Ações de Cyrela, CSN e Sabesp caem até 7%, enquanto B3 e Localiza sobem: os destaques dos resultados nesta sexta

Confira os destaques da B3 na sessão desta sexta-feira (15)

Lara Rizério

(Divulgação/Cyrela)

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SÃO PAULO – Em uma sessão de queda para o Ibovespa, a temporada de resultados, bastante movimentada entre a noite da véspera e a manhã desta sexta-feira (15), guiou o desempenho de vários destaques da bolsa brasileira.

A Petrobras (PETR3, R$ 17,70, +0,06%; PETR4, R$ 17,15, -1,44%), por exemplo, chegou a subir forte (até 6,27% para os ativos ON) com um resultado operacional considerado positivo, a despeito do prejuízo de R$ 48,5 bilhões no primeiro trimestre. Contudo, no final da sessão, os ativos PETR4 viraram para queda, enquanto os ativos ON fecharam estáveis. Já a B3 (B3SA3, R$ 39,54, +4,55%) também registrou fortes ganhos com o resultado sendo beneficiado pela alta volatilidade do mercado.

Já as ações de Fleury (FLRY3, R$ 20,15, -3,26%), CSN  (CSNA3, R$ 7,88, -6,08%), Suzano (SUZB3, R$ 45,03, -5,28%), Cyrela (CYRE3, R$ 12,65, -7,19%) e JBS (JBSS3, R$ 23,33, -4,58%) caíram após os balanços, entre outras empresas. SulAmérica (SULA11, R$ 36,95, -2,43%) e Pão de Açúcar (PCAR3, R$ 55,15, -7,93%), que já haviam caído forte na véspera após a divulgação do resultado, seguiram em queda, com destaque para PCAR3.

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Confira os destaques do mercado:

Petrobras (PETR3, R$ 17,70, +0,06%; PETR4, R$ 17,15, -1,44%)

A Petrobras registrou um prejuízo líquido de R$ 48,523 bilhões no primeiro trimestre de 2020, revertendo o lucro de R$ 4,031 bilhões apresentados no mesmo período do ano passado.

Em release, a estatal disse que este prejuízo se deu pelo “impairment proveniente da revisão das premissas de longo prazo para o Brent frente ao novo cenário mundial”, no valor de R$ 65,3 bilhões.

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“Nossos resultados também foram impactados pela queda do Brent e pelas perdas com variação cambial decorrentes da forte desvalorização do real frente ao dólar. Estes fatores foram atenuados por maiores volumes de exportação, maiores margens nos derivados, menores despesas, incluindo gastos gerais e administrativos, exploratórios e tributários, bem como ganhos com hedge”, explicou a Petrobras.

“A alta qualidade dos ativos do pré-sal da Petrobras é evidente em um trimestre onde, mesmo após uma grande baixa contábil, o fluxo de caixa ainda aumenta.  A liquidez parece abundante e, com preços do petróleo aparentemente se recuperando do fundo do poço, continuamos confortáveis com a nossa recomendação de exposição acima da média (overweight) para as ações da companhia”, avalia o Morgan Stanley.
Analistas do Itaú BBA e Bradesco BBI disseram que os números operacionais são sólidos e mantêm suas recomendações equivalentes a compra. Os resultados de exploração e produção foram novamente o
principal destaque positivo, com exportações recordes e custo médio de extração por barril caindo para impressionantes US$ 7,5, contra a estimativa do Bradesco BBI de US$ 9,0, escreve o analista Vicente Falanga. Veja a análise clicando aqui. 

B3 (B3SA3, R$ 39,54, +4,55%)

A B3 registrou lucro líquido de R$ 1,02 bilhão no primeiro trimestre de 2020, alta de 69,1% frente os R$ 606,1 milhões em igual período do ano passado. Já o lucro recorrente teve alta de 57%, a R$ 1,156 bilhão.

A receita líquida, por sua vez, totalizou R$ 1,91 bilhão, 38% superior frente os R$ 1,378 bilhão nos primeiros três meses de 2019. Enquanto isso, o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) teve alta de 61,6%, a R$ 1,569 bilhão, levando a margem Ebitda (Ebitda/receita líquida) a subir 12 pontos percentuais, passando de 70,4% para 82,4%.

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“As incertezas geradas pela disseminação da Covid-19 durante o primeiro trimestre de 2020 provocaram intensa volatilidade nos mercados financeiros e de capitais mundiais. Nesse cenário turbulento, com aumento significativo de volume negociado nas plataformas de produtos listados e de balcão, testamos e demonstramos, sob condições extremamente adversas, a robustez de nossas plataformas tecnológicas e a solidez de nossos modelos de gerenciamento de risco como contraparte central. A gestão da B3 durante esse cenário de stress permitiu que cumpríssemos nosso papel de infraestrutura de mercado e garantindo aos clientes da B3 a realização de seus negócios com segurança”, afirmou a B3 em seu release de resultados.

Segundo destacou no documento Daniel Sonder, Vice-Presidente Financeiro, Corporativo e de Relações com Investidores, os altos volumes transacionados nos mercados, decorrentes da volatilidade intensa no trimestre, foram traduzidos em sólido desempenho financeiro e forte geração de caixa, com receitas totais de R$2,1 bilhões e lucro líquido recorrente de R$1,2 bilhão, refletindo alavancagem operacional.

No mercado de ações e instrumentos de renda variável listados, houve crescimento de 72,2% no volume financeiro médio diário negociado (ADTV) no mercado à vista de ações e de 70,3% no volume de contratos futuros de índice de ações. No mercado à vista, a alta reflete tanto o aumento de 12,4% da capitalização de mercado média quanto o maior giro de mercado, que atingiu 158,8% no trimestre.

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A B3 ainda vê capex no ano entre R$ 300 milhões e R$ 330 milhões e vê o payout de dividendo no ano 120% a 150%. Ainda vê depreciação e amortização no ano de R$ 1,03 bilhão a R$ 1,08 bilhão.

