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SÃO PAULO – A Ágora Corretora revisou suas estimativas para os bancos médios brasileiros, mas manteve a preferência pelo ABC Brasil (ABCB4), seguido pelo BicBanco (BICB4). O analista Aloísio Villeth Lemos incorporou na nova avaliação das instituições aumentos de despesas com provisões em 2012, além das premissas macroeconômicas para a taxa básica de juro, a Selic.
Somente as ações do ABC Brasil e BicBanco receberam recomendação de compra – refletindo expectativas de crescimento de carteiras de crédito -, enquanto os papéis do Daycoval (DAYC4) e Sofisa (SFSA4) estão com call de manutenção.
O analista comenta que as ações do ABC Brasil e BicBanco estão “atrativas em comparação com os bancos de grande porte do setor privado”. Já para 2013, ele comenta que sua expectativa é altamente dependente das despesas para provisões para perdas, o que torna as ações do BicBanco um ativo com relação risco versus retorno maior quando comparado com o ABC Brasil.
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O que justifica essa recomendação?
No caso do ABC Brasil, Lemos explica que as ações estão com múltiplos atrativos, mas as expectativas de que os resultados continuem fracos ainda seguem para o segundo semestre do ano, em função da elevada despesa com provisões para perdas – decorrente da piora na qualidade do crédito para o segmento de pequenas e médias empresas. Ele espera, contudo, que o banco aumente sua carteira de crédito entre 2012 e 2013, deixando como única restrição para a expansão o seu índice de Basiléia, que é mais apertado.
O cenário exige um pouco mais de cautela no caso do BicBanco, embora o analista acredite que os múltiplos de seus papéis ainda são atrativos. O resultado do segundo trimestre e o alto nível de despesas com provisões para perdas tornam-se um revés para uma visão de recuperação mais rápida do banco, comenta Lemos. Vale mencionar que nesse pregão, os papéis da instituição fecharam com forte alta de 8,29% nesta quarta, enquanto o Ibovespa avançou 0,84%, aos 59.921 pontos.
Menos atrativas, mas merecem espaço na carteira
O panorama, contudo, muda um pouco para as ações do Daycoval, que exigem maior cuidado do investidor por haver uma preocupação sobre a qualidade do crédito do segmento de pequenas e médias empresas, estima o analista. “Como houve um forte crescimento na carteira de crédito em 2011, vemos espaço para uma deterioração da qualidade no segundo semestre”, disse Lemos.
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Outro banco que deve sofrer com o resultado esse ano é o Sofisa, que registra margens mais apertadas, resultado principalmente do baixo nível de alavancagem da instituição. O analista acredita que a alavancagem na instituição ainda demorará para acontecer. “Sendo assim, os múltiplos pouco atrativos do banco são justificados pelo baixo nível de retorno esperado”, finaliza o analista.
