Ação da Petrobras despenca 5% com “novo cenário”; veja destaques

Com morte de candidato em acidente aéreo, especialistas começam a traçar novo cenário para as eleições; Transmissão Paulista e B2W ignoraram dia tenso na Bolsa e subiram até 5%

Marina Neves

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SÃO PAULO – A quarta-feira (13) foi negativa para a Bolsa após a notícia de que o candidato à presidência Eduardo Campos (PSB) morreu em um acidente aéreo durante a manhã no litoral de São Paulo. O Ibovespa fechou com queda de 1,33%, com o principal destaque para a Petrobras, que despencou 5% diante do novo cenário eleitoral sendo desenhado pelos especialistas.

Os papéis preferenciais da estatal (PETR4, R$ 18,69, -5,19%) chegaram a cair 6% na mínima do dia, alcançada por volta das 12h30. As ações ordinárias (PETR3, R$ 17,51, -5,15%) também tiveram queda na faixa de 6%. Para o analista João Pedro Brugger, da Leme Investimentos, as ações da Petrobras despencaram graças à incerteza do mercado quanto ao novo cenário eleitoral que deve se formar. Para o analista, a mudança dos presidenciáveis levou o mercado a agir de forma defensiva.

As ações da Petrobras são sensíveis à notícias eleitorais, assim como as outras estatais Eletrobras (ELET3, R$ 6,49, -2,26%; ELET6, R$ 10,75, -1,56%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 27,65, +0,25%), porém, as ações da petrolífera sentiram mais o clima de incertezas políticas graças a uma grande alta no mês de julho, o que resultou em uma queda mais acentuada, realizando os ganhos. As ações dos bancos Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 34,93, -1,72%) e Bradesco (BBDC3, R$ 36,06, -0,39%; BBDC4, R$ 34,62, -0,94%), que também são sensíveis a noticiário eleitoral, ficaram no negativo. 

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Na ponta positiva do Ibovespa, estiveram as ações da Hering (HGTX3, R$ 23,74, +1,76%) e da Braskem (BRKM5, R$ 14,79, +2,42%). Fora do Ibovespa, o destaque positivo ficou com Transmissão Paulista (TRPL4, R$ 31,00, +2,47%) e B2W (BTOW3, R$ 37,40, +3,46%).

Confira os destaques desta sessão:

Vale
Além da Petrobras, as ações da Vale (VALE3, VALE5) também reagiram a notícia da morte de Eduardo Campos. Os papéis preferenciais da empresa atingiram queda de -3,08% na mínima do dia, mas amenizaram as perdas e fecharam com queda de -2,21%, cotadas a R$ 27,91. Já as ações ordinárias da mineradora chegaram a cair -3,16% no intraday, diminuíram as perdas efecharam a sessão com perdas de -1,94%

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Além disso, As ações da Vale reagiram aos dados da China – principal destino das exportações da mineradores. No mês de julho, a produção industrial do gigante asiático mostrou crescimento de 9%, ante 9,2% no mês anterior, e ficou abaixo das estimativas do mercado. Já as vendas de varejo caíram para 12,2%, ficando aquém das expectativas e do valor visto no mês anterior.

Transmissão Paulista (TRPL4, R$ 31,00, +2,47%)
As ações da companhia subiram fora do índice, esticando os ganhos de 6% registrados no pregão de ontem, após informar que foi apresentado ao Conselho de Administração o laudo de avaliação para indenização prevista na Lei de Conversão da MP 579, a medida provisória da renovação das concessões do setor de energia. Elaborado pela Delos Consultoria, o laudo de avaliação tem como valor base para indenização R$ 5,186 bilhões.

A indenização é referente ao valor a ser pago às companhias por concessões renovadas até 2000. O laudo ainda será protocolado junto à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) nos próximos dias. Após esse procedimento, o valor estará sujeito a validação e análise técnica em até 150 dias da data do protocolo, para subsequente homologação pela Aneel.

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Banrisul (BRSR6, R$ 12,71, +12,88%)
O Banrisul registrou lucro líquido de R$ 150,1 milhões no segundo trimestre, com queda de 30% na comparação com o mesmo período de 2013. O lucro líquido ajustado, que exclui eventos extraordinários, somou R$ 222,7 milhões, com alta de 3,6%. 

CVC (CVCB3, R$ 13,90, -1,77%)
A CVC caiu pelo terceiro dia, acumulando perdas de quase 6% no período. A queda vem desde segunda-feira, quando começaram rumores de disputa entre a companhia de viagens e pelo Hotel Urbano para a aquisição do negócio de reservas online B2W Viagens, da B2W Digital, controladora da Americanas.com e da Submarino. A notícia foi divulgada pelo Blog do Geraldo Samor no site da Veja.

General Shopping (GSHP3, R$ 9,12, -0,33%)
A empresa anunciou que por meio de sua controlada, a Securis Administradora, celebrou o compromisso de venda e compra com a Clavas. O negócio tem como finalidade alienar a sua participação de 100% no empreendimento comercial “Top Center”, pelo preço total de aquisição de R$ 145,5 milhões.

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Iguatemi (IGTA3R$ 24,64, +0,49%)
A controladora de shopping centers mostrou um crescimento de 41% no lucro líquido neste trimestre trimestre em comparação ao mesmo período no ano anterior. A controladora de shoppings atingiu lucro de R$ 50,1 milhões, ante R$ 35,4 no segundo trimestre de 2013.

A receita líquida da companhia também mostrou boa performance e teve crescimento de 48,2%, atingindo R$ 143,6 milhões neste trimestre, ante R$ 96,9 milhões na comparação anual. 

Já o Ebitda da Iguatemi chegou a R$ 100,1 milhões, crescimento de 46,5%, em relação ao mesmo período de 2013. A margem Ebitda mostrou diminuição de 0,8 pontos percentuais e ficou em 54,5% no trimestre.

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Gol (GOLL4, R$ 13,07, -0,61%)
A companhia comunicou na noite da véspera que celebrou acordo de compartilhamento de voos com a Aeromexico, a maior companhia área mexicana. O acordo ainda depende da aprovação da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

A companhia aérea divulga o resultado do segundo trimestre após o fechamento do mercado nesta quarta-feira.

Eletropaulo (ELPL4, R$ 9,95, -3,30%)
A diretoria da agência negou ontem novo recurso da Eletropaulo e manteve decisão anterior que determina à empresa a devolução de cerca de R$ 626 milhões a seus consumidores. A devolução refere-se à incorporação, incorreta, na visão da Aneel, de cerca de 246 mil metros de cabos que haviam sido contabilizados entre os ativos da empresa. A devolução pode ocorrer em até quatro anos. O valor correspondente à metade da quantia já foi acertado com a aplicação de índice de reajuste aprovado no início de julho pela Aneel. 

Marfrig (MRFG3, R$ 6,55, -2,24%)
A companhia conseguiu reduzir o prejuízo líquido para R$ 55 milhões no período, redução ante o resultado negativo de R$ 479 milhões sofrido um ano antes. Apesar da melhora, o número ficou bem abaixo da expectativa do Votorantim, que previa que a companhia conseguiria reverter o prejuízo em lucro de R$ 101 milhões já no segundo trimestre.