Conforme destaca a XP Investimentos, a B3 reportou lucro forte, porém esperado. O resultado foi impulsionado pelo aumento de 38% nas receitas para R$ 1,9 bilhão e pelo inesperado controle nos custos, que caíram 10% anualmente para R$ 598 milhões. Por outro lado, o resultado financeiro desapontou vindo negativo em R$ 112 milhões.

“Destacamos também que a B3 reiterou 3 dos 4 itens de seu guidance alterou a quarta devido a mudanças de reclassificação”, aponta Marcel Campos, analista da XP, destacando recomendação neutra e preço-alvo de R$ 44,00 para a ação, uma vez que avalia que parte do volume já esteja precificado e B3 negocia a múltiplos altos.

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O Credit Suisse, por sua vez, reiterou a B3 como top pick no setor financeiro, destacando que os múltiplos em que a companhia negocia implicam em um desconto de 25% frente às bolsas globais. “A empresa tem um momento de lucro bastante positivo à frente, principalmente se continuarmos a ver o aumento do número de pessoas físicas no volume operado e acreditamos em uma história de crescimento estrutural robusta. No lado negativo, os riscos à nossa visão construtiva no papel seriam a desaceleração dos volumes seguidos de um período prolongado de desaceleração do mercado, aumento da competição e mudanças na parte de impostos”, avaliam os analistas do banco.

JBS (JBSS3, R$ 23,33, -4,58%)

A JBS passou de lucro para prejuízo no primeiro trimestre, afetada pela forte alta do dólar que atingiu o a linha financeira da companhia. A companhia teve prejuízo de R$ 5,9 bilhões no primeiro trimestre de 2020, revertendo lucro de R$ 1,09 bilhão do mesmo período do ano passado.

Isso porque houve resultado negativo de R$ 8,2 bilhões na linha “variações cambiais ativas e passivas”, que também tinha ficado no vermelho, mas em R$ 172 milhões, em igual período de 2019.

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A receita líquida, por outro lado, subiu 27,3%, a R$ 56,5 bilhões, com destaque para JBS USA Beef (+21,8%), Pilgrim’s Pride (+33,5%), impactadas pela variação cambial, e Seara (+39%). O Ebitda ajustado, por sua vez, subiu 22,6%, a R$ 3,9 bilhões.

A JBS comentou que os efeitos da pandemia, como interrupções na cadeia de suprimentos e escassez de mão de obra “podem impactar unidades produtivas, gerando redução no processamento de proteínas, bem como impactando o preço da matéria prima”.

A empresa adotou férias coletivas entre 19 março e 9 de abril em algumas unidades, enquanto a unidade de processamento de frango da Seara em Passo Fundo (RS) teve as operações suspensas em 24 de abril.

“Nesse trimestre os impactos decorrentes destas ações não são representativos nos números e indicadores consolidados e, para os futuros trimestres, ainda estão sendo apurados pelas respectivas unidades de negócio”, destaca no release de resultados.

Nos Estados Unidos, a JBS USA suspendeu temporariamente as atividades em algumas plantas, mas já retomando as operações. Nos demais mercados fora do Brasil, a JBS disse que segue operando normalmente.

Com o efeito cambial, a dívida líquida foi de R$ 48,7 bilhões a R$ 57 bilhões, enquanto a alavancagem caiu de 3,2 vezes para 2,77 vezes, no comparativo anual. A companhia fechou março com R$ 18,5 bilhões em caixa.

O banco Bradesco BBI avaliou como positivos os resultados trimestrais da JBS, embora a empresa, a maior produtora de carnes do mundo, tenha apresentado um prejuízo maior que o esperado, devido a um forte impacto negativo nas despesas financeiras e à desvalorização do real.

“O Ebitda da JBS chegou 10% acima das nossas estimativas e a receita líquida, de R$ 56 bilhões, 1% abaixo. Notamos que a Seara no Brasil teve um forte crescimento de vendas. A marca também se beneficiou no mercado externo por causa da depreciação do real”, comentou o BBI.

“O prejuízo de R$ 5,9 bilhões chegou bem acima da nossa estimativa de R$ 1,2 bilhão, principalmente pelo impacto negativo de R$ 8,2 bilhões nas despesas financeiras”, avaliou o Bradesco BBI. O banco mantém uma visão positiva sobre a JBS, reparando que as exportações da JBS cresceram 39,9% no 1º trimestre e este movimento deverá continuar no trimestre atual, por causa da crescente demanda chinesa. O Bradesco BBI reafirma a recomendação outperform – acima da média de mercado, e preço-alvo de R$ 28,00 para o papel em 2020, uma alta de 15% sobre o preço de ontem na B3.

Para a XP Investimentos, a JBS divulgou resultados em linha com a expectativa, mas sólidos. Seara e JBS Brasil (Friboi) foram os principais destaques, aponta, destacando manter a recomendação de compra.

Suzano (SUZB3, R$ 45,03, -5,28%)

A companhia de papel e celulose Suzano encerrou o primeiro trimestre com um prejuízo líquido de R$ 13,42 bilhões, contra um resultado negativo de R$ 1,23 bilhão um ano antes.

Em release, a Suzano disse que o prejuízo maior foi explicado em grande parte pelo resultado financeiro negativo, que foi decorrente da variação cambial sobre a dívida e pelo resultado de operações com derivativos. Estes números foram parcialmente compensado pelo crédito de IR/CSLL diferido, impacto ainda parcialmente compensado pelo maior lucro operacional na comparação com ambos os trimestres.

A receita líquida, por sua vez, avançou 22% em um ano, passando de R$ 5,70 bilhões para R$ 6,98 bilhões. Já o Ebitda ajustado ficou em R$ 3,03 bilhões nos três primeiros meses do ano, uma alta de 10%.

A margem Ebitda teve um recuo de 5 pontos percentuais, passando de 48% para 43% entre o início de 2019 e 2020.

