Ações da Petrobras fecham com alta modesta, apesar do petróleo; Telebras dispara com aumento de capital e IRB cai 8,5%

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (23)

Lara Rizério

Instalações de petróleo da Aramco (divulgação)

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em queda de 1,22% após a notícia de vários jornais de que o ministro da Justiça, Sergio Moro, teria ameaçado pedir demissão depois de ser informado pelo presidente Jair Bolsonaro de que pretenderia trocar a diretoria-geral da Polícia Federal, hoje ocupada por Maurício Valeixo. Contudo, a notícia não foi confirmada, com os jornais apontando que os “bombeiros” do Palácio do Planalto conseguiram reverter a demissão.

Já os papéis da Petrobras (PETR3, R$ 17,34, +1,11%; PETR4, R$ 16,95, +1,19%) subiram cerca de 1%. O barril do tipo WTI fechou com alta de 19,7%, a US$ 16,50, após chegar a saltar 30% com a tensão entre EUA-Irã e sinais de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) poderão aprofundar o corte na sua produção. O Brent subiu 4,7%, a US$ 21,33.

Segundo os analistas do Bradesco BBI, a declaração na véspera do presidente Donaldo Trump, autorizando que a Marinha americana abata navios iranianos, deve “fornecer suporte para os preços do petróleo no curto prazo, já que os mercados esperam alguma potencial escalada de conflitos”.

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Também havia otimismo no mercado com a avaliação de que, com os preços do petróleo nas mínimas históricas, os produtores continuarão diminuindo a produção e fechando os poços nos EUA. Os reguladores do estado de Oklahoma disseram que ajudariam os produtores a fechar os poços sem tirar os arrendamentos, o que deu um alívio para eles já que muitos querem diminuir a produção mas correm riscos regulatórios no país caso façam isso.

A maior alta ficou com as ações da Suzano (SUZB3, R$ 36,56, +3,83%), em meio à forte alta do dólar, com a divisa terminando o dia vendida a R$ 5,5285, em alta de 2,21%. Além do risco político, o novo recorde do dólar ocorreu em meio às expectativas de corte mais intenso na Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em 6 de maio. As ações da Klabin (KLBN11, R$ 16,96, +2,60%) também registraram uma das maiores altas do Ibovespa.

Já entre os destaques de baixa, o IRB (IRBR3, R$ 10,12, -8,50%) mais uma vez teve queda. Após a renúncia de conselheiros na véspera, a companhia retirou o seu guidance para 2020. Segundo a empresa, a decisão de retirar as projeções para este ano decorreu do cenário de incertezas, no Brasil e no mundo, provocado pelos impactos da epidemia do Covid-19.

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A CVC Brasil (CVCB3, R$ 13,92, -6,26%), teve baixa em meio à notícia de que a companhia contratou o banco Itaú BBA para avaliar opções de capitalização para a empresa.

Confira os destaques do noticiário corporativo:

CSN (CSNA3, R$ 7,50, +2,18%), Gerdau (GGBR4, R$ 11,93, +1,97%) e Usiminas (USIM5, R$ 4,76, -1,24%)

CSN, Gerdau, Usiminas tiveram a perspectiva revisada a negativa pela agência de classificação de risco S&P.

A forte desaceleração da atividade industrial e de construção por causa do surto de Covid-19 reduzirá drasticamente a demanda de aço em 2020, diz a S&P. As “siderúrgicas brasileiras estão se adaptando ao novo cenário, com alguns anunciando paralisações de capacidade e cortes de custos e investimentos para economizar dinheiro”.

O CreditWatch com implicações negativas da CSN reflete a probabilidade de um rebaixamento nos próximos três meses se a CSN não puder estender os vencimentos da dívida em 2020, segundo
o relatório.

Sobre a Gerdau, a perspectiva negativa reflete probabilidade de rebaixamento nos próximos 12 meses após a fraca demanda de aço no Brasil e nos EUA, que fará com que a alavancagem da empresa
atinja o pico em 2020, mitigada por medidas anticíclicas e forte posição de liquidez.

Já sobre a Usiminas, a perspectiva negativa reflete provável deterioração nas métricas de crédito, com a dívida bruta ajustada em relação ao Ebitda subindo para um pouco acima de 5 vezes no final de 2020,
passando atualmente de 3,3 vezes.

