Ações da BRF saltam 8% com previsão de Ebitda e investimentos; Eletrobras sobe 5% e aéreas recuam

Confira os destaques da B3 na sessão desta terça-feira (8)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em uma sessão em que o Ibovespa oscilou entre leves ganhos e perdas, a BRF (BRFS3, R$ 23,13, +8,69%) viu seus papéis em forte alta de cerca de 10%, no dia do Investor Day da companhia.

A BRF estimou nesta terça-feira receita líquida de R$ 65 bilhões para o período de 2021 a 2023, com o resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) crescendo duas vezes em relação ao patamar atual, considerando os 12 meses findos em setembro.

Também em destaque,  o ministério francês de agricultura disse nesta terça que a gripe aviária H5N8 foi encontrada em uma criação de patos no sudoeste do país, confirmando o primeiro surto do vírus em uma fazenda na França este ano.

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Ainda no radar, estão empresas que foram alvo de recomendação. Os papéis da Eletrobras (ELET3, R$ 35,62, +5,92%; ELET6, R$ 35,96, +4,99%) subiram forte. O BTG Pactual iniciou a cobertura para a ação PNA da companhia com recomendação de compra e  preço-alvo de R$ 63, o que configura um potencial de valorização de 84% em relação ao fechamento de ontem.

Para os papéis ON, o preço-alvo é de R$ 57 (alta de 69%). Os analistas destacam que a empresa tem um dos riscos/recompensa mais atraentes do universo de cobertura, uma vez que mostra um potencial de alta significativo, mesmo sem qualquer vantagem com uma possível privatização.

Os papéis da OdontoPrev (ODPV3, R$ 13,88, +1,31%) também registraram ganhos. O Citi elevou a recomendação de Odontoprev de neutro para compra, com o preço-alvo indo de R$ 15 para R$ 16. Os analistas apontaram, entre os motivos, a estimativa de taxa de crescimento anual composta nas receitas de 13% entre 2021 e 2023.

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As aéreas chegaram a subir, mas viraram para queda, com Gol (GOLL4, R$ 27,69, -0,89%) e Azul (AZUL4, R$ 41,39, -1,19%) recuando cerca de 1%. A Gol anunciou na terça-feira que voltará a operar voos com o Boeing 737 MAX a partir de quarta-feira, enquanto a Azul divulgou suas prévias operacionais do mês de novembro. Confira os destaques:

BRF (BRFS3, R$ 23,13, +8,69%)

Os frigoríficos ganham destaque na sessão. A BRF estimou nesta terça-feira receita líquida de R$ 65 bilhões para o período de 2021 a 2023, com o resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) crescendo duas vezes em relação ao patamar atual, considerando os 12 meses findos em setembro. A companhia também projetou investimentos de, aproximadamente, R$ 55 bilhões  nos próximos dez anos, limite “prudencial” de alavancagem financeira líquida de até 3 vezes.

Durante o BRF Day, os executivos da companhia destacaram que ela está se concentrando no crescimento doméstico e em mercados halal como a Turquia e a Arábia Saudita. A expectativa de investimentos de R$ 55 bilhões nos próximos 10 anos é para fazer o negócio crescer organicamente, com foco na expansão em mercados onde os consumidores compram produtos alimentícios processados ​​como pizzas e nuggets de frango.

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A empresa, que possui marcas como Sadia no Brasil e Banvit na Turquia, disse que pretende obter 70% de sua receita com produtos de valor agregado, ante 50% atuais.

O plano indica um afastamento de seu negócio mais commoditizado de venda de frango fresco e produtos suínos em favor de uma maior participação de mercado em áreas como refeições prontas e produtos para animais de estimação. O presidente-executivo Lorival Luz disse que este último representa um mercado de R$ 40 bilhões no Brasil, em que a BRF pode se tornar o segundo maior player em cinco anos.

A empresa se comprometeu a não tomar empréstimos excessivos para financiar o crescimento e a estabelecer limites de endividamento durante o período em que o investimento será feito.