Segundo a companhia, houve uma alta de 65% na venda de celulose no primeiro trimestre ante o mesmo período do ano passado, para 2,86 milhões de toneladas, enquanto o preço médio da commodity no mercado externo recuou 34%, a US$ 469 por tonelada.

Sobre os efeitos do coronavírus, a companhia destacou quatro impactos: (i) significativo aumento na demanda por celulose em função principalmente do aquecimento do segmento de papéis sanitários; (ii) redução da demanda de papel de imprimir & escrever, o que levou a uma parada de produção nas unidades de Mucuri e Rio Verde; (iii) restrições de oferta pelo setor e alteração nos calendários de paradas programadas; e (iv) a forte desvalorização da moeda nacional frente ao dólar, que beneficia a geração de caixa da companhia.

Segundo Yuri Pereira, analista da XP, a Suzano reportou resultados operacionais acima do esperado no primeiro trimestre. Os principais destaques foram: (1) volumes mais altos de celulose seguindo o movimento de desestocagem da Suzano e demanda saudável de tissue (papeis sanitários em geral) e (2) preços realizados mais fortes (alta de 7% na base trimestral) devido a um dólar mais alto. Do lado negativo, a alavancagem continua sendo uma preocupação.

Com relação à estratégia de hedge da empresa, registrou uma perda de cerca de R$ 9 bilhões na marcação a mercado de seus derivativos, como resultado do dólar acima de seus limites (strikes).  Assim, o passivo circulante da Suzano aumentou para R$ 15,3 bilhões, após a perda acima mencionada em derivativos (R$ 4,6 bilhões na parcela corrente).

Por outro lado, durante teleconferência, o CFO da Suzano, Marcelo Bacci, destacou: embora o resultado financeiro líquido da companhia no primeiro trimestre tenha sido uma perda de R$ 22,4 bilhões, o desembolso de caixa atingiu R$ 200 milhões. Em um cenário de dólar a R$ 6,00, a geração de caixa
compensaria as despesas financeiras, resultando em ganho líquido de caixa de R$ 1,9 bilhão até o quarto trimestre.

CSN (CSNA3, R$ 7,88, -6,08%)

A CSN reverteu o lucro de R$ 87 milhões registrado ano passado e teve prejuízo líquido de R$ 1,31 bilhão no primeiro trimestre de 2020, em função principalmente de apontamentos não-operacionais e não-caixa como o hedge accounting e a perda de valor de mercado nas ações da Usiminas (USIM5).

Já o Ebitda ajustado atingiu R$ 1,331 bilhão no primeiro trimestre, versus R$ 1,580 milhões no quarto trimestre (queda de 16%) e R$ 1,724 bilhão no primeiro trimestre de 2019 (queda de 23%), em função da baixa produção de minério de ferro em virtude das chuvas, no entanto parcialmente compensado pela evolução gradativa do resultado na siderurgia. A margem Ebitda ajustada atingiu 24,1%, ou 0,6 ponto percentual superior na mesma base de comparação.

A dívida líquida consolidada atingiu R$32,804 bilhões, enquanto a relação dívida líquida/Ebitda atingiu
4,78 vezes, ou 1,01 vez maior em relação ao quarto trimestre. A evolução do endividamento foi afetada fortemente pela variação cambial, sem impacto em caixa, tendo em vista o prazo mais longo da dívida em dólares.

Já a receita líquida de vendas foi de R$ 5,33 bilhões, queda de 18% frente os R$ 6 bilhões de igual período do ano anterior.

A produção de minério de ferro somou 5,9 milhões de toneladas, 39% inferior ao mesmo período do ano anterior, em função da alta pluviometria na região e atrasos em novas frentes de lavra. Já o volume de vendas da siderurgia somou 1,14 milhão de toneladas, 2% superior ao quarto trimestre de 2019.

Os bancos Itaú BBA e Morgan Stanley avaliaram como fracos os resultados da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que reportou prejuízo de R$ 1,3 bilhão no 1º trimestre deste ano. Os bancos notaram que a dívida líquida da CSN, 65% da qual está indexada ao dólar, disparou no período, enquanto o desempenho da divisão de minério de ferro chegou abaixo das estimativas. Para o Itaú BBA, o balanço foi “neutro”. Embora fracos, os resultados ainda vieram melhores que as expectativas gerais. “A receita líquida de R$ 5,3 bilhões chegou 4% abaixo da nossa estimativa, em parte por causa da queda de 46% nas exportações do minério de ferro.

Esse recuo solapou o resultado positivo com o crescimento de 2% nas exportações de aço e o aumento de 4% no preço do aço para o mercado brasileiro. No lado positivo, os preços do minério de ferro, embora estáveis no mercado externo, beneficiaram a empresa por causa da brusca desvalorização do real. O Ebitda ajustado de R$ 1,3 bilhão ficou acima da nossa estimativa. Vale notar que a CSN não anunciou o abafamento do nenhum alto-forno em Volta Redonda (RJ), ao contrário dos seus concorrentes”, comentou o Itaú BBA.

Usiminas e Gerdau abafaram altos-fornos no final do 1º trimestre, já antecipando a recessão. O BBA avalia que as vendas de aço avançaram 6% no 1º trimestre para R$ 3,5 bilhões, mas o número chegou 2% abaixo da estimativa do banco. A dívida líquida subiu de R$ 27,4 bilhões no 4º trimestre de 2019 para R$ 32,8 bilhões no final do 1º trimestre deste ano, por causa da forte depreciação da moeda brasileira. “A relação dívida líquida sobre o Ebitda da CSN aumentou de 3,8 vezes (3,8x) para 4,8 vezes (4,8x) entre o 1º trimestre do ano passado e o 1º trimestre de 2020”, citou o BBA. “A empresa anunciou corte nos investimentos em R$ 700 milhões neste ano para preservar o caixa”, comenta o banco. O Itaú BBA mantém a recomendação outperform – performance acima da média de mercado, para o papel CSNA3, com preço-alvo de R$ 10,00 em 2020, uma alta de 19% sobre o fechamento de ontem na B3.