Ainda no radar, a Usiminas realizará as suas assembleias gerais ordinária e extraordinária no dia 28 de abril apenas de forma digital. Segundo a siderúrgica, a medida tornou-se necessária para proteger a saúde dos acionistas por causa da epidemia do coronavírus. A empresa fará as assembleias pela plataforma Microsoft Teams e os acionistas poderão votar por meio digital durante os eventos, a partir das 13h do dia 28, ou então votar antecipadamente por boletim. A Usiminas também comunicou que permitirá aos acionistas enviarem os boletins com os votos até o final do dia 26. Os acionistas que quiserem participar das assembleias pela plataforma digital deverão enviar os pedidos até o dia 26 para o e-mail dri@usiminas.com.

Telebras (TELB3, R$ 93,60, +28,22%;TELB4, R$ 28,90, +60,56%) 

A Telebras aprovou o aumento do seu capital social de R$ 1,59 bilhão para R$ 3,1 bilhões, com a subscrição de 10,1 milhões de novas ações ordinárias e 8 milhões de novas ações preferenciais. A operação foi informada ao mercado na noite de ontem. Com o aumento de capital, a estatal federal de telecomunicações passou a ter 67,8 milhões de ações, das quais 49,4 milhões são ordinárias e 18,4 milhões são preferenciais.

Cada ação ordinária (TELB3) foi subscrita ao preço de R$ 117,59, enquanto cada preferencial foi subscrita a R$ 39,02. Segundo a empresa, os acionistas poderão comercializar as ações na B3 em cinco dias úteis a partir da publicação do fato relevante na CVM, isto é, no dia 30 de abril.

Totvs (TOTS3, R$ 58,61, -2,80%)

A Totvs aprovou uma emissão de debêntures simples e não conversíveis no valor de R$ 200 milhões. Segundo a empresa, será a sua segunda emissão de debêntures. Cada papel terá o valor unitário de R$ 1 mil. A empresa pagará sobre cada debênture juros das médias diárias dos DI mais um spread de 2,65% ao ano. As debêntures vencerão em 22 de abril de 2021 e poderão ser resgatadas antecipadamente pela Totvs, a partir de 22 de julho deste ano.

A empresa de informática esclareceu que, se fizer o resgate antecipado, pagará um prêmio de 0,10% por papel, mais os juros pro rata temporis até o resgate. A Totvs informou que usará os R$ 200 milhões justamente para fazer a “liquidação programada” das debêntures da sua primeira emissão, que vencerão em 22 de setembro deste ano. A empresa pretende reforçar seu caixa com a emissão. Em breve, a Totvs deverá pagar R$ 455 milhões pela aquisição de 88,8% do capital social da Supplier, que a empresa anunciou em outubro do ano passado. A Totvs informou que tinha R$ 1,4 bilhão no caixa no final de março. “A companhia pretende manter a sua posição sólida de liquidez”, comunicou a Totvs.

brMalls (BRML3, R$ 10,61, +1,34%)

A brMalls informou que dois dos seus shopping centers reabriram após terem cumprido fechamento temporário por causa da epidemia do coronavírus. Segundo a empresa, o Shopping Iguatemi de Caxias do Sul (RS) e Shopping Campo Grande (MS) reabriram nos dias 20 e 22 de abril, respectivamente, e operam com horários reduzidos entre 12h e 20h. “Os demais shoppings da companhia seguem fechados por determinação das autoridades públicas. Os serviços de delivery e as atividades essenciais seguem nos shoppings”, informou a brMalls.

Eletrobras (ELET3, R$ 25,05, -6,07%; ELET6, R$ 28,71, -4,20%)

A privatização da Eletrobras ficará mesmo para o segundo trimestre de 2021, confirmou o secretário especial de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar.

Unidas (LCAM3, R$ 13,83, -7,74%)

O Conselho da Unidas aprovou a recompra de até 20,3 milhões de ações, que correspondem a 4% do total do capital social da companhia. O programa poderá ser realizado dentro do prazo de até 18 meses
a partir de 20 abril de 2020.

Recomendações 

A Bradespar (BRAP4, R$ 29,40, +0,14%) teve a recomendação elevada pelo HSBC de manutenção para compra, com preço-alvo de R$ 38,85, implicando potencial de alta de 32% em relação ao último fechamento.

Já a Cesp (CESP6, R$ 27, -0,55%) teve a recomendação elevada para outperform pelo Itaú BBA, que destacou a relação risco-retorno atrativa.

O BBA reduziu o preço-alvo da ação da empresa de R$ 36,00 para R$ 33,00 em 2020, mas esclarece que esta mudança faz parte da incorporação dos efeitos da epidemia do Covid-19 sobre o cenário de energia.