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Ainda no radar, o ministério francês de agricultura disse nesta terça que a gripe aviária H5N8 foi encontrada em uma criação de patos no sudoeste do país, confirmando o primeiro surto do vírus em uma fazenda na França este ano. O surto foi relatado pela primeira vez na segunda-feira, mas na ocasião ainda não estava claro a cepa do vírus envolvida nos casos.

A gripe aviária tem se espalhado rapidamente pela Europa, o que tem colocado a indústria avícola em alerta depois que surtos anteriores levaram ao abate de dezenas de milhões de aves.

Azul (AZUL4, R$ 41,39, -1,19%)

A Azul divulgou suas prévias operacionais do mês de novembro, quando registrou aumento de 17,5% na demanda de passageiros por voos (RPK) em relação a outubro. Na comparação com novembro de 2019, houve uma queda de 30% no indicador.

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A oferta de assentos (ASK) cresceu 12,2% no mês passado na comparação com outubro, e caiu 30,6% em relação a novembro do ano passado. Assim, a taxa de ocupação saiu de 79,3% para 83,1% em um mês. Um ano atrás, esta taxa foi de 82,4%.

A maior parte dos voos está concentrada no mercado doméstico, que teve avanço de 19,3% na demanda e de 14,9% na oferta, em relação a outubro, com a taxa de ocupação saindo de 80,7% para 83,8%. Em relação a novembro de 2019, a demanda caiu 15,1%, e a oferta teve recuo de 16,7%.

Nos voos internacionais, a demanda por voos caiu 5,8% na comparação mensal, e a oferta teve queda de 15,2%. A taxa de ocupação saiu de 65,3% para 72,6%. Na comparação anual, demanda e oferta recuaram 81,6% e 78,8%, respectivamente.

“Em novembro nós acompanhamos uma recuperação de 85% da demanda doméstica, uma das mais rápidas do mundo. Esperamos que essa tendência continue à medida em que aumentamos progressivamente a nossa operação. Iremos voar para 113 destinos até o final de 2020, aproveitando a flexibilidade da nossa frota e da nossa malha exclusiva, que nos permitem adequar rapidamente a capacidade à demanda”, comentou John Rodgerson, CEO da Azul.

Ecorodovias (ECOR3, R$ 12,97, -0,08%) e CCR (CCRO3, R$ 13,74, +0,29%)

O Credit Suisse manteve a recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) elevou o preço-alvo para as ações de Ecorodovias de R$ 17 para R$ 17,70 e para a CCR de R$ 20 para R$ 21,50.

Conforme apontam os analistas, o foco no mundo pós Covid-19 vai para infraestrutura, o que inclui o Brasil, que também tem um plano ambicioso que começou alguns anos atrás com o pais já enfrentando uma crise antes da pandemia. Por outro lado, restrições do lado fiscal requerem o uso do capital privado, traduzindo em um programa grande de concessões que esta por vir com cerca de R$ 170 bilhões em investimentos. Assim, aponta a equipe de análise, o cenário abre muita oportunidades para as companhias como CCR e Ecorodovias.

B2W (BTOW3, R$ 83,75, -0,33%)

A Ame, fintech que pertence à Lojas Americanas e B2W, adquiriu a Bit Capital, plataforma de open banking. Os valores não foram divulgados.

Em comunicado, a B2W informa que a Bit Capital é uma plataforma baseada em blockchain e open APIs, que oferece soluções para integração nativa ao ecossistema financeiro, além de integração com o Pix.

Qualicorp (QUAL3, R$ 34,60, -1,00%)

A Qualicorp comunicou que  Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou a compra de 75% do capital social da concorrente Plural Saúde pela companhia.

Oi (OIBR3, R$ 2,33, +3,10%; OIBR4, R$ 3,47, +3,89%)

A Oi anunciou a contratação da consultoria Egon Zehnder para avaliação de seu Conselho de Administração. A companhia afirmou que em assembleia de 16 de outubro a administração firmou o contrato com a consultoria.