O banco Morgan Stanley também considerou os resultados da CSN fracos. “O Ebitda da siderúrgica chegou 10% abaixo da nossa projeção e os resultados foram prejudicados pela queda nas exportações do minério de ferro”, comenta o Morgan Stanley, notando que a dívida líquida da CSN cresceu 20% na base trimestral. O banco americano mantém a nota Equal-Weight (abaixo da média do mercado), por causa “do elevado endividamento da empresa, o maior entre as siderúrgicas brasileiras da nossa cobertura”. Segundo o Morgan Stanley, a CSN poderá ser forçada a vender ativos ou renegociar suas dívidas com os bancos. O Morgan Stanley mantém preço-alvo de R$ 6,60 para a ação CSNA3 em 2020.

Segundo o Bradesco BBI, o que teria explicado a queda da ação da JBS seria que os investidores não conseguiram a confirmação sobre o aumento das margens nos EUA. Isso dito, eles reforçam entender os comentários da companhia sobre a volatilidade recente nos preços no país e os maiores custos operacionais para assegurar a segurança dos empresários. Isso dito, eles reforçam recomendação positiva e destacam como a melhor ação do setor no contexto do coronavírus.

Sabesp (SBSP3, R$ 37,80, -5,83%)

A companhia de saneamento paulista Sabesp reverteu o lucro líquido de R$ 637,3 milhões registrados no primeiro trimestre de 2019 e registrou prejuízo de R$ 657,9 milhões no mesmo período deste ano.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da companhia recuou 3,9% na comparação entre os períodos, de R$ 1,544 bilhão para R$ 1,483 bilhão. Já a margem Ebitda ajustada ficou em 36,7%, ante 39,8% no primeiro trimestre do ano passado. A receita operacional líquida avançou 4,2% no mesmo intervalo, para R$ 4,042 bilhões.

A Sabesp pontuou a “instabilidade econômica agravada pela covid-19”, com destaque para a desvalorização do real. De acordo com a companhia, as variações cambiais representaram impacto de R$ 1,796 bilhão nos empréstimos e financiamentos. Além disso, as perdas estimadas com créditos de liquidação duvidosa chegaram a R$ 149,7 milhões, a partir do aumento da inadimplência e da expectativa de maiores perdas futuras.

A receita operacional bruta cresceu 7,6%, de R$ 3,536 bilhões no primeiro trimestre de 2019 para os atuais R$ 3,803 bilhões. O indicador foi impulsionado pelo reajuste tarifário de 4,7%, a partir de maio de 2019; pelo aumento de 2,2% no volume faturado total, incluindo água e esgoto, além do início das operações em Santo André, cidade da região metropolitana de São Paulo. As operações em Santo André resultaram em R$ 80,1 milhões adicionais na receita operacional bruta na companhia, além de R$ 65 milhões adicionais em despesas.

Para o Credit Suisse, o resultado da Sabesp ficou aquém do esperado, apesar do bom aumento de volume, afetado por tarifas médias mais baixas (queda de 7,7% na base trimestral, acima do esperado pelo banco), alta pressão de custo (alta de 17,6% na base anual) e o já esperado impacto negativo da variação do cambio afetando resultado financeiro. A dívida líquida atingiu R$ 12,2 bilhões (aumento de 11,2% no trimestre) e alavancagem chegou a 1.6 vez.

Além disso, o início das discussões de revisão tarifária, com a abertura de uma audiência pública para discutir o WACC regulatório é a notícia mais importante: a Arsesp propôs um WACC (p[os-imposto) de 7.4%, alinhado ao WACC do setor.

“Embora os números iniciais não sejam satisfatórios, devido à aversão ao risco muito maior diante da crise atual, acreditamos que esse número possa melhorar ao longo das discussões (o ERP e o beta devem ser mais altos). O WACC final está previsto para julho de 2020”, afirma o Credit.

Copel (CPLE6, R$ 56,25, +0,99%)

A Companhia Paranaense de Energia obteve um lucro líquido ajustado de R$ 593,9 milhões no 1º trimestre de 2020, uma expansão de 16,1% sobre igual período de 2019. O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da estatal paranaense foi de R$ 1,23 bilhão, um avanço de 11,5% sobre o 1º trimestre de 2019. Já a receita líquida da Copel avançou 6,6% sobre o 1º trimestre do ano passado, para R$ 4,15 bilhões no 1º trimestre de 2020. A margem líquida da Copel recuou 5,3 pontos entre os dois períodos, para 12,3% no 1º trimestre deste ano.

Os resultados da Copel vieram um pouco mais fracos, na comparação com o 1º trimestre do ano passado, na Copel Geração e Transmissão (GeT). A unidade GeT teve queda de 3,7% no Ebitda, para R$ 613,5 milhões, por causa de fatores como um aumento nas provisões, de R$ 12,2 milhões (1º tri/19) para R$ 78,7 milhões (1º tri/20). Os custos com matéria-prima subiram para R$ 133,4 milhões, com o despacho da UTE de Araucária, movida a gás natural comprado da Petrobras.

Já o Ebitda da Copel Distribuição avançou 28,2% no 1º trimestre deste ano, para R$ 422,7 milhões. A venda de energia para o mercado cativo recuou 1,2% no trimestre, para 5,18 GWh, “como consequência da migração de clientes industriais para o mercado livre e do menor consumo na classe comercial, parcialmente compensado pelo crescimento de 1,3% no consumo residencial”, informou a empresa. A dívida líquida da Copel caiu de R$ 8,2 bilhões para R$ 7,8 bilhões no final do 1º trimestre de 2020. A relação dívida líquida sobre o Ebitda é de 1,9 vezes (1,9x).

