhões no quarto trimestre do ano passado, alta de 16,9% frente igual período de 2019. Em 2020, o prejuízo foi de R$ 41,1 milhões, alta de 328,5% no comparativo anual.

Enquanto isso, a  receita líquida subiu 17,5% no comparativo trimestral, a R$ 375,9 milhões. No ano, a receita foi de R$ 1,42 bilhão, alta de 20,4%. O aumento da mensalidade média e a expansão da base de alunos por aquisições foram responsáveis pelo aumento na receita líquida anual, apontou a companhia.

A XP destaca o crescimento na receita líquida devido ao ticket médio mais alto e um forte desempenho da margem bruta devido a menores despesas com pessoal. Porém, para fazer frente a um cenário mais desafiador para a captação e rematrículas por conta da Covid, a empresa gastou mais em marketing e teve maiores provisões para devedores duvidosos pressionando a margem EBITDA.

“Em suma, os resultados foram mistos, com um desempenho robusto em termos de receita e margem bruta – um dos pilares da nossa tese de investimento; mas com forte pressão vinda das despesas operacionais. No entanto, todos os olhos estão no ciclo de captação de 2021, que provavelmente será impactado negativamente pela segunda onda da Covid no Brasil, que em nossa opinião é a causa da pressão de curto prazo sobre as ações, que deve permanecer até que tenhamos uma visão mais clara sobre o impacto da Covid na captação. Mesmo assim, continuamos otimistas com as perspectivas de longo prazo para a empresa e reiteramos nossa recomendação de Compra e o preço-alvo de R$ 15 por ação”, destacam os analistas.

EzTec (EZTC3, R$ 30,81, -3,45%)

A construtora Eztec teve lucro líquido de R$ 139,7 milhões no quarto trimestre, 30% maior do que em igual etapa de 2019, uma vez que o resultado financeiro conseguiu compensar o desempenho operacional mais fraco.

A forte alta do IGP-DI, na esteira da valorização do dólar ante o real, teve resultado positivo na carteira de recebíveis da companhia, que financia diretamente as vendas para parte de seus clientes. Assim, o resultado financeiro respondeu sozinho por 55% do lucro do período.

Por outro lado, a receita líquida da Eztec, de R$ 262,2 milhões, teve queda de 15% ano a ano, com a diminuição no ritmo de obras e de vendas de estoque pronto. A companhia mencionou queda no ritmo de aprovações de projetos e os efeitos da forte alta de insumos como de aço, cimento, PVC, cobre, esquadrias de alumínio, vidro, elevadores, entre outros.

Com o valor geral de vendas (VGV) desabando 59,2%, o Ebitda foi de R$ 75,4 milhões, queda de 19%. Em outra frente, a Eztec acelerou novas aquisições de terrenos “devido ao seu acesso diferenciado às oportunidades criadas pela pandemia”, o que resultou numa queima de caixa de 219 milhões de reais no trimestre.

Ainda assim, a companhia afirmou que espera lançar de R$ 2,8 bilhões a R$ 3,3 bilhões em projetos residenciais ao longo de 2021.

No balanço patrimonial, a companhia registrou uma queima de caixa de R$ 219 milhões devido à aquisição de terrenos para suportar seu robusto plano de lançamentos (entre R$ 2,8 bilhões e R$ 3,3 bilhões em 2021) e o pagamento de R$ 67 milhões em dividendos no último trimestre de 2020. “Dito isso, não esperamos que o resultado seja um catalisador para a ação e reiteramos nossa recomendação de compra (preço-alvo de R$ 48 por ação) e nossa preferida no segmento de média e alta renda”, avaliam os analistas da XP.

SLC (SLCE3, R$ 41,15, -1,37%)

A SLC Agrícola lucrou R$ 194,2 milhões no quarto trimestre de 2020, alta de 119% ante igual período do ano anterior, apoiada por um “avanço notável no resultado bruto das culturas”, disse nesta quarta-feira a empresa, grande produtora de grãos, em um cenário de firme demanda externa e preços atrativos para a soja, milho e algodão.

