Ação da Cielo sobe 3,6% após derrocada da véspera; bancos avançam e saneamento caem após aprovação do novo marco

Confira os destaques do noticiário corporativo na sessão desta quinta-feira (25)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em dia de agenda repleta de indicadores e após a forte queda da véspera, o Ibovespa seguiu o exterior em uma sessão bastante volátil: abriu em alta, virou para queda, mas ganhou força no fim do pregão e fechou com ganhos de mais de 1%.

As ações do setor de bancos guiaram o desempenho da sessão: após abrirem em alta, Santander Brasil (SANB11, R$ 29,24, +1,70%), Bradesco (BBDC3, R$ 19,63, +2,13%; BBDC4, R$ 21,44, +2,83%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 26,25, +1,59%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 33,01, +2,45%) diminuíram fortemente os ganhos, para depois voltarem a registrar maiores altas.

As ações da Cielo (CIEL3, R$ 4,87, +3,62%), por sua vez, avançaram após despencarem na véspera em meio à suspensão do uso do WhatsApp para pagamentos e transferências; a companhia também anunciou programa de recompra de ações.

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Ainda em destaque, representantes do WhatsApp afirmaram, após se reunirem com representantes do Banco Central, que trabalha para restaurar os serviços de pagamentos no Brasil, o que ajuda a guiar o desempenho mais positivo dos ativos.

No setor de saneamento, Sabesp (SBSP3, R$ 58,90, -1,95%), Copasa (CSMG3, R$ 58,75, -2,81%) e Sanepar (SAPR11, R$ 31,85, -1,12%) tiveram uma reação tímida à aprovação do novo marco do setor pelo Senado na véspera. As ações caíram após o bom desempenho nas últimas sessões na expectativa pela aprovação da nova regulamentação. Os investidores ficam ainda de olho para os possíveis vetos à lei.

Confira mais destaques:

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 Sabesp (SBSP3, R$ 58,90, -1,95%), Copasa (CSMG3, R$ 58,75, -2,81%) e Sanepar (SAPR11, R$ 31,85, -1,12%)

No cenário corporativo, o destaque é a aprovação, na noite de quarta-feira, do marco legal do saneamento básico.

O projeto agora seguirá para a sanção presidencial. O Presidente da República tem 15 dias para apresentar possíveis vetos à lei. Sobre isso, vale destacar o possível veto a três artigos da lei.

O possível veto a um deles é monitorado de perto pelo mercado, conforme destaca a XP Investimentos. Trata-se do Artigo 14, parágrafo 1, em que aponta que, no caso de um processo de privatização de uma empresa de saneamento estatal, não há necessidade de consentimento dos titulares (municípios), caso não haja alterações no objeto e na duração do Contrato de Programa.

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“Na nossa opinião, a remoção deste mecanismo do Novo Marco impactará negativamente potenciais processos futuros de privatização de empresas estatais de saneamento. Este ponto é de grande importância para Sabesp e Copasa”, afirma Gabriel Fonseca, analista da XP.

Mesmo após sanção, os analistas do Bradesco BBI ainda lembram que é necessário a divulgação de uma série de decretos para que a nova regulamentação possa ser implementada.

Eles lembram ainda que esperam que o governo de São Paulo confirme os planos de privatização da Sabesp. O mesmo deve ocorrer com a Copasa, mas o governo mineiro precisa primeiro garantir apoio na assembleia local. Já sobre a Sanepar, lembram que o governo do Paraná informou que não tinha, por hora, intenção de privatização.

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O Bradesco lembra ainda que, mesmo no caso de São Paulo, é necessária aprovação na Assembleia por maioria simples.  “Acreditamos que um processo de privatização não acontecerá da noite para o dia e haverá uma forte oposição na legislatura do estado. No entanto, atualizamos recentemente a Sabesp para “outperform”, disseram, em relatório a clientes.

Gol (GOLL4, R$ 19,15, +4,99%)

As conversas entre companhias aéreas, o governo brasileiro e os bancos sobre uma linha de crédito para o setor progrediram e os termos finais podem ser apresentados até o final da próxima semana, disse o presidente da Gol Linhas Aéreas Inteligentes, Paulo Kakinoff, durante uma teleconferência
com investidores nesta quarta-feira.

A empresa está em discussões diárias com o BNDES e os bancos para definir a proposta de linha de crédito para tornar os termos “mais atraentes”. Após a apresentação dos termos finais, a execução da linha de crédito levaria “algum tempo”, disse ele. A Gol não decidiu se vai utilizar a linha, mas gostaria que fosse uma alternativa.

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O governo brasileiro também considera comprar cerca de R$ 100 milhões em passagens antecipadas da empresa aérea. A Gol tinha R$ 3,5 bilhões disponíveis em 31 de maio, caixa equivalentes a 12 meses, disse Richard Freeman Lark Jr., diretor financeiro. O dinheiro é suficiente para cobrir a amortização de agosto de empréstimos a prazo e outras obrigações, apontou.

Azul (AZUL4, R$ 21,12, +0,09%)

A Azul anunciou que conseguiu junto aos sindicatos de pilotos e comissários um acordo coletivo para a redução da jornada de trabalho e dos salários.

