Ações da Usiminas caem 4% e do BMG desabam 17% após balanços; IRB tem baixa de 12% na semana

Confira os destaques do noticiário corporativo na sessão desta sexta-feira (14)

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em forte queda na sessão desta sexta-feira (14), entre os dados ainda fracos da atividade econômica e as incertezas sobre o coronavírus.

Neste cenário, o maior destaque de queda do Ibovespa fica para a ação da Usiminas (USIM5), que não agradou após o resultado do quarto trimestre de 2019 em que apontou aumentou de custos, fazendo com que a ação caísse 4,35%. Fora do índice, as ações do BMG (BMGB4) desabaram 17,58% após balanço decepcionante.

A IRB Brasil (IRBR3) viu seus papéis registrarem a maior alta do índice, de 5,64%, em uma semana bastante atribulada para a companhia – na semana, contudo, os papéis caem 12,35%. Na segunda-feira, os papéis chegaram a cair 17,23% com nova carta da gestora Squadra Investimentos questionando as práticas contábeis realizadas pela resseguradora. Vale ressaltar que, na terça-feira da semana que vem, a companhia de resseguros divulgará seus eus números do quarto trimestre. Os analistas esperam que a companhia divulgue mais informações que esclareçam os pontos abordados pela Squadra.

Ebook Gratuito

Como analisar ações

Cadastre-se e receba um ebook que explica o que todo investidor precisa saber para fazer suas próprias análises

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Também entre as maiores altas, atenção para a Eletrobras (ELET3;ELET6), que teve a sua cobertura reiniciada pelo Goldman Sachs com recomendação de compra, enquanto Cogna (COGN3) avança pela terceira sessão seguida após oferta de ações.

Confira os destaques do mercado na sessão desta sexta-feira (14)?

BMG (BMGB4)

O Banco BMG registrou lucro líquido de R$ 163 milhões no quarto trimestre de 2019, um valor quatro vezes maior que os R$ 40 milhões apurados no mesmo período de 2018. No ano, a instituição financeira acumulou ganhos de R$ 367 milhões, mais que o dobro dos R$ 171 milhões de 2018.

Continua depois da publicidade

No critério recorrente, o lucro do BMG somou R$ 74 milhões entre outubro e dezembro, crescimento de 21,3% na comparação anual. Em todo o ano de 2019, o lucro recorrente ficou em R$ 344 milhões, alta de 33,3% em relação a 2018. Neste critério, o banco excluiu os efeitos da amortização de ágio e outros não recorrentes.

A rentabilidade sobre patrimônio líquido (ROAE) subiu de 6% para 20,7% em um ano, no quarto trimestre de 2019. No critério recorrente, o indicador caiu de 10,4% para 9,6% na mesma comparação. No ano, o ROAE chegou a 12,5% recorrente, ante 10,8% de 2018. O patrimônio líquido do BMG fechou o ano em R$ 4,028 bilhões, alta de 52,5% em um ano.

A carteira de crédito do BMG ao final do ano chegou a R$ 11,455 bilhões, crescimento de 20,4% em 12 meses e de 5,9% em três meses. Deste total, quase 70%, ou R$ 7,993 bilhões, correspondem a cartão consignado. O índice de Basileia do BMG disparou após a abertura de capital, passando de 13,8% ao final de setembro para 22,5% em dezembro. O indicador mostra que o banco está bem capitalizado para conceder novos empréstimos, já que o mínimo exigido pelo Banco Central é 11%.

O Credit Suisse avaliou que os resultados do Banco BMG vieram “abaixo das expectativas” bem como o guidance (orientação) para 2020. “O nível das despesas administrativas subiu e elas ficaram em R$ 196 milhões. As despesas subiram e fecharam o quarto trimestre em R$ 415 milhões, comparadas às nossas estimativas de R$ 364 milhões”, avaliou o banco suíço.

O Credit Suisse destacou que o lucro líquido ficou em R$ 74 milhões no trimestre, abaixo da projeção de R$ 89 milhões do banco. O resultado menor que a projeção, comenta o banco, pode ter sido causado pelo aumento das despesas administrativas.

Petrobras (PETR3; PETR4)

Em entrevista ao Estadão, Roberto Castello Branco, presidente da Petrobras, afirmou que nenhum barril de petróleo deixou de ser produzido nem refinado por conta da greve de petroleiros que acontece desde o dia 1º.

“Estamos contratando funcionários diretamente e de empresas que prestam serviços para operarem algumas plataformas”, destacou.

A Petrobras havia informado na semana passada que está providenciando a contratação imediata de pessoas e serviços, de forma emergencial, para garantir a continuidade operacional em suas unidades durante a greve.

