Ação da Petrobras sobe 22%, Magazine Luiza e B2W saltam mais de 25% em dia alívio no mercado; Yduqs cai 6% após balanço

Confira os destaques da B3 na sessão desta sexta-feira (13)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão desta sexta-feira foi de recuperação, mas também de forte volatilidade, para o Ibovespa, após o pior pregão desde 1998, quando caiu 14,78%.

O índice chegou a subir 16% nas primeiras horas do pregão, com os investidores à procura de oportunidades na bolsa após a forte queda de diversos ativos, como de Petrobras e aéreas, com baixa superior a 40% na semana.

Contudo, o índice foi amenizando os ganhos logo na primeira hora do dia, chegando a quase zerar com o rumor de que Jair Bolsonaro, presidente do Brasil, teria contraído coronavírus, suspeita essa que cresceu após ele voltar de viagem dos EUA, onde se encontrou com o seu colega americano Donald Trump.  O benchmark voltou a ganhar ímpeto após a negativa do presidente e também com os investidores digerindo os efeitos das ações de diversos bancos centrais para tentar amenizar os efeitos do coronavírus na economia.

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As ações da Petrobras chegaram a subir 20% no início do pregão, amenizaram fortemente os ganhos, e no fim da tarde passaram a ter ganhos ainda mais fortes, ganhando ímpeto após a fala de Donald Trump. Já a Vale avançou 21%. Bancos, por sua vez, subiram entre 10% e 15%, com destaque para o Banco do Brasil.

Os ganhos foram intensificados após Trump declarar estado de emergência nacional por conta do coronavírus, dando espaço para a ajuda a estados e municípios. Além disso, especificamente impactando as petroleiras, o presidente americano anunciou que Trump anuncia que comprará grande quantidade de petróleo.

Neste cenário, os contratos futuros do petróleo fecharam em alta na sessão, com o contrato do tipo brent para maio em alta de 1,89%, a US$ 33,85 por barril, mas acumulando perdas de 25,22% na semana. O contrato do WTI para abril avançou 0,73% hoje, a US$ 31,73 por barril, mas com queda de 23,13% na semana. Esta foi a pior semana desde a crise financeira de 2008 para a commodity, em meio à guerra de preços entre Arábia Saudita e Rússia.

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Varejistas também registraram fortes ganhos na sessão, com alta de 27,40% para B2W (BTOW3) e de 22,53% para o Magazine Luiza (MGLU3). As ações das varejistas passaram a ser mais pressionadas pelo noticiário sobre o coronavírus, em meio à expectativa de desaceleração da economia brasileira seguindo a atividade mundial. Ao mesmo tempo, como houve uma forte alta dos papéis desde o ano passado, o movimento de forte queda do mercado guiou uma venda dos papéis, com os investidores embolsando o lucro das ações. Assim, em dia de maiores altas do mercado, os papéis passam a registrar fortes ganhos. Via Varejo (VVAR3) registrou ganhos de 12,82%.

A maior baixa, por sua vez, ficou com os papéis da Yduqs, ex-Estácio, que divulgou resultados do quarto trimestre considerados fracos.

Confira os destaques:

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Vale (VALE3)

A Vale informou que pode enfrentar dificuldades operacionais relacionadas à força de trabalho e pode ter que adotar medidas de contingência ou eventualmente suspender operações por conta da pandemia de coronavírus, segundo comunicado ao mercado.

A empresa depende de uma extensiva cadeia de logística e de fornecedores que inclui Ásia e Europa; todas as viagens de negócios e eventos não-essenciais foram cancelados ou postecipados até novas orientações.

“Em escritórios em países onde a covid-19 tem apresentado um impacto mais severo, a Vale implementou a rotina de trabalho remoto (home office)”, disse a companhia.

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Gol (GOLL4)

A Gol informou que a programação de voos será ajustada para garantir equilíbrio entre o novo cenário de demanda e a qualidade e amplitude da nossa malha aérea, em meio à queda das viagens por conta do coronavírus.

Yduqs (YDUQ3)

A Yduqs (YDUQ3), o segundo maior grupo de educação privada do Brasil, reportou um lucro líquido de R$ 684,4 milhões em 2019. Segundo a empresa, o lucro avançou 6,1% sobre 2018. Houve uma pequena queda no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), que recuou 1,2% em 2019, sobre 2018, para R$ 1,14 bilhão.

De acordo com a empresa, a queda ocorreu porque a empresa ofereceu descontos maiores em bolsas como uma estratégia para manter alunos. A receita operacional líquida também recuou, 1,5% sobre 2018, para R$ 3,54 bilhões.