O processo tem por objetivo subsidiar o próprio conselho na elaboração de uma proposta aos acionistas para a eleição do Conselho de Administração na Assembleia Geral Ordinária de 2021, considerando as necessidades da empresa para os próximos anos e a efetividade do órgão.

“Com esse passo, a companhia inicia a criação do marco dentro do qual será elaborada a proposta aos acionistas de composição do futuro conselho, de forma estruturada, transparente, criteriosa e alinhada com as melhores práticas de governança corporativa, em benefício da empresa e de todos os seus stakeholders”, informou a companhia.

A companhia informou ainda ter alcançado 2 milhões de clientes de fibra óptica em dezembro, o dobro do registrado em abril deste ano, cobrindo 134 cidades. “Fibra é o pilar central da nossa estratégia, mas o desempenho nos surpreende, acima dos esperado, em uma velocidade mais acelerada do que imaginávamos anteriormente”, disse Bernardo Winik, vice-presidente de clientes da operadora.

Copel (CPLE6, R$ 69,30, -2,16%)

A Copel (Companhia Paranaense de Energia) comunicou na terça que foi informada na segunda pelo BNDES, seu acionista, que o banco selecionou, em reunião diretora, o Banco BTG Pactual como líder de oferta pública secundária para venda da participação detida pela BNDESPAR. O braço do banco de fomento detém 24% do capital social da Copel.

O banco ressaltou, no entanto, que o lançamento da oferta pública depende de fatores como existência de condições de mercado favoráveis, “notadamente de preço”, aprovação de governança interna, e análise pela CVM e demais órgãos reguladores e autorreguladores.

Suzano (SUZB3, R$ 52,83, +0,15%)

De acordo com informações da RISI, serviço de informações especializado do setor de papel e celulose, está elevando os preços de celulose branqueada de eucalipto para US$ 550 a tonelada para o sudeste da Ásia e Oriente Médio.

O Credit Suisse avalia que a notícia é positiva e, embora a alta não se aplique à China (por enquanto), ela reforça a convicção da Suzano de que o cenário está melhorando de forma sustentável. “Nossa estimativa média de US$ 530 a tonelada para 2021 começa a parecer conservadora”, avaliam.

Dimed (PNVL3, R$ 22,15, -0,81%)

A Dimed, dona da Panvel, cancelou na véspera a assembleia especial de acionistas preferencialistas, marcada para esta terça, na qual seriam discutidas a conversão das ações em ordinárias e a migração da empresa para o segmento Novo Mercado.

O Bradesco BBI avalia que o cancelamento adia a movimentação dos papéis da empresa para o segmento Novo Mercado, mas diz que a empresa deve aprovar a transição na assembleia geral de acionistas, que continua marcada para esta terça. Por isso, avalia que o adiamento tem poucas consequências.

Segundo o banco, caso a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) não impeça os controladores de votarem na assembleia, haveria pouca chance de que não haja uma aprovação. Isso porque esses acionistas têm 41% das ações, um patamar muito próximo dos votos de 50% mais um necessários para o movimento.

O banco mantém avaliação dos papéis em outpeform, com preço-alvo de R$ 36, frente os R$ 22,33 do fechamento da véspera.

Dommo (DMMO3, R$ 1,42, +5,97%)

A Dommo Energia comunicou a produção de óleo em Tubarão Martelo em novembro, de  51.892 barris de óleo. Segundo a empresa, o preço de referência mais recente fixado pela ANP é de US$ 35,07 por barril.

GOL (GOLL4, R$ 27,69, -0,89%) e Smiles (SMLS3, R$ 22,50, +2,97%)

A Gol Linhas Aéreas anunciou na terça-feira que voltará a operar voos com o Boeing 737 MAX a partir de quarta-feira (9), nas rotas comerciais de sua malha. A empresa espera que, até o final de dezembro, todas as sete aeronaves do tipo estejam liberadas para retornar à operação.