Conforme destaca o Credit Suisse, os resultados da Copel foram neutros. A receita das unidades de geração e transmissão continuam ajudando positivamente a compensar o impacto de volumes medianos nas unidades de distribuição e as provisões e depreciação mais altas pressionaram os custos. A empresa anunciou a aprovação pelo regulador das mudanças em contrato com a unidade de Telecom e mantém os estudos para potencialmente vender este ativo.

Cyrela (CYRE3, R$ 12,65, -7,19%)

A construtora Cyrela reportou lucro líquido de R$ 48,235 milhões no primeiro trimestre de 2020. O valor representa queda de 21,44% na comparação com o lucro líquido de R$ 61,400 milhões de igual período do ano anterior.

A companhia registrou ainda lucro líquido atribuído aos controladores de R$ 27,934 milhões. O valor representa queda de 42,3% na comparação com o lucro líquido atribuído aos controladores de R$ 48,409 milhões em igual período do ano anterior.

O lucro bruto da Cyrela no primeiro trimestre somou R$ 261 milhões, uma alta de 4,8% frente ao mesmo período de 2019. A receita líquida caiu 7,4% na comparação anual, para R$ 765 milhões. A margem líquida caiu de 5,9% para 3,7%, na mesma base de comparação.

O resultado financeiro da construtora fechou o trimestre positivo em R$ 3 milhões, crescimento de 73,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. A dívida líquida fechou março em R$ 839 milhões, queda de 1,4% em relação ao final de 2019. Assim, o nível de alavancagem da Cyrela, medido pela relação dívida líquida/patrimônio líquido, saiu de 16,4% para 16,1% em três meses.

De acordo com o Bradesco BBI, os resultados foram piores do que o esperado. Os analistas do banco destacam que a geração de caixa da Cyrela foi prejudicada por gargalos na transferência de recebíveis e menor venda de unidades concluídas (apenas R $ 13 milhões no primeiro trimestre de 2020 versus R $ 150 milhões no mesmo período do ano anterior).

“Embora a Cyrela possa se beneficiar antecipadamente de sua exposição ao segmento de baixa renda, que é mais resiliente a períodos mais difíceis, seus resultados do segundo trimestre provavelmente mostrarão um impacto ainda maior do surto de Covid-19. Portanto, mantemos nossa recomendação neutra para a empresa”, afirmam os analistas.

Já a Levante Ideias de Investimento aponta que o resultado da Cyrela foi regular e veio um pouco abaixo do esperado em termos de receita líquida, lucro líquido e geração de caixa.

CCR (CCRO3, R$ 10,97, -4,28%)

A CCR teve uma queda de 19% do lucro líquido no primeiro trimestre deste ano, a R$ 289,7 milhões. Já o Ebitda ajustado subiu 6,1%, a R$ 1,46 bilhão, enquanto a receita líquida teve alta de 8,2%, totalizando R$ 2,39 bilhão no período.

O impacto das medidas de isolamento social foram vistos apenas parcialmente, uma vez que eles se intensificaram a partir de meados de março. No trimestre, o tráfego consolidado da CCR teve aumento de 4,2% frente igual período de 2019.

De acordo com análise de Bruna Pezzin, da XP Investimentos, a CCR apresentou resultados superiores às expectativas, com a diferença impulsionada principalmente (i) pelo tráfego superior ao esperado e (ii) tráfego de passageiros superior ao esperado no segmento de mobilidade urbana (3% superior ao nosso). “Tais resultados foram parcialmente compensados ​​por despesas financeiras líquidas maiores que nossas estimativas. Mantemos recomendação Neutra para as ações da CCR, tendo em vista que vemos Ecorodovias como o veículo mais atrativo dentro do setor”, avalia a analista.

Localiza (RENT3, R$ 30,20, +3,11%)

A Localiza registrou alta de 9,5% do lucro líquido no primeiro trimestre de 2020 na comparação anual, a R$ 230,9 milhões. A receita líquida consolidada somou R$ 2,794 bilhões no período, superior em 17,7% frente igual período de 2019. O Ebitda da empresa teve alta de 17,6% na comparação anual, a R$ 632,7 milhões.

“Trouxemos sólidos resultados, apesar de começarmos a sentir, nas ultimas semanas de março, os
efeitos da pandemia Covid-19 no Brasil. O crescimento continuou acelerado nas divisões de Aluguel de Carros e Gestão de Frotas, com a frota média alugada no primeiro trimestre de 2020 aumentando 36,4% e 20,2%, respectivamente, em relação a igual período de 2019. Seminovos apresentou venda de 38.361 carros, já refletindo o fechamento das lojas nas últimas semanas de março. A frota total apresentou aumento de 31,3%, com 325 mil carros em uma rede de 608 agências em 6 países da América do Sul”, destacou.

Apesar da redução do retorno sobre o capital investido (ROIC), explicado pela queda na margem de seminovos, a empresa continua com sólida posição de caixa e bem preparada para enfrentar a Covid-19, avalia a Levante.

Gafisa  (GFSA3, R$ 3,72, +4,49%)

A construtora e incorporadora imobiliária Gafisa reportou um prejuízo líquido de R$ 25,4 milhões no 1º trimestre deste ano, reduzindo em 45,1% o prejuízo registrado em igual período de 2019, quando a perda financeira foi de R$ 46,3 milhões. No 4º trimestre de 2019, a Gafisa teve lucro líquido de R$ 38,5 milhões.

O Ebitda foi de R$ 4,1 milhões, um avanço de 117% sobre igual período do ano passado, quando o Ebitda da Gafisa foi negativo em R$ 23 milhões. A margem Ebitda ajustada foi de 5,7%, resultado superior a igual trimestre de 2019, quando a margem foi negativa em 24,1%. Já a receita líquida da Gafisa foi de R$ 71,7 milhões, uma queda de 24,9% sobre o 1º trimestre de 2019 e de 38,3% sobre o 4º trimestre do ano passado.

A Gafisa fechou março com redução de 52,3% na sua dívida líquida, que estava no dia 31 daquele mês em R$ 346,8 milhões. A construtora informou que em 31 de março tinha caixa líquido de R$ 363,3 milhões.

