Gestor que mais lucrou com Magazine Luiza conta por que não está incomodado com a Amazon

Henrique Bredda, gestor da Alaska Asset, participou do programa Papo com Gestor desta semana 

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – O fundo de investimentos Alaska Black foi um dos primeiros a apostar na valorização vertiginosa das ações do Magazine Luiza (MGLU3), no fim de dezembro de 2015, e hoje, mesmo com o recuo de 46,2% nos papéis ao longo de 2017, o gestor Henrique Bredda é categórico ao afirmar que não se incomoda com a chegada da gigante concorrente Amazon ao mercado brasileiro.

“O nome Amazon assusta e você vê a empresa incomodando e matando vários varejistas nos Estados Unidos. Mas quando você estuda Brasil e vê o varejo brasileiro é outra realidade. Quando você vai para o interior e o Nordeste é outra lógica. A loja física ainda tem o seu valor”, explica Bredda durante a entrevista (confira no vídeo acima. O trecho sobre a Amazon está em 23m40s) no programa Papo com Gestor desta semana.  

O gestor explica que, geralmente, as ameaças para as empresa brasileiras não vem “de cima”. “Quem incomodou a Localiza foi a Movida”, exemplifica. Para Bredda, a força da concorrência “nunca vem uma tacada de fora, soberana e destruindo um negócio do dia para noite, ainda mais no Brasil”.

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Neste sentido, ele acredita que todo o estardalhaço causado inicialmente pela entrada da Amazon no país é “mais ruído do que o mundo da lógica”. Bredda destaca ainda o potencial de crescimento do varejo online brasileiro – ele calcula ampliação do mercado de 25 a 30 vezes o tamanho atual – , o que deixa ampla margem para a entrada de competidores sem, necessariamente, atrapalhar os negócios do Magazine Luiza.

“Se a Amazon for bem sucedida no Brasil, quem vai sofrer não será o Magazine Luiza nem a Via Varejo, serão os varejistas puramente físicos. Então, não nos incomodamos”, relata Bredda. 

Durante a entrevista, o gestor conta como foi a aproximação ao megainvestidor Luiz Alves Paes de Barros para a criação do Alaska e revela uma ação que ele acredita que o mercado ouvirá bastante a partir de 2018.

Atualmente, a Alaska Asset tem R$ 4 bilhões em ativos sob gestão e quase 13 mil cotistas. A maior parte do patrimônio vem de estrangeiros (25%), enquanto familiares e amigos respondem por 15% e quase 10% está no varejo. O restante pertence aos sócios.

O fundo Alaska Black acumula ganhos de 129% em 2016 e 63% em 2017 (calculado até 27 de novembro), e performance de 218% nos últimos dois anos, muito acima da alta acumulada pelo Ibovespa no período (+60%)

O Papo com Gestor é um programa de entrevistas semanais apresentado por Thiago Salomão, editor-chefe do InfoMoney. O programa é fruto de uma parceria com a XP Investimentos e trará toda semana uma entrevista com gestores que estão se destacando dentro da lista de fundos da plataforma digital da XP.