“Dado o perfil defensivo e o valor muito atrativo da CESP, nós elevamos a recomendação”, comenta o BBA, que tornou a CESP sua “top pick” no setor energético. Segundo o banco, como a ação da CESP perdeu 21,6% do valor nos últimos dois meses, agora o papel oferece uma relação risco-recompensa equilibrada.

“A CESP não tem exposição ao varejo. Fornece gás para hospitais, energia para a mineração e para a indústria de materiais de construção, tem um sólido perfil de clientes”, comenta o BBA. “A CESP encerrou março com uma sólida posição de caixa e não terá nenhuma amortização de dívidas em 2020 e 2021. O endividamento é baixo, a relação dívida líquida sobre o Ebita é de 1,5 vezes (1,5x)”, conclui o BBA.

Afya 

O Itaú BBA manteve a recomendação outperform – acima da média de mercado, para o grupo educacional brasileiro Afya, que não tem capital aberto no Brasil mas tem na Nasdaq. Segundo o BBA, o Afya tem mostrado uma “alta resiliência” nas faculdades de medicina que controla no Brasil, face à epidemia do Covid-19, ao tornar disponíveis aos estudantes aulas online e material didático pela Internet.

“As taxas de inadimplência permanecem baixas, porque a Afya negocia com os estudantes”, comentou o BBA. “Nas próximas semanas, o grupo passará a oferecer residência para os estudantes de medicina do sexto ano nos hospitais, para mitigar os impactos do lockdown provocado pelo coronavírus”, comenta o BBA. O BBA fixou um preço-alvo de US$ 28,00 para a ação da Afya no Nasdaq em 2020, uma alta de 45% sobre os US$ 18,62 de ontem.

CVC (CVCB3, R$ 13,92, -6,26%) 

A operadora turística CVC contratou o banco Itaú BBA para avaliar opções de capitalização para a empresa, informa a Bloomberg. O montante da possível capitalização está sob estudo e nenhuma decisão ainda foi tomada. Face ao cenário da epidemia, que derrubou o setor inteiro de turismo, a CVC afirma que “possui um balanço sólido, permanece avaliando outras medidas para a proteção da sua situação financeira e ressalta que a maior parcela do seu endividamento tem vencimento a médio e longo prazos”.

IRB (IRBR3, R$ 10,12, -8,50%) 

A resseguradora IRB Brasil retirou o seu guidance para 2020. Segundo a empresa, a decisão de retirar as projeções para este ano decorreu do cenário de incertezas, no Brasil e no mundo, provocado pelos impactos da epidemia do Covid-19.

“Tão logo a nova diretoria executiva tenha conforto obre as premissas que norteiam a definição das projeções a serem apresentadas, ficará com a atribuição de avaliar a conveniência e a oportunidade de divulgar as projeções financeiras revisadas”.

Vale (VALE3, R$ 43,51, +1,42%) 

A mineradora Vale informou que deu início ao protocolo de emergência em nível 1 do dique Borrachudo II da mina Cauê, em Itabira (MG). Segundo a empresa, o protocolo em nível 1 não requer a retirada dos moradores a jusante da barragem. O dique Borrachudo II teve sua Declaração de Condição de Estabilidade emitida em 31 de março e segundo a Vale ela permanece em vigor. “A decisão é uma medida preventiva acertada junto aos órgãos de fiscalização externos e tem como objetivo prover um melhor entendimento sobre as condições atuais de drenagem da barragem”, comentou a Vale.

A mineradora esclareceu que o dique Borrachudo II é uma estrutura de pequeno porte, construída para conter os sedimentos da pilha de estéril Borrachudo-Ipoema. Segundo a empresa, a produção no local não foi prejudicada.

TIM (TIMP3, R$ 13,35, -0,96%) e Vivo (VIVT4, R$ 48,68, -0,96%)

O Conselho Administrativo de Defesa econômica (CADE) aprovou o acordo de compartilhamento de redes feito entre as operadoras TIM e Vivo.

Ecorodovias (ECOR3, R$ 11,52, +2,31%)

A Ecorodovias informou na manhã de hoje os números do tráfego nas suas rodovias entre 16 de março e 21 de abril deste ano. A comparação é sobre 18 de março a 23 de abril de 2019. Segundo a concessionária, trafegaram por suas sete rodovias 26,8 milhões de veículos pagantes entre 16 de março e 21 de abril de 2020, uma queda de 24,7% sobre o período do ano passado.

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(Com Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.