5 opiniões mostram o que o mercado gostou na decisão do BC japonês

Entenda o que diversos especialistas e casas de análise viram no anúncio de política monetária do Japão

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O banco central japonês salvou as bolsas mundiais de uma cautela generalizada antes da reunião do Fomc (Federal Open Market Committee), embora o Ibovespa zere ganhos nesse momento. Apesar de não trazer novos estímulos neste momento, o Bank of Japan deixou a janela aberta até para um possível corte de juros nas próximas reuniões. O mercado obviamente gostou da perspectiva de mais injeção de liquidez, e isso se reflete no desempenho dos principais índices. 

O Dow Jones às 11h57 (horário de Brasília), subia 0,33% a 18.189 pontos, enquanto o S&P 500 avança 0,39% a 2.148 pontos. Por aqui, o Ibovespa subia 0,06% a 57.771 pontos e o dólar caía 0,51% a R$ 3,251. 

Uma série de especialistas e casas de análise comentaram a decisão do Bank of Japan.

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XP Investimentos
O estrategista-chefe da XP Investimentos, Celson Plácido, por exemplo, chamou a decisão de “inesperada” e disse que ela foi bem recebida pelos mercados. “O Banco do Japão, BoJ, introduziu uma meta de 0% para o juro dos bônus do governo japonês de 10 anos, em nova tentativa de afastar o risco de deflação no país. A chamada ‘nova estrutura’ do BoJ coloca a taxa de juros de 10 anos no centro de sua política, em contraste com a abordagem do BC japonês nos últimos três anos e meio, período em que as compras de ativos e a expansão da base monetária eram os principais instrumentos”, explica. 

Modalmais
O economista-chefe do home broker da Modalmais, Álvaro Bandeira, destacou a fala do governador do banco central japonês, Haruhiko Kuroda, que afirmou que não hesitará no afrouxamento monetário até que a inflação indique a meta de 2,0%.  

Bradesco
O ponto levantado pelo diretor de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco, Octavio de Barros, foi que o BoJ inovou ao estabelecer uma meta para a taxa de juros dos títulos de 10 anos do país, ao redor de zero. “Essa medida visa aumentar o comprometimento do banco com a manutenção por um longo período de taxas de juros reais negativas, ancorando as expectativas dos agentes, acreditando que haverá um aumento da inflação até a meta de 2%, estabelecida pela autoridade monetária do país”, diz o banco em relatório. Na avaliação da equipe de análise do Bradesco, com essas medidas, o BC japonês conseguirá conter o risco de curto prazo de uma abertura mais pronunciada das taxas de juros no Japão e dissipa parte dos receios do mercado de que poderia reduzir os estímulos.

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Nomura
A Nomura, por sua vez, elogiou a decisão do BoJ de agir de maneira “gradual”, preparando os mercados para possíveis novos cortes de juros e estímulos nas reuniões seguintes. A corretora japonesa diz que esse é um “modus operandi” importante para evitar a criação de um excesso de volatilidade nos mercados financeiros. 

Credit Suisse
Já o estrategista global do Credit Suisse, Andrew Garthwaite, afirmou que as ações de política monetária do BoJ nesta quarta-feira (21) foram mais de aperto do que de flexibilização. Para ele, a mudança de objetivo de uma escala de compras de ativos para um nível de rendimentos dos bonds japoneses permite, em teoria, que o volume das compras dentro do estímulo aos moldes do “Quantitative Easing” seja reduzido desde que a curva de juros se mantenha dentro da meta. “O elemento de relaxamento monetário do anúncio é o fato de que eles se comprometeram a permitir que a inflação ultrapasse a sua meta de 2% (em oposição a simplesmente chegar à meta de 2% o mais rápido possível), e agora têm como alvo uma curva de rendimentos [dos títulos de 10 anos do tesouro japonês] mais íngreme”, afirma Garthwaite.