A medida foi tomada em meio à crise causada pela pandemia do novo coronavírus, que restringiu voos para uma série de localidades.

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O acordo tem duração de 18 meses e permite à flexibilidade em termos de custos de pessoal à medida em que retoma sua malha de acordo com a recuperação da demanda.

Eletrobras (ELET3, R$ 30,59, +3,94%; ELET6, R$ 31,95, +3,73%)

A Eletrobras informou em comunicado que acompanha operação da PF sobre Eletronuclear e que vai manter mercado informado, segundo comunicado. A companhia disse que tomou conhecimento pela imprensa da operação da Polícia Federal que “envolve supostas fraudes na controlada”.

Em comunicado, a Polícia Federal informou que cumpre 17 mandados de busca e apreensão e 12 de prisão temporária nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo e no Distrito Federal.

Cielo (CIEL3, R$ 4,87, +3,62%)

A Cielo anunciou  um programa de recompra de ações, em complemento ao aprovado em 19 de fevereiro.

O programa será para a aquisição de até 2.595.332 ações ordinárias. O prazo de vigência será de 25 de junho a 3 de julho. “Os membros do conselho de administração […] se sentem confortáveis de que a recompra de ações não prejudicará o cumprimento das obrigações assumidas com credores nem o pagamento de dividendos obrigatórios mínimos”, diz a Cielo em comunicado.

O anúncio do programa ocorre em um momento que as ações da empresa sofrem forte desvalorização. O último contratempo da empresa foi a suspensão do acordo firmado com o Whatsapp para realização de transferências pela aplicativo de mensagens.

A decisão foi motivada por Banco Central e Conselho Administrativos de Defesa Econômica (Cade), que querem analisar o efeito de parcerias como essa no sistema de pagamentos brasileiro e na concorrência. No acumulado do ano, as ações CIEL3 caem 43%, sendo que a queda na última quarta-feira foi de quase 13%.

Oi (OIBR3, R$ 1,23, +6,96%; OIBR4, R$ 1,54, +2,67%)

O Bradesco BBI vê como positiva a estratégia de recuperação da OI e por isso atualizou o preço alvo das ações da companhia de R$ 1,80 a para R$ 2,10. Os papéis têm recomendação de “outperform”.

Apesar do otimismo com a empresa, o preço alvo representa um potencial de valorização de 83%, os analistas lembram que é preciso aprovar o plano, que envolve a venda de unidades de negócios. A reunião com credores está marcada para o dia 15 de agosto e o BBI vê probabilidade de 60% de aprovação.

“Vemos a empresa caminhando na direção certa, pois o “Baby Oi” é uma realidade e deve impulsionar o crescimento sustentável”, avaliaram.

Em meio a esse cenário, GoldenTree Asset Management reduziu de 9,8% para 4,7% sua participação na Oi, segundo o jornal “O Globo”.

“Já tínhamos reforçado a possibilidade de grandes acionistas aproveitarem as condições atuais, com maior liquidez, para reduzir suas posições”, avaliaram os analistas do Bradesco BBI.

Restoque (LLIS3, R$ 7,39, -0,14%)

O presidente da Restoque, dona das marcas Le Lis Blanc e Dudalina, Marcelo Lima, afirmou que as margens da companhia devem ser pressionadas em 2020, mas que o acordo de reestruturação das dívidas, anunciado no início do mês, foi benéfico ao grupo, segundo reportagem do jornal “O Estado de São Paulo”.

A empresa obteve, por meio de um acordo de recuperação extrajudicial que aguarda homologação da Justiça, uma trégua até abril do próximo ano de compromissos relacionados a uma dívida de R$ 1,4 bilhão junto a bancos e debenturistas.

Engie Brasil (EGIE3, R$ 42,78, +0,94%)

A Engie Brasil reportou lucro líquido de R$ 512 milhões no primeiro trimestre, um recuo de 9,5% na comparação com igual período de 2019 e também abaixo dos R$ 615,4 milhões esperados.

Já o Ebitda ficou em R$ 1,33 bilhão, alta de 9,8%. A receita operacional líquida alcançou R$ 2,6 bilhões, um crescimento de 11% na mesma base de comparação.

O Credit Suisse considerou os resultada da Engie fracos, uma vez que os custos da geração térmica e outras despesas afetaram as margens.

“A receita líquida foi impactada por um resultado financeiro mais fraco frente a uma alta no uso do caixa e uma contribuição da TAG (empresa de gás) mais baixa que a esperada”, explicaram, em relatório a clientes.

Ecorodovias (ECOR3, R$ 13,42, +5,75%)

A Ecorodovias divulgou nova parcial do tráfego nas concessões em que administra. Os dados levam em conta o período de 16 de março a 23 de junho, ou seja, levam em conta o início do período das medidas de distanciamento social adotadas para conter a propagação do novo coronavírus.

O tráfego de veículos leves e pesados recuou 19,7% na comparação com igual período do ano passado. Os maiores recuos foram registrados na Ecopistas e Ecoponto, com quedas de, respectivamente, 41,3% e 40,9%.

Na Ecovias, que administração o sistema Anchieta/Imigrantes, a retração foi de 23%. Já no acumulado do ano até junho, o tráfego de veículos nas concessões da Ecorodovias registra queda de 6,7%.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.