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A Yduqs conseguiu reduzir as despesas gerais e administrativas em 4,3% no ano passado, para R$ 586 milhões. A empresa informou que distribuirá dividendos de R$ 153,5 milhões aos acionistas, em data a ser definida na próxima Assembleia Geral Extraordinária.

Os investimentos foram de R$ 366,4 milhões em 2019 e envolveram a expansão dos cursos de saúde; novos laboratórios odontológicos; um sistema de digitalização de documentos; e renovação do sistema de ar-condicionado.

Conforme aponta o Morgan Stanley, os resultados da companhia foram considerados fracos, com destaque para a receita menor que as estimativas pelos preços mais baixos. Além disso, aponta, as despesas não-recorrentes seguem impactando o quarto trimestre da companhia.

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Qualicorp (QUAL3)

A administradora de planos de saúde Qualicorp publicou ontem balanço e comunicou um lucro líquido de R$ 66,7 milhões no quarto trimestre de 2019. Houve queda de 30,2% em comparação ao quarto trimestre de 2018.

O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) também recuou no quarto trimestre do ano passado, 47,2%, para R$ 126,4 milhões. A empresa teve um avanço na receita líquida no período, de 8,8% para R$ 521,2 milhões.

O lucro líquido consolidado de 2019 foi de R$ 392,8 milhões, leve queda de 0,6% na comparação com 2018, quando o resultado foi de R$ 395 milhões.

O Bradesco BBI avaliou como positivo o balanço de 2019 divulgado ontem pela operadora de planos de saúde Qualicorp. Segundo o BBI, lucro e receita líquida da operadora vieram acima das projeções no quarto trimestre de 2019 e a Qualicorp ainda tem espaço para entregar uma margem maior aos acionistas. O banco mantém a recomendação “outperform” para a ação QUAL3 e fixa preço-alvo de R$ 50,00 para o papel em 2020, uma alta de 73% sobre os R$ 28,60 no fechamento de ontem na B3.

Kepler Weber (KEPL3)

A Kepler Weber informou em balanço que obteve um lucro líquido de R$ 37,6 milhões em 2019, numa expansão de 354% sobre 2018. A empresa, fornecedora de equipamentos agrícolas e de armazenagem de grãos, informou que sua receita líquida no ano passado cresceu 1,2% para R$ 583 milhões.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) avançou 144,6% para R$ 92,5 milhões no ano passado – sobre 2018.

LIGHT (LIGT3) 

A Light, distribuidora de energia elétrica no Estado do Rio de Janeiro, passou do lucro para o prejuízo no quarto trimestre de 2019: a empresa fechou no vermelho em R$ 48 milhões. Em igual período de 2018, a Light lucrou R$ 92 milhões. A empresa explicou no seu balanço que o prejuízo ocorreu por causa da deterioração do resultado financeiro, decorrente do fato de parte das dívidas das Light estarem em dólares. No consolidado de 2019, porém, o lucro líquido da empresa cresceu 7,4% para R$ 178 milhões.

O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) recorrente avançou 7,9% no quarto trimestre, para R$ 464 milhões. Já o Ebitda ajustado do período (que incorpora a variação cambial) mostra prejuízo de R$ 82 milhões.

A carga fio da Light caiu 1,6% no quarto trimestre de 2019, para 9,7 GHw, principalmente pelo menor consumo dos clientes de siderurgia. Segundo a empresa, a carga fio avançou 1,6% no ano passado, sobre 2018, para 37.3 GHw. A Light fechou 2019 com uma dívida líquida de R$ 6,7 bilhões, que segundo a empresa é administrável, com uma relação dívida líquida sobre Ebitda em 2,9 vezes (2,9X). Em 2018, a relação era de 3,63 vezes (3,63x).

Unidas (LCAM3) 

A Unidas, segunda maior locadora de carros do país, informou um lucro líquido recorrente de R$ 96 milhões no quarto trimestre de 2019, um avanço de 54,2% sobre igual trimestre do ano anterior. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 331,6 milhões, um crescimento de 20,5% sobre igual trimestre do ano anterior. Os resultados trimestrais mostram um crescimento expressivo, que aconteceu nos aluguéis de carros na rede do varejo e nas vendas de carros semi-novos nas revendas da bandeira.

Os resultados da Unidas, vale lembrar, incluem os da mineira Locamerica, com quem a empresa paulista fez uma fusão em 2018. A empresa publicou balanço com os números atualizados pelo IFRS 16. O lucro líquido recorrente no consolidado de 2019 avançou 75,7% sobre 2018, para R$ 338,1 milhões. Como lado negativo, houve um forte avanço de 25,6% na depreciação em 2019 sobre 2018, para R$ 468,3 milhões. O Ebitda recorrente cresceu 24,4% em 2019 sobre 2018, para R$ 1,26 bilhão. A margem Ebit recorrente caiu a 36,9% em 2019, ante 39,5% em 2018. O endividamento líquido da Unidas-Locamerica avançou 36,8% em 2019 para R$ 2,6 bilhões.