Já o Ebitda ajustado da companhia foi de R$ 397,9 milhões no último trimestre do ano passado, avanço de 43,4% na comparação anual. A companhia destacou que o lucro líquido do trimestre foi integralmente desencadeado pela operação agrícola, visto que não houve entrada de recursos por venda de terras.

A receita líquida dos três últimos meses de 2020 somou R$ 1,125 bilhão, alta de 37,4% no ano a ano, enquanto o volume de grãos faturado foi de 495,9 mil toneladas, avanço de 15,2%.

“A receita… foi decorrente, em grande parte, de melhores preços de faturamento em todas as culturas, ao que se somou o maior volume faturado nas culturas de algodão e milho”, disse a empresa.

Vivara (VIVA3, R$ 23,29, -1,52%)

A rede de joalherias Vivara registrou lucro líquido no quarto trimestre de 2020 de R$ 93,1 milhões, 0,6% acima frente os R$ 92,6 milhões registrados no mesmo trimestre de 2019.

A receita líquida da empresa no quarto trimestre de 2020 foi de R$ 461 milhões, 13,2% superior sobre o resultado de um ano antes.

Já o Ebitda do quarto trimestre ficou em R$ 145,8 milhões,19,5% acima na comparação com igual trimestre de 2019.

“A Vivara reportou sólidos resultados referentes ao quarto trimestre de 2020, com crescimento de vendas mesmas lojas de 11,3% na base anual levando a um nível recorde de vendas, mesmo em meio à pandemia. Além disso, a companhia entregou uma expansão de margem Ebitda de 0,6 ponto devido à alavancagem operacional e renegociações de aluguel, mesmo com uma base difícil de margem bruta devido à uma Black Friday mais limitada em 2019. Dessa forma, o EBITDA veio 18% acima das nossas estimativas”, aponta a XP.

Assim, a companhia entregou resultados acima das estimativas dos analistas, que já viam como fortes, e com uma qualidade muito boa, principalmente em meio à pandemia. Os analistas mantêm recomendação de compra e preço alvo de R$ 33,0 por ação para o fim de 2021.

Copel (CPLE6, R$ 6,95, -0,43%)

A Companhia Paranaense de Energia – Copel – lucrou R$ 1,12 bilhão no quarto trimestre de 2020,  88,4% acima frente o lucro líquido de R$ 596,5 milhões registrado no mesmo trimestre de 2019.

A receita líquida da empresa no quarto trimestre de 2020 foi de  R$ 5,65 bilhões, 30,8% superior sobre o resultado de um ano antes.

O Ebitda  do trimestre foi de R$ 1,30 bilhão, alta de 26,5% sobre o mesmo trimestre de 2019.

Embora os números do Ebitda ajustado da Copel – de R$ 982 milhões, tenham ficado relativamente em linha com as estimativas da XP, os analistas avaliam que o mercado reagirá positivamente aos resultados devido ao anúncio de dividendos no trimestre de 8.2% de dividend yield (valor do dividendo sobre o preço da ação).

A Copel aprovou uma distribuição total de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) para o exercício de 2020 de R$ 2,5 bilhões, ou 65% do lucro líquido para o exercício de 2020 de acordo com sua Política de Dividendos recentemente revisada.

Em relação aos componentes da distribuição de dividendos, R$ 807,5 milhões em JCP (R$ 0,31 / ação para CPLE6, já ajustado pelo desdobramento recente) como dividendos mínimos pela Lei das S.A. (25% do Lucro Líquido) já foram anunciados em 9 de dezembro de 2020, e as ações negociam ex-JCP desde 29 de dezembro de 2020, com data de pagamento a ser definida.

Além disso, a Copel anunciou uma distribuição adicional de R$ 1,51 bilhão aos acionistas (R$ 1,37 bilhão em dividendos regulares e R$ 134 milhões em JCP), com base nos lucros acumulados em seu balanço.