A construtora teve dois destaques no 1º trimestre: renegociou suas dívidas de R$ 138 milhões com o Banco do Brasil, postergando o pagamento para 2025; e concluiu a aquisição da Upcon, uma construtora de pequeno porte em São Paulo. Entre os projetos, a Gafisa entregou um prédio residencial em um bairro nobre de Santos (SP), com um valor geral de vendas (VGV) de R$ 65 milhões.

A Gafisa afirma que tem atualmente 16 obras em andamento e prepara 10 lançamentos para quando a epidemia da Covid-19 acabar. “Os esforços continuarão sendo para a retomada do crescimento, considerando porém o cenário atual da Covid-19. Estamos preparados para retomar os lançamentos tão logo a epidemia esteja controlada e o mercado apresente as condições adequadas”, comentou a empresa no balanço.

Tecnisa (TCSA3, R$ 0,60, +0,60%)

A Tecnisa encerrou o primeiro trimestre com prejuízo de R$ 58 milhões, que se compara a uma perda de R$ 2 milhões na comparação com igual período de 2019. Ou seja, uma alta de 29 vezes na base anual.

Segundo apontou a construtora, o desempenho do período ainda está impactado pelo baixo volume de lançamentos, que prejudica a diluição de custos fixos; bem como pela existência de eventos não recorrentes, tais como a [i] provisão para remensuração de unidades do hotel do projeto The Five, o qual está temporariamente fechado por conta da pandemia de COVID-19, no valor de R$ 11 milhões; e [ii] pelo reforço nas provisões para riscos e obrigações legais de R$ 7 milhões.

Já a receita líquida operacional da Tecnisa foi de R$ 44 milhões, queda de 61% frente igual período de 2019. O Ebitda ajustado ficou negativo a R$ 41,8 milhões, ante lucro de R$ 21,3 milhões na base anual.
*A margem Ebitda ajustada ficou negativa em 95%, ante dado positivo de 19% na comparação com o mesmo período de 2019.

A geração de caixa do período, medida pela variação da dívida líquida, totalizou uma queima de caixa de R$ 75 milhões no trimestre. Caso seja considerada [i] a redução de R$ 13 milhões da dívida líquida dos projetos consolidados por equivalência patrimonial; [ii] o desembolso de R$ 57 milhões com a compra de terrenos; bem como [iii] o crescimento de R$ 20 milhões na carteira de recebíveis performados, dado a retomada da oferta financiamento direto aos clientes; a geração de caixa total ajustada resultaria em R$ 15 milhões, informou a empresa.

Segundo o Itaú BBA, os resultados decepcionaram, combinando receitas e margens mais brandas com provisões pesadas. As aquisições de terrenos foram o ponto positivo.

EzTec (EZTC3, R$ 25,94, +1,33%)

A EzTec teve um lucro líquido de R$ 77,7 milhões no primeiro trimestre, alta de 349% frente os R$ 17,3 milhões em igual período do ano passado. A receita líquida, por sua vez, foi a R$ 249,5 milhões, 70% maior na comparação anual.

O Ebitda totalizou R$ 54,4 milhões, 256% superior, levando a margem Ebitda a 21,8%, alta de 11,4 pontos percentuais na base anual.

“Com um passo atrás, é possível constatar um ciclo bem delineado de um ano e meio, desde o quarto trimestre de 2018, em que entoou R$ 3,0 bilhões de VGV lançados e R$ 2,3 bilhões vendidos – respaldada por uma demanda represada volumosa, uma condição de financiamento inédita, e um influxo de liquidez que impulsionava tanto vendas quanto lançamentos. Este momentum operacional foi cerceado com a pandemia provocada pelo Covid-19, um fenômeno de caráter inédito e exógeno”, afirma a empresa.

Segundo ela, a frente de atuação mais impactada, de imediato, é a comercial. “Desde o anúncio oficial da pandemia e o desenrolar das restrições impostas pelas autoridades, ainda no primeiro trimestre, plantões de vendas foram paralisados, impossibilitando o trabalho regular de corretores imobiliários. Enquanto as vendas semanais do ano até esse evento eram, na média, de R$ 45 milhões, esse ritmo desacelerou para R$ 4 milhões ao longo da segunda quinzena de março e o mês de abril. Embora preliminar, é promissor observar que, do final de abril até o momento, os últimos esforços de vendas via lives dobraram o ritmo semanal de vendas.

Para o Itaú BBA, a empresa registrou números sólidos e em linha, traduzindo-se em um crescimento robusto de lucros em uma base anual. O fluxo de caixa livre foi neutro, apesar das aquisições de terrenos no trimestre.

Ômega Geração (OMGE3, R$ 29,53, -1,24%)

A Omega Geração teve prejuízo líquido de R$ 51,7 milhões no primeiro trimestre de 2020, alta de 141% frente as perdas de R$ 24 milhões em igual período de 2019. A receita operacional líquida, por sua vez, totalizou R$ 192,9 milhões, 3% menor frente a receita de R$ 198,1 milhões no mesmo intervalo de 2019.

O Ebitda, por sua vez, subiu 65%, a R$ 123 milhões, enquanto que, em termos ajustados, a queda foi de 2,9%, a R$ 99,7 milhões. A margem Ebitda ajustada foi de 69,1%, queda ante 78,8% registrados um ano antes.

“Temos uma avaliação ligeiramente negativa dos resultados do Omega, dados que ficaram abaixo das nossas expectativas. Dito isso, observamos que os resultados trimestrais podem não ser a melhor forma de avaliar o desempenho financeiro da companhia, dada a alta sazonalidade da performance da companhia relacionada à temporada de ventos na região nordeste. Tais resultados devem melhorar a partir do segundo trimestre, e a maior parte da geração de caixa da companhia se concentra no segundo semestre do ano. Por esta razão, não temos grandes preocupações em relação ao desempenho do primeiro trimestre e mantemos recomendação de Compra nas ações da Omega, com preço-alvo de R$ 42 por ação”, avalia a XP Investimentos.