Em nota, Vicente Falanga, analista do Bradesco BBI, destaca as medidas da Petrobras para manter a produção, mas aponta que há incertas de quanto tempo a companhia conseguirá não ser impactada sem os trabalhadores retomarem as atividades.

Usiminas (USIM5)

A Usiminas registrou um lucro líquido de R$ 268 milhões no quarto trimestre de 2019, uma queda de 33% frente aos R$ 401 milhões registrados no mesmo período do ano passado, mas revertendo o prejuízo de R$ 139 milhões do terceiro trimestre deste ano. No ano, o lucro líquido da siderúrgica foi de R$ 377 milhões, uma baixa de 55% frente aos R$ 829 milhões de 2018.

A receita líquida do quarto trimestre de 2019 alcançou R$ 3,9 bilhões. Em 2019, a receita líquida totalizou R$14,9 bilhões, uma elevação de 8,8% em relação ao ano de 2018 (R$ 13,7 bilhões), em função principalmente de maiores volumes e preços de venda na Unidade de Mineração e maiores preços praticados na Unidade de Siderurgia.

A receita líquida da siderúrgica foi de R$ 3,9 bilhões no quarto trimestre e avançou 13% sobre igual trimestre do ano anterior. Já o Ebitda no quarto trimestre de 2019 foi de R$ 468 milhões, uma queda de 44% sobre igual trimestre do ano anterior. O Ebitda para 2019 fechado ficou em R$ 1,9 bilhão, queda de 27% sobre 2018. A Usiminas também informou que encerrou 2019 com um saldo de R$ 1,9 bilhão no caixa, uma expansão de 13% sobre o caixa do final de dezembro de 2018.

O lucro líquido recorrente da empresa, no fechamento de 2019 inteiro, foi de R$ 377 milhões, uma queda de 55% em comparação a 2018. A receita líquida da siderúrgica fechou 2019 em R$ 14,9 bilhões, um crescimento de 8,8% sobre 2018.

A Usiminas avalia que a situação do mercado do aço melhorou no final de 2019, com a reativação das vendas “e de melhores preços praticados na siderurgia”. A companhia informou que conseguiu reduzir sua dívida líquida em 23% no ano passado, de R$ 4,1 bilhões em 2018 para R$ 3,1 bilhões em dezembro de 2019. “O indicador dívida líquida sobre o EBITA encerrou o ano em 1,6 vez (1,6x)” informou a Usiminas.

Os analistas do Safra apontaram que este foi “mais um trimestre difícil” para a companhia, com a margem no segmento de aço sendo impactada negativamente por menores volumes. “Os resultados da Usiminas refletem o ambiente de crescimento
lento observado no quarto trimestre e a sazonalidade desfavorável”, avaliam.

Contudo, se a empresa conseguir implementar aumentos de preços no mercado doméstico durante este e no próximo trimestre e “vermos sinais de atividade efetivamente aumentando no Brasil, os números da Usiminas podem mostrar rápida melhora”. Eles mantêm recomendação neutra para os papéis.

Rumo (RAIL3

A Rumo Logística, empresa que controla a maior malha ferroviária de carga do Brasil, informou que obteve um lucro líquido recorrente de R$ 203 milhões no quarto trimestre de 2019, uma expansão de 48% sobre igual período de 2018. No ano inteiro de 2019, o lucro líquido da Rumo cresceu mais de 100% para R$ 786 milhões – em 2018, a empresa lucrou R$ 273 milhões.

O Ebitda ajustado da Rumo foi de R$ 897 milhões no quarto trimestre de 2019, uma expansão de 4,1% sobre igual período de 2018. No fechamento de 2019, o Ebitda da companhia cresceu 9,4% para R$ 3,8 bilhões. A receita líquida da Rumo cresceu 1% no quarto trimestre de 2019, para R$ 1,66 bilhão. No ano de 2019, houve expansão de 7,6% na receita líquida recorrente, para R$ 7,08 bilhões. Todos os dados financeiros são recorrentes e não incluem a incorporação dos dados da chamada “Malha Central”, ou Ferrovia Norte-Sul, que a Rumo comprou em leilão em julho do ano passado. A Rumo, que controla a Malha Paulista, afirma que no ano passado aumentou em 6,6% o transporte de grãos para o Porto de Santos (SP), para 22,3 milhões de toneladas.

