Ações de CVC, Gol e Embraer saltam até 20%; Petrobras avança 5% com petróleo e educacionais disparam 13%

Confira os destaques da B3 na sessão desta terça-feira (2)

Lara Rizério

(Shutterstock)

Publicidade

SÃO PAULO – A sessão foi de ganhos praticamente generalizados para as ações do Ibovespa, com o otimismo pela reabertura de economias ajudando a animar os mercados, apesar da cautela com os protestos nos Estados Unidos.

Com isso, as ações de aéreas e empresas relacionadas ao segmento de viagens, que tiveram forte queda em meio à pandemia, subiram forte. CVC (CVCB3, R$ 18,60, +20,00%) disparou; Gol (GOLL4, R$ 15,11, +15,70%) e Azul (AZUL4, R$ 16,75, +9,12%) também registraram ganhos, com atenção para a primeira, com alta de mais de 15%. Embraer (EMBR3, R$ 8,24, +11,20%), também uma das maiores quedas de 2020, avançou mais de 10% (na véspera, a fabricante de aviões divulgou resultado. Veja mais clicando aqui).

Empresas do setor de educação e que também caíram forte desde o início da pandemia, caso de Yduqs (YDUQ3, R$ 33,55, 12,51%) e Cogna (COGN3, R$ 6,40, +13,68%) subiram mais de 12%. Segundo o site Brazil Journal, ao longo das últimas semanas, o empresário Chaim Zaher fez uma posição nas ações das duas companhias de educação. Segundo uma fonte a par do assunto, Chaim montou as posições por meio de swaps, contratos que dão a ele exposição econômica e os direitos políticos das ações.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

O noticiário corporativo desta terça teve como destaque a Petrobras (PETR3, R$ 21,86, +4,34%; PETR4, R$ 21,40, +5,26%), com a fala do CEO apontando que a estatal tem liquidez suficiente para operar com o petróleo a US$ 20,00, além de divulga teaser de E&P na Bacia do Espírito Santo.

A recuperação dos preços do petróleo, com o brent perto dos US$ 40 à espera da extensão de cortes de produção pela Opep+, também  beneficia os papéis da estatal, que também deu início ao “teaser” para a venda da participação em cinco blocos de exploração de petróleo localizados na Bacia do Espírito Santos.

As recomendações também ganharam destaque: no radar, Morgan Stanley rebaixou a underweight BR Malls (BRML3, R$ 10,42, -0,10%), Iguatemi (IGTA3, R$ 35,17, +0,34%) e Multiplan (MULT3, R$ 22,71, +1,93%). Já a Ultrapar (UGPA3, R$ 18,94, +10,18%) foi elevada a overweight pelo Morgan Stanley e viu suas ações registrarem ganhos expressivos.  Confira os destaques:

Continua depois da publicidade

BR Distribuidora (BRDT3, R$ 22,82, +5,65%)

A BR Distribuidora informou, em fato relevante, que recebeu R$ 35,5 milhões da Eletrobras referentes a uma dívida da estatal de energia.

Esses valores são referentes à 25ª da confissão de dívida da Eletrobras. Ao todo, já foram pagos R$ 4,4 bilhões.

Ainda em destaque, os dados do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom) mostram que, entre as três grandes distribuidoras, apenas a BR Distribuidora conseguiu elevar sua participação de mercado.

A participação da BR no segmento de gasolina, diesel e etanol chegou a 39% em abril, ante 38,2% em março. Já a da Raízen, no mesmo período, caiu de 31,3% para 30,7% e da Ipiranga recuou de 30,5% para 30%.

“Acreditamos que isso (recuperação da participação de mercado) possa estar relacionado à política de preços da empresa e que isso pode ter impacto nas margens do primeiro trimestre. Ainda assim, acreditamos que foi uma estratégia positiva”, disseram os analistas do Bradesco BBI.

Petrobras (PETR3, R$ 21,86, +4,34%; PETR4, R$ 21,40, +5,26%)

O barril do petróleo tipo Brent em alta deve contribuir para a valorização das ações da Petrobras no pregão desta terça-feira.