Iochpe-Maxion (MYPK3, R$ 11,50, -2,21%)

A Iochpe-Maxion teve lucro líquido de R$ 9,2 milhões no primeiro trimestre (lucro por ação de R$ 0,0601), uma redução de 85,5% em relação ao lucro líquido de R$ 63,1 milhões no mesmo período do ano passado (lucro por ação de R$ 0,4229).

Já a receita operacional líquida consolidada foi de R$ 2,224 bilhões no período, uma redução de 9,9%. Segundo a companhia, a variação cambial impactou de forma positiva a receita operacional da Companhia em R$ 227,0 milhões no período. Desconsiderando este efeito, a receita operacional líquida consolidada teria apresentado uma queda de 19,1%. O Ebitda, por sua vez, foi de R$ 205,0 milhões, uma redução de 15,5%.

A companhia destaca que, em março deste ano, com o início das restrições de mobilidade diante da pandemia, o cenário mundial para a indústria começou a apresentar mudanças significativas. As primeiras controladas da Iochpe-Maxion a sentirem os efeitos da pandemia foram aquelas localizadas na Ásia e Europa, primeiros continentes impactados pelo COVID-19. Sentimos uma queda na última quinzena de março, que se intensificou com as orientações de restrição social nos países que a Iochpe-Maxion opera. As operações localizadas nas Américas (Brasil, EUA, México e Argentina), com a adoção das medidas restritivas na última semana de março, passaram a sentir também o impacto.

Ânima (ANIM3, R$ 18,90, +3,28%)

A Ânima, empresa de educação, teve lucro líquido ajustado de R$ 43,9 milhões no primeiro trimestre, alta de 9,8% na base anual.

A receita líquida, por sua vez, totalizou R$ 338,6 milhões, 20% superior, enquanto o Ebitda avançou 21%, a R$ 118,3 milhões, levando a uma margem Ebitda ajustada de 34,9%. A base de alunos subiu 11% na comparação anual, para 125.809.

Segundo o Itaú BBA, a companhia registrou um resultado positivo, com a receita superando as estimativas. Por outro lado, o ponto negativo foi a entrada de novos estudantes.

Ser Educacional (SEER3, R$ 14,60, +3,18%)

A Ser Educacional, maior grupo de educação privada no Norte e Nordeste do país, reportou lucro líquido de R$ 29 milhões no 1º trimestre de 2020, uma queda de 54% em comparação a igual período do ano passado.

O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 77,6 milhões no 1º trimestre, um recuo de 20% sobre igual período de 2019. A receita líquida da empresa avançou 1,6% para R$ 304,1 milhões no 1º trimestre de 2020.

De acordo com o Itaú BBA, o resultado já mostrou impacto da Covid-19 na entrada de alunos e refletiu na contração de margens da companhia.

Vivara (VIVA3, R$ 15,01, -3,47%)

A rede de joalherias Vivara teve um lucro líquido de R$ 19 milhões no 1º trimestre de 2020, uma queda de 34,8% em comparação a igual período do ano passado. O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 29,8 milhões, um recuo de 23,7% na base anual trimestre a trimestre. A receita líquida da Vivara foi de R$ 206,2 milhões, uma queda de 6,4% em comparação ao 1º trimestre de 2019.

Conforme destaca a XP Investimentos, o desempenho foi pressionado pela crise desencadeada pelo COVID-19. No entanto, o EBITDA ajustado de R$ 30 milhões surpreendeu positivamente as estimativas da XP em 19% (10% acima do consenso de mercado).

“Acreditamos, todavia, que a evolução da margem bruta no ano seja um ponto de atenção a ser explorado com a companhia”, afirma a equipe de análise.

Os analistas mantêm a recomendação de compra para as ações de Vivara e preço-alvo de R$30,00 para o final de 2020. “Na nossa visão, a Vivara tem os recursos não só para atravessar os períodos mais críticos da crise, mas também para acelerar eventuais ganhos de participação de mercado com a retomada das atividades”, apontam.

Energisa (ENGI11, R$ 42,00, +1,20%)

A Energisa reportou lucro líquido de R$ 581,7 milhões no 1º trimestre de 2020, um crescimento de 352% em comparação a igual período do ano passado. O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) consolidado avançou para R$ 929 milhões, crescimento de 2,7% em relação ao 1º trimestre do ano passado.

Já a receita líquida da Energisa foi de R$ 4,23 bilhões no 1º trimestre, uma queda de 2,2% sobre igual período de 2019. A Energisa informou que sua dívida líquida cresceu 21,8% no 1º trimestre deste ano para R$ 13,7 bilhões. Os investimentos avançaram 30,9% no 1º trimestre para R$ 713,9 milhões.

A quantidade de energia elétrica vendida no mercado cativo cresceu 1,8% no período, para 7,7 GWh. O número de consumidores totais avançou 1,9% para 7,8 milhões. Com sede em Minas Gerais, onde também é geradora de energia, a Energisa atua atualmente em 12 estados brasileiros, do Paraná ao Acre. A empresa atua principalmente como distribuidora de energia, embora também opere na transmissão, onde possui subsidiária no estado de Goiás.

De acordo com o Itaú BBA, o resultado foi neutro. O Ebitda da Energisa, ajustado por efeitos não recorrentes ficou um pouco abaixo da estimativa do Itaú BBA. “A Energisa tomou várias medidas durante o primeiro trimestre para melhorar sua liquidez”, apontam os analistas.

Fleury (FLRY3, R$ 20,15, -3,26%)

O Fleury observou uma queda de 36,6% em seu lucro líquido no primeiro trimestre de 2020, ante igual período do ano passado, para R$ 58,7 milhões.

A companhia conseguiu registrar uma alta modesta nas receitas, mas a geração operacional de caixa medida pelo Ebitda não escapou de ser prejudicada pela crise causada pela Covid-19, que diminuiu a demanda por exames diagnósticos de outras doenças.