Mas a empresa explicou que como realizou com sucesso uma oferta pública primária e secundária de ações na B3 em dezembro de 2019, fechou o ano com caixa líquido de R$ 2 bilhões, suficiente para cobrir com tranquilidade os vencimentos da dívida por pelo menos três anos. Segundo a Unidas, 97% das dívidas são de longo prazo. A proporção dívida líquida sobre o Ebitda fechou 2019 em 2,08 vezes (2,08x).

O Bradesco BBI avaliou como positivo o balanço publicado pela Unidas, segunda maior locadora de carros do país. Segundo o BBI, o Ebitda do quarto trimestre de 2019 chegou em linha com as projeções do banco e houve um crescimento expressivo na quantidade do aluguel de carros, embora os preços tenham caído 8% na comparação ao quarto trimestre de 2018.

O BBI destaca que no período os investimentos em eficiência que a Unidas fez nos trimestres anteriores começaram a dar resultado, com a taxa de ocupação da frota no varejo avançando 2,8 pontos porcentuais para 79,4% no rent-a-car. O BBI também citou a expansão das vendas de carros semi-novos, com a abertura de 7 lojas no período, elevando para 112 o total de revendas, o que aumentará a margem da empresa no ramo em 2020. O BBI mantém a recomendação outperform para o papel LCAM3, com preço-alvo de R$ 30,00 – alta de 131% sobre os R$ 13,00 no fim do pregão de ontem na B3.

Invepar (IVPR3B)

A concessionária Invepar comunicou ao mercado que vendeu a sua participação na Concessionária Rota do Atlântico (CRA), em Pernambuco, para o fundo Monte Equity Partners. A empresa não revelou quanto será pago na transação. A Odebrecht, em recuperação judicial, é sócia da Invepar e do Monte Equity Partners na CRA.

Taesa (TAEE11)

A Taesa, uma das maiores transmissoras de energia elétrica do país, divulgou balanço do quarto trimestre de 2019 e informou uma queda de 34,1% no lucro líquido no período, em comparação a 2018, para R$ 177,5 milhões. No consolidado de 2019, o lucro líquido caiu 6,4% sobre 2018, para R$ 1 bilhão. Os resultados levam em conta o IFRS 16. A receita líquida no quarto trimestre de 2019 recuou 13,8% sobre igual trimestre de 2018 para R$ 427,5 milhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) caiu 0,8% no quarto trimestre de 2019, sobre igual período de 18, para R$ 258,2 milhões. Se os resultados do quarto trimestre da Taesa mostraram deterioração, no consolidado de 2019 houve avanço de 9,8% na receita líquida sobre 2018, para R$ 1,79 bilhão. A dívida líquida da empresa, contudo, também cresceu, 16,1% em 2019 sobre 2018 para R$ 2,8 bilhões. A relação dívida líquida sobre o Ebitda avançou de 1,7 vezes (1,7x) em 2018 para 2,2 vezes (2,2x) em 2019.

O Itaú BBA avaliou como Neutro o balanço da transmissora de energia Taesa. Segundo o BBA, os resultados em geral chegaram dentro das projeções, com a exceção do lucro líquido, que foi menor. As expectativas para a Taesa, contudo, não são negativas. O banco lembra que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizará dois leilões em 2020, e a empresa poderá participar, embora já esteja comprometida com altos investimentos. O BBA manteve a nota underperform (abaixo da média) para o papel TAEE11, com preço-alvo de R$ 30,00 para a ação – alta de 7,3% sobre os R$ 27,97 do fim de pregão ontem na B3.

Recomendações

O Bradesco BBI elevou a recomendação para as ações do Itaú Unibanco (ITUB4) e das units do Santander Brasil (SANB11) de neutra para outperform (desempenho acima da média) do mercado, após o sell-off das últimas sessões. A equipe de análise avalia que os bancos privados podem ser uma das melhores opções para investidores se protegerem.

“Apesar de ainda enxergarmos problemas estruturais no setor para o longo prazo, com margens financeiras pressionadas por juros baixos e uma queda nas taxas de serviços devido à competição mais acirrada, enxergamos queda limitada às estimativas de deterioração e riscos de alta com valuations atrativos – acreditamos que os bancos privados são defensivos no momento atual e entre as melhores opções para os investidores”, avaliam os analistas.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.