Além disso, a companhia divulgou que deu início à etapa de divulgação de oportunidade, também conhecida como “teaser”, para a venda de sua participação em cinco blocos de exploração de petróleo localizados na Bacia do Espírito Santos. Em todos os blocos a Petrobras possui participações que ficam entre 40% e 50%.

Ainda em destaque no noticiário da companhia, o CEO Roberto Castello Branco afirmou que a empresa continuará cortando custos e vendendo ativos para proteger a saúde financeira. Em um evento online
nesta segunda-feira, Castello Branco apontou que os níveis de estoque estão baixos e a empresa vai começar a recompô-los.

Ele ainda destacou que a demanda por petróleo com baixo teor de enxofre no Brasil manteve as exportações fortalecidas durante crise. Segundo o CEO, a Petrobras não precisa de nenhuma ajuda do
governo e reiterou a necessidade de regulamentação do petróleo mais favorável aos negócios para tornar o Brasil mais competitivo.

BR Malls (BRML3, R$ 10,42, -0,10%), Iguatemi (IGTA3, R$ 35,17, +0,34%) e Multiplan (MULT3, R$ 22,71, +1,93%)

O Morgan Stanley cortou a recomendação para os papéis de uma série de shoppings, levando em conta os efeitos que a quarentena e a reabertura parcial desses estabelecimentos terão sobre os resultados das administradoras.

Os analistas lembram que, de forma geral, os shoppings na América Latina possuem um grande número de lojistas menores e que boa parte da receita vem de restaurantes e da área de entretenimento, que deve se recuperar de forma mais lenta. “A recuperação dos padrões de tráfego de pedestres provavelmente levará anos”, avaliaram.

As recomendações do Iguatemi, BR Malls e Multiplan foram cortadas para “underweight”. Para a Cyrela Commercial Properties (CCP), a recomendação está em “overweight”.

BRF (BRFS3, R$ 23,35, -1,35%)

O Credit Suisse cortou o preço-alvo para as ações da BRF em 39%, passando de R$ 46 para R$ 28, mas mantendo a recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) para os papéis. Os analistas destacaram o aumento do custo de capital dos acionistas como um dos motivos para o corte de preço-alvo.

Além disso, o corte na projeção do Ebitda para 2020 e 2021 também influenciou na revisão. Os analistas apontam que o dólar mais alto aumentou a projeção para a receita líquida para o biênio. Contudo, a queda do consumo de carne de frango e de porco na China e a alta dos custos dos grãos podem pressionar essa linha do balanço.

Lojas Americanas (LAME4, R$ 29,93, +2,15%)

A Lojas Americanas vai emitir R$ 500 milhões em debêntures com prazo de vencimento em três anos. Os papéis serão remunerados a CDI mais 3% ao ano.

Essa operação será feita dentro das regras das ofertas restritas, ou seja, será oferecida a um número limitado de investidores.

A companhia informou que o dinheiro levantado será utilizado para reforço de caixa.

Ser Educacional (SEER3, R$ 16,50, +7,49%)

A Ser Educacional anunciou que acessou um empréstimo de R$ 200 milhões junto à Caixa Econômica Federal por meio da emissão de cédula de crédito bancário.

O custo da operação será de CDI mais 0,19% ao mês pelo prazo de 36 meses. O contrato prevê ainda 14 meses de carência do principal e pagamento em oito prestações trimestrais após o período de carência.

IMC (MEAL3, R$ 3,94, +3,96%)

A International Meal Company, dona das marcas Frango Assado e Viena, registrou um prejuízo líquido de R$ 46,1 milhões no primeiro trimestre do ano, ante prejuízo de R$ 8 milhões nos três primeiros meses de 2019.

Os analistas do Itaú BBA avaliam que o resultado foi fraco, mas com impacto neutro para o desempenho das ações.