Além disso, em teleconferência para analistas, Richard Lark, vice-presidente financeiro da Gol, destacou que a proposta de incorporação da Smiles pela aérea com troca de ações deve proporcionar uma diluição de 2,9% na Gol.

Vale destacar que será criado um comitê independente da Smiles para avaliação da proposta de incorporação feita pela Gol. O comitê não terá participação de acionistas da aérea. Os acionistas minoritários da Smiles optarão por aceitar ou rejeitar os termos da proposta.

Os acionistas da empresa de fidelidade poderão escolher entre receber por suas ações 0,825 PN de GOLL4 ou R$ 22,32 em dinheiro, com a condição de que nenhum acionista poderá receber mais do que 80% em ações ou dinheiro.

Segundo a Gol, a atual proposta é mais vantajosa pois permite que o acionista da Smiles possa receber até 80% do valor em ações da Gol, capturando sinergias obtidas com a incorporação sendo que, na anterior, o percentual era de 60% ou de 40%.

Tupy (TUPY3, R$ 22,23, +1,74%) e Iochpe-Maxion (MYPK3, R$ 15,12, -1,95%)

A Anfavea (Associação Brasileira de Fabricantes de Veículos Automotores) reportou na segunda a fabricação 238.200 unidades em novembro, um aumento de 5% na comparação com o mesmo mês do ano anterior.

A fabricação de veículos leves e caminhões tiveram alta de 4% e 31% no período, respectivamente. Mas a produção de ônibus teve queda de 17%.

O Bradesco BBI avalia que a indústria automotiva está se recuperando mais rápido nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia do que no Brasil, e recomenda as ações de Tupy, com preço-alvo de R$ 35, frente R$ 21,85 atuais, e Iochpe, com preço-alvo de R$ 20, frente os R$ 15, 42 atuais.

Pearson (NYSE: PSO), Cogna (COGN3, R$ 5,12, +0,20%) e Arco (NASDAQ: ARCE)

A britânica Pearson está negociando a venda dos sistemas de ensino COC e Dom Bosco, que atendem 250 mil alunos e, juntos, têm receita de R$ 200 milhões.

Entre os grupos que estão participando do processo estão Vasta, braço de prestação de serviços de educação básica da Cogna, e Arco Educação. Segundo o jornal, o Grupo SEB não vai entrar na negociação devido à exigência de que as empresas participantes do processo não contratem funcionários ou parceiros da Pearson durante 18 meses. Os sistemas COC e Dom Bosco pertenciam ao Grupo SEB, que os vendeu há dez anos por R$ 888 milhões.

CVC (CVCB3, R$ 21,00, +1,74%)

A Eleven Financial Research elevou a recomendação para a CVC de neutra para compra, com preço-alvo de R$ 30, frente os R$ 20,64 do fechamento da véspera. A casa de análise ressaltou o processo de repactuação de debêntures e o avanço do desenvolvimento de vacinas, que pode impulsionar viagens.

Stone (NASDAQ: STNE)

O Morgan Stanley reiniciou a cobertura da Stone, após a aprovação pelos acionistas da compra da Linx, que ainda aguarda aprovação regulatória. O banco afirma que o negócio oferece aos 70 mil clientes da Linx acesso a soluções de pagamento, serviços financeiros e apoio ao cliente da Stone, e abre espaço para a Stone penetrar no mercado de software para pequenos e médios negócios.

O banco afirma que a Stone está operando em quatro frentes: software, crédito, pagamentos e digital banking, o que a coloca em uma posição única no mercado. O Morgan Stanley diz esperar que essa posição de destaque se consolide.

O banco avalia as ações da Stone como overweight (exposição acima da média do mercado), com preço-alvo de US$ 83, ou potencial de valorização de 13% frente os US$ 73,50 de fechamento da véspera na Nasdaq.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.