A receita líquida do Fleury ficou em R$ 713,9 milhões, uma alta de 1,9% sobre o valor visto um ano antes. Já a receita bruta cresceu 1,7% no mesmo período, para R$ 770,6 milhões.

Enquanto isso, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do grupo registrou uma queda de 16,7% na comparação anual, para R$ 195,9 milhões.

Assim, a margem Ebitda (relação percentual entre receita líquida e a geração operacional de caixa, o Ebitda) fechou março em 27,4% — no primeiro trimestre de 2019, estava em 33,6%. Veja mais clicando aqui. 

O Morgan Stanley aponta que as receitas desaceleraram, mesmo com a consolidação de fusões e aquisições. O banco reduziu a sua recomendação para as ações para underweight.

CPFL (CPFE3, R$ 29,69, +1,16%)

A CPFL apurou lucro líquido de R$ 904,126 milhões no primeiro trimestre de 2020, um aumento de 58,5% ante os R$ 570,358 milhões registrados um ano antes.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia de energia elétrica no trimestre ficou em R$ 1,696 bilhão, alta de 10,8% na comparação anual. Segundo explica a CPFL, o resultado é reflexo principalmente do desempenho do segmento de distribuição. A empresa destaca que os segmentos de geração renovável e convencional também apresentaram bons resultados.

A receita operacional líquida da CPFL, excluindo construção, foi de R$ 6,786 bilhões entre janeiro e março deste ano, alta de 1,1% na comparação anual. O resultado financeiro ficou positivo em R$ 121 milhões no trimestre, revertendo resultado negativo de R$ 220 milhões do mesmo período de 2019.

A dívida líquida da CPFL fechou março em R$ 14,682 bilhões, queda de 10,7% em relação ao final do primeiro trimestre do ano passado. Dos R$ 20,252 bilhões de dívida bruta da companhia, R$ 12,797 bilhões são do segmento de distribuição.

Taesa (TAEE11, R$ 26,90, -0,37%)

A transmissora de energia elétrica Taesa teve um lucro líquido de R$ 364,2 milhões no 1º trimestre de 2020, um avanço de 128,2% em comparação a igual período do ano passado. O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 312,7 milhões, pequeno crescimento de 0,6% sobre o 1º trimestre de 2019. A receita líquida da Taesa avançou 101,7% para R$ 690,4 milhões no 1º trimestre.

Segundo a transmissora de energia, que atua em parte de Minas Gerais e das regiões Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, o crescimento tanto da receita como do lucro refletiu investimentos feitos no ano passado. A dívida líquida da Taesa, contudo, também cresceu, de R$ 2,3 bilhões no 1º trimestre de 2019 para R$ 4 bilhões no encerramento de março deste ano. A relação dívida líquida sobre o Ebitda avançou de 1,7 vezes (1,7x) para 3,0 vezes (3,0x).

“Temos uma avaliação neutra dos resultados da Taesa, dado que o Ebitda ajustado da companhia veio em linha com nossas projeções. Destacamos como positivo que a empresa manteve sua prática de distribuição de proventos nos patamares baixos, refletindo o forte potencial de geração de caixa da companhia e o menor perfil de risco do setor de transmissão de energia. Apesar de destacarmos que empresas de transmissão de energia são uma alternativa a investidores em tempo de volatilidade, acreditamos que tal fator está refletido na melhor performance relativa das ações comparadas ao Ibovespa no acumulado do ano”, avaliam os analistas da XP.

JSL (JSLG3, R$ 16,74, -2,96%) 

A JSL, um dos maiores grupos de logística do Brasil, teve um lucro líquido ajustado de R$ 83,2 milhões no 1º trimestre de 2020, um crescimento de 36,8% sobre o 1º trimestre do ano passado. O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 561,7 milhões no 1º trimestre, um crescimento de 18,4% sobre igual período de 2019. A receita líquida foi de R$ 2,35 bilhões, expansão de 6,6% sobre o 1º trimestre de 2019.

O grupo JSL é formado por quatro empresas: JSL Logística, Vamos, CS Brasil e Movida. A maior contribuição do lucro líquido chegou da locadora de carros Movida, que lucrou R$ 55 milhões. A Vamos teve lucro líquido de R$ 36,6 milhões, enquanto a JSL Logística lucrou R$ 19,7 milhões. A CS Brasil teve lucro líquido de R$ 16,2 milhões. O balanço mostrou que o lucro líquido da JSL Logística, que é a maior das empresas do grupo ao lado da locadora Movida, teve queda de 48,6% no 1º trimestre de 2020, sobre igual período do ano passado. A receita líquida da JSL também caiu, 13%, para R$ 832,3 milhões.

Wilson Sons (WSON33, R$ 28,00, +1,49%)

A Wilson Sons teve prejuízo líquido de US$ 7,8 milhões no primeiro trimestre, revertendo assim um lucro de US$ 7,4 milhões registrado no mesmo ano.

A receita líquida foi a US$ 91,1 milhões, baixa de 9,4% na base anual, enquanto o Ebitda foi a US$ 36,1 milhões, alta de 14% na mesma base. A margem Ebitda, assim, foi de 31,7% para 39,6%, uma alta de 7,9 pontos percentuais. O capex do primeiro trimestre totalizou US$ 16,1 milhões, queda de 26%.

Kepler Weber (KEPL3, R$ 26,97, -0,11%)

A Kepler Weber teve lucro líquido de R$ 8,7 milhões no primeiro trimestre de 2020, alta de 114,3% na comparação anual.

A receita líquida foi de R$ 127,5 milhões no período, queda de 7,3%, enquanto o Ebitda foi a R$ 17,5 milhões de janeiro a março, 14,3% maior ante os R$ 15,3 milhões alcançados no mesmo intervalo do ano passado. A margem Ebitda do trimestre foi de 13,7%, 2,6 pontos percentuais acima na mesma base de comparação.

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(Com Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.