“A empresa está racionalizando as lojas e reduzindo as despesas de vendas, gerais e administrativas. No entanto, lojas fechadas em shoppings e tráfego reduzido em estradas e aeroportos continuarão pesando nos resultados da empresa”, ressaltaram em relatório a clientes.

Alupar (ALUP11, R$ 25,06, -0,16%)

A companhia do setor de energia Alupar registrou no primeiro trimestre do ano um lucro líquido societário de R$ 179,1 milhões, uma queda de 55,3% na comparação com igual período do ano passado.

Já a receita líquida da companhia foi de R$ 1,216 bilhão entre janeiro e março, uma alta de 6,2% se comparados aos mesmos meses de 2019. Já o Ebitda caiu 27%, para R$ 609,8 milhões.

O Credit Suisse destacou como positivo os resultados operações da Alupar. “A Alupar entrega resultados operacionais bons, com expansão da margem frente a uma performance de custo melhor que o esperado e a estratégia de alocação retornando bem para as unidades de geração”, avaliaram os analistas.

No caso dos custos adicionais, a Alupar registrou um recuo de 29,8%, boa parte devido ao efeito do custo mais baixo para a compra de energia.

Ultrapar (UGPA3, R$ 18,94, +10,18%)

O Morgan Stanley elevou a recomendação das ações da Ultrapar para “overweight”, ou seja, devem apresentar um desempenho do índice de referência. O preço alvo foi elevado de R$ 18 para R$ 21,50.

Essa elevação ocorre mesmo em um cenário de demanda mais conservador. “A pandemia em curso causou uma grande contração na demanda de combustível e é cedo para termos uma visibilidade na linha do tempo para a recuperação completa”, disseram, em relatório, os analistas.

Linx (LINX3, R$ 21,71, +0,23%), Sinqia (SQIA3, R$ 20,52, +2,86%) e Totvs (TOTS3, R$ 20,75, +1,52%)

O Credit Suisse alterou as recomendações para as empresas brasileiras da área de tecnologia. A Linx foi rebaixada para neutra, com preço-alvo sendo reduzido de R$ 42 para R$ 24.

A Linx oferece softwares para gestão de varejo e deve ser beneficiada pelo aumento das operações do comércio eletrônico, mas ainda o banco suíço espera um menor lucro. “O avanço do e-commerce deve ajudar mas cortamos nossa projeção do resultado líquido em 41% para 2020 e 37% para 2021 em função do menor crescimento do varejo e custos maiores”, justificaram.

A Sinqia também foi rebaixada para neutra, com preço alvo saindo de R$ 22 e indo para R$ 21. Já a recomendação para a Totvs foi mantida como neutra, com o preço-alvo passando de R$ 22,50 para R$ 21. “Enxergamos o business de ERP da Totvs como chave para o crescimento de curto prazo, mas lembramos que (o segmento) tem uma grande sensibilidade ao cenário macroeconômico.”

Lojas Marisa (AMAR3, R$ 8,10, +5,19%)

A Lojas Marisa está negociando com bancos a flexibilização dos parâmetros financeiros (“covenants”) em empréstimos feitos pela companhia, mas que serão descumpridos devido à piora da geração de caixa desde o início das medidas de isolamento causadas pela pandemia do coronavírus.

Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a companhia explica que passou a prever o descumprimento desses índices e por isso procurou as instituições financeiras para negociar um “waiver”, que é uma espécie de pedido de perdão.

Em alguns contratos de empréstimo, a Marisa se comprometeu a limitar a relação entre a dívida líquida da empresa a 3,5 o Ebitda. Ao final do primeiro trimestre, esse índice chegou a 3,3 vezes e deve continuar subindo com a menor geração de caixa.

Suzano (SUZB3, R$ 38,42, -0,08%) e Klabin (KLBN11, R$ 19,71, +0,31%)

Os preços de celulose de fibra curta na China tiveram queda na semana (baixa de US$ 1,6 a tonelada), para US$ 468,2 a tonelada.

O Segredo das Tesourarias: aprenda como lucrar da mesma forma que os bancos em um curso gratuito do analista e matemático Su Chong Wei

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.