Ações da Gerdau (GGBR4) caem quase 4%: Itaú BBA fala em resultado do quarto trimestre “abaixo do consenso”

Recuo do preço do metal e menores volumes vendidos devem impactar resultado da companhia no quarto trimestre

Equipe InfoMoney

Publicidade

As ações preferenciais da Gerdau (GGBR4) estiveram em destaque entre as maiores quedas do Ibovespa nesta sexta-feira (23). O papel fechou com queda de 3,88%, a R$ 28,70, enquanto o benchmark da Bolsa avançou 2%. Outras companhias do setor de siderurgia, para fins de comparação, caíram, mas não tanto: as preferenciais série A da Usiminas (USIM5) recuou 1,14% (R$ 6,92) e as ordinárias da CSN (CSNA3), 2,25% (R$ 13,91).

O Itaú BBA, em relatório, explica que, de acordo com conversas com investidores, esse recuo pode se dar, principalmente, pela probabilidade de o quarto trimestre de 2022 ser mais fraco do que o esperado pelo consenso de mercado até então, o que leva a um reajuste de expectativas no pregão.

“Projetamos Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês] de R$ 3,7 bilhões, queda de 31% no trimestre e 20% abaixo da estimativa de consenso da Bloomberg, de R$ 4,6 bilhões. Embora reconheçamos que os resultados fracos que esperamos para o quarto trimestre implicam em piora do ritmo da Gerdau em 2023, observamos que os últimos três meses do ano são sazonalmente mais fracos”, explica a equipe de analistas, chefiados por Daniel Sasson.

Continua depois da publicidade

De acordo com o banco, é esperado que o resultado nos Estados Unidos sofra por conta dos menores preços realizados no aço, de cerca de 10% na base anual, com a margem Ebitda (Ebitda sobre receita líquida) ficando em 26% – ante 33% no terceiro trimestre. No Brasil, a mesma taxa deve recuar 5,4 pontos percentuais, para 13%.

As margens, para além do menor preço realizado, também devem sofrer por conta dos menores volumes vendidos, que diminuem a diluição de custos.

“Esperamos que os volumes domésticos no Brasil caiam 13% no trimestre, com uma sazonalidade mais fraca, enquanto as exportações devem aumentar fortemente, para 284 mil toneladas”, explicam. “Os resultados na América do Norte provavelmente permanecerão sólidos, apesar de uma queda sequencial no Ebitda. Projetamos uma queda de 7% no trimestre nos preços em dólares e uma queda de 5% no trimestre nos volumes”.

Continua depois da publicidade

Para o braço brasileiro da siderúrgica, o BBA espera um Ebitda de R$ 1 bilhão. Para a divisão americana, o esperado é que a Gerdau traga um lucro operacional de R$ 1,8 bilhão.

Por fim, no segmento de aços especiais, os analistas veem os volumes ficando estáveis, mas os preços caindo 7% na base trimestral. A margem Ebitda, com isso, deve ficar em 14%, ante 18% no terceiro trimestre, e o Ebitda, em R$ 485 milhões. Os mesmos 7% de recuo de preços são aguardados para a divisão sul americana, que deve ter sua margem caindo de 29% para 245 e o seu Ebitda ficando em R$ 440 milhões.

Apesar da perspectiva negativa para o resultado da Gerdau, o Itaú, contudo, mantém sua recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra), com preço-alvo de R$ 37 (upside de 25% frente o fechamento da véspera).