Ações de terceira linha, blue chips e small caps: quando apostar em cada uma

Termos servem para classificar ações listadas nas bolsas de valores de acordo com a liquidez que apresentam

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Diversos jargões são usados no universo das bolsas de valores ao redor do mundo. Muito mais do que conhecê-los, aquele que pretende investir em ações deve entendê-los, para poder aplicar melhor seu dinheiro. Entre eles, estão blue chips, small caps e ações de terceira linha. Você sabe o que significa tudo isso?

Os termos servem para classificar ações listadas nas bolsas de valores de acordo com a liquidez. Segundo o estrategista da Futura Investimentos, Adriano Moreno, não existe um corte específico e objetivo para fazer isso, sendo que é o próprio mercado que acaba definindo as ações encaixadas entre as blue chips, small caps e de terceira linha.

“Fichas azuis”
Porém, ele disse que as empresas blue chips acabam sendo aquelas com pelo menos R$ 30 milhões de negociação diários e capitalização acima de R$ 10 bilhões. “Quanto mais líquido, melhor a avaliação do papel. Empresas de maior capitalização são as de maior liquidez na bolsa, as chamadas blue chips”.

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E, para os curiosos de plantão, saibam que o termo “blue chip” tem relação com as fichas usadas em apostas nos cassinos norte-americanos. As azuis são as de maior valor, como as empresas que levam o nome.

“As blue chips são as mais negociadas na bolsa, como Petrobras, Vale, Usiminas, CSN, Gerdau, Bradesco e Itaú. São as que têm ações negociadas em Nova York, os ADRs (American Depositary Receipts)”, exemplificou o estrategista da TCX Consultoria e Gestão, Edgard Tamaki.

Small Caps e ações de terceira
Ainda em um critério arbitrário usado por Moreno, é possível dizer que as ações small caps, também chamadas de segunda linha, são aquelas com capitalização de R$ 5 bilhões e de volume diário de negociação em torno de R$ 5 milhões. Já Tamaki completa: “São empresas que têm boa aceitação do investidor, mas não têm grande volume de negociação”.

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Uma diferença entre as small caps e as blue chips é que as primeiras têm um grande spread na negociação, o que significa que o preço de compra e venda é distante. “Nas blue chips, a briga é por centavos, porque são papéis que possuem muita liquidez”, explicou o estrategista da TCX.

As empresas de terceira linha, ainda no conceito de Moreno, são aquelas de movimentação de R$ 1 milhão e capitalização em torno de R$ 1 bilhão. De acordo com Tamaki, são empresas com pouquíssima negociação e que, por vezes, podem ser aquelas que acabaram de entrar na bolsa de valores.

Características
Em relação ao risco, segundo Moreno, quanto menor a capitalização, maior ele é, o que acende o farol vermelho para as ações de terceira linha.

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“A Petrobras tem R$ 250 bilhões de capitalização. Ela vai bem em crise, com mercados difíceis, porque ela é grande e tem fácil acesso ao crédito. Dificilmente vai ter problemas operacionais. As de grande capitalização dificilmente quebram, enquanto as menores são mais frágeis e apresentam mais risco”.

Além disso, as empresas com menor liquidez sofrem mais em momentos mais frágeis. Por isso, de acordo com Moreno, os investidores com perfil mais conservador costumam apostar mais nas blue chips, que são mais líquidas e seguras. “Quando desce de linha, tem empresas com maior potencial, mas mais risco. Uma Petrobras é uma empresa que já é grande e não consegue duplicar de tamanho, mas se a empresa é pequena, ela consegue multiplicar seu tamanho”.

Estratégias
Aos investidores que têm maior conhecimento de mercado e mais experiência, Moreno indica as small caps e ações de terceira, que devem ser usadas também por quem está atrás de diversificação.

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Já Tamaki aconselhou a aposta nas small caps para quem não quer passar por sustos, já que ela não oscila muito no dia-a-dia por não ter muitas negociações. “Se tem foco no longo prazo, elas dão lucro lá na frente”.

Após momentos de crise, como a de 2008 e a que se vivencia na Europa, Moreno explicou que os papéis que respondem positivamente primeiro são as blue chips. Mas, quando o mercado está pessimista, caem primeiro as ações de segunda e terceira linha, para depois as blue chips entrarem no cenário.