“Olhando em termos de proventos por ação (para acionistas de CPLE6), a distribuição total é de R$ 0,5787 por ação, implicando em um dividend yield de 8,2% líquido de impostos sobre a parcela do JCP (15% de imposto de renda retido na fonte). A distribuição de dividendos, bem como a data de pagamento ainda não foram aprovadas na próxima Assembleia Geral de Acionistas em abril de 2021”, destaca a XP.

Mills (MILS3, R$ 5,99, +5,27%)

A Mills registrou um lucro líquido de R$ 7,6 milhões no quarto trimestre de 2020, revertendo prejuízo de 2,7 milhões registrados um ano antes. Já a receita líquida subiu 7%, para R$ 148,2 milhões.

De acordo com a XP Investimentos, o resultado foi positivo e bem acima das expectativas. As linhas de custos e despesas avançaram menos do que o crescimento de receita, consequentemente, a Mills conseguiu entregar um Ebitda de R$ 56,2 milhões, 35% acima do esperado pelos analistas, com forte incremento de margem (38,0% no quarto trimestre de 2020 versus 28,2% no mesmo período de 2019).

Apesar dos desafios advindos da pandemia e de uma possível segunda onda, a companhia fechou o trimestre com mais de R$ 170 milhões em caixa líquido, apontaram. “O resultado corrobora nossa visão otimista para a empresa e acreditamos que o ciclo de lucratividade chegou. Com isso, reiteramos nossa recomendação de compra e preço-alvo de R$ 8,20 por ação”, destaca a XP.

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 22,28, -6,93%)

O Magazine Luiza informou a aquisição da plataforma de conteúdo digital de moda, beleza e decoração Steal the Look (STL), por valor não revelado.

Fundado em 2012, a Steal the Look produz conteúdo sobre tendências de moda, beleza e decoração, além de cultura, comportamento e empreendedorismo. Segundo o Magazine Luiza, a STL tem cerca de 2,5 milhões de seguidores nas redes sociais e 6 milhões de visitantes únicos por ano.

A compra faz avançar em duas frentes definidas como estratégicas para o ano: expansão em moda e em publicidade digital.

“As categorias de moda e beleza, juntas, formam um mercado extremamente pulverizado, ainda pouco digitalizado e com tamanho total de 223 bilhões de reais anuais. Seu potencial online pode chegar a 67 bilhões em um futuro próximo”, disse em nota a diretora-executiva de Moda e Beleza do Magalu, Silvia Machado.

O Magazine Luiz entrou no segmento de moda em 2019, com a compra da Netshoes e da Zattini – conquistando um marketshare relevante logo de início. No ano passado, comprou a Hubsales, passando a conectar fabricantes de moda diretamente ao consumidor final por meio de seu marketplace.

Engie (EGIE3, R$ 41,90, -1,02%)

A Engie Brasilestá retomando o processo de venda da totalidade de suas ações na termelétrica Pampa Sul, anunciou a companhia nesta quarta-feira, em meio a um movimento mais amplo para se desfazer de ativos de carvão. Segundo o comunicado, a Pampa Sul já recebeu investimento de mais de 2 bilhões de reais.

Com capacidade instalada de 345 megawatts, a termelétrica está 100% contratada no Ambiente de Contratação Regulada (ACR) até 31 de dezembro de 2043, disse a Engie.

Desde o início da geração de energia na usina em caráter comercial, em junho de 2019, foram identificados ajustes em parâmetros de operação e seus diversos sistemas e equipamentos, “tornando Pampa Sul um ativo consolidado e com os riscos operacionais reduzidos”, disse a Engie. “A companhia está centrada em seu propósito de acelerar a transição para uma economia neutra em carbono, direcionando as suas atividades para geração de energia renovável, gás natural e infraestrutura”, enfatizou.

(com Reuters)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.