O Credit Suisse e o Itaú BBA comentaram o balanço. O Credit Suisse comentou que a Rumo conseguiu reduzir acidentes nas ferrovias e vendeu as unidades não lucrativas da operação de contêineres. “A Rumo apresentou uma forte geração de caixa, de R$ 868 milhões, terminando o ano desalavancada, com dívida líquida sobre o EBITDA em 1,8 vezes (1,8x), com grande capacidade para financiar seus planos de investimento”, avalia o Credit Suisse. O Itaú BBA avalia que os resultados vieram em linha com as expectativas, embora modestos. O BBA mantém a recomendação neutra para a empresa, com preço-alvo de R$ 31,00 para a ação RAIL3 em 2020. “A Rumo apresentou um EBITDA 5% acima das nossas expectativas”, destacou o BBA.

JHSF (JHSF3)

A construtora, incorporadora e administradora de shopping centers JHSF informou na noite de ontem que teve um lucro líquido de R$ 211 milhões no quarto trimestre de 2019, uma expansão de 197% sobre igual período do ano anterior. Embora grande parte da receita recorrente da empresa esteja na incorporação e no varejo, a JHSF tem aumentado os investimentos em empreendimentos residenciais de alto padrão, como a Fazenda Boa Vista.

No final do ano passado, a empresa lançou o Boa Vista Village, uma extensão da Fazenda Boa Vista. No ano de 2019, o lucro líquido recorrente da JHSF teve uma expansão ainda mais forte, de 508,5% para R$ 326,7 milhões. A receita líquida da empresa cresceu 39,6% para R$ 636,8 milhões no ano passado. O EBITDA cresceu 60,3% para R$ 226,9 milhões.

BTG Pactual (BPAC11

O Banco BTG Pactual informou que obteve um lucro líquido recorrente de R$ 1,01 bilhão no quarto trimestre de 2019. O resultado ficou ligeiramente abaixo do terceiro trimestre de 2019, quando o banco lucrou R$ 1,07 bilhão, mas cresceu em relação ao quarto trimestre de 2018, quando o lucro líquido foi de R$ 711 milhões.

A receita líquida do BTG Pactual avançou para R$ 2,4 bilhões no quarto trimestre de 2019. Houve expansão tanto em comparação ao terceiro trimestre do ano passado, quando foi de R$ 2,18 bilhões, como ao quarto trimestre de 2018, quando foi de R$ 1,5 bilhão. O banco atribuiu a melhora dos resultados do quarto trimestre do ano passado ao crescimento da área de investment banking, que segundo as informações do balanço cresceram 256% sobre igual período de 2018. O setor saltou de uma receita de R$ 86 milhões, no quarto trimestre de 2018, para uma de R$ 306 milhões no último trimestre de 2019. No total de 2019, a receita líquida do BTG Pactual foi de R$ 8,3 bilhões, uma expansão de 56% sobre 2018.

Grendene (GRND3

A Grendene, fabricante de calçados, publicou ontem à noite balanço e informou uma queda de 14,4% no seu lucro líquido recorrente, para R$ 215,2 milhões no quarto trimestre de 2019. A comparação é a igual período de 2018. Em 2019, o lucro líquido da empresa foi de R$ 483,8 milhões, um recuo de 17,4% sobre 2018. Segundo a Grendene, houve queda no volume de vendas tanto no Brasil como no exterior, embora a empresa tenha sido mais afetada pela recessão na Argentina, seu principal mercado externo. No Brasil, a Grendene vendeu no ano passado 120 milhões de pares, 9,4% menos que em 2018. Já no exterior a queda foi maior, de 23,8% para 30,9 milhões de pares.

A receita líquida da Grendene foi de 665,7 milhões no quarto trimestre de 2019, em queda de 10,3% sobre igual período de 2018. Em 2019, a receita líquida foi de R$ 2,07 bilhões, um recuo de 11,25 sobre o ano anterior. O EBITDA recorrente caiu 21% para R$ 413 milhões em 2019. Mesmo com os resultados adversos, a Grendene está capitalizada, com um caixa superior a R$ 2 bilhões no final do ano passado.

Cemig (CMIG4

A estatal elétrica mineira Cemig comunicou ontem à noite ao mercado que conseguiu receber créditos do ICMS da base de cálculo do PIS e do PASEP, após uma vitória no judiciário federal. Segundo a empresa, foi para o seu caixa uma soma total de R$ 1,38 bilhão, mas em duas quantias separadas, uma de R$ 1,18 bilhão e outra de R$ 196 milhões. A estatal mineira informou que as quantias foram levantadas por duas subsidiárias suas, a Cemig Distribuição e a Cemig Geração e Transmissão. Segundo a empresa, a soma será registrada no balanço de 2019.

Seja sócio das melhores empresas da Bolsa: abra uma conta na Clear com taxa ZERO para corretagem de ações

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.