Lupatech dispara mais de 30% após aprovar reestruturação de dívidas

Proposta envolve a capitalização do passivo na forma de novas ações e deve fazer com que a BNDESPar - maior acionista da empresa, com 31% das ações - aumente ainda mais sua fatia na companhia

Paula Barra

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SÃO PAULO – A ação da Lupatech (LUPA3) dispara nesta quarta-feira (6) após a fornecedora de equipamentos para a Petrobras (PETR3; PETR4) anunciar que vai recorrer a um plano de recuperação extrajudicial para tentar equacionar seu endividamento. Os papéis, que abriram a sessão em alta de 30,77%, sendo cotados a R$ 1,02, entraram em leilão minutos depois. A negociação foi retomadas às 11h06 (6horário de Brasília), com valorização de 33,33%, a R$ 1,04. O volume financeiro movimentado com o papel alcançava no mesmo horário R$ 2,4 milhões, próximo da média dos últimos 21 pregões, de R$ 3,152 milhões. 

A proposta da empresa envolve a capitalização do passivo na forma de novas ações e deve fazer com que a BNDESPar – maior acionista da empresa, com 31% das ações – aumente ainda mais sua fatia na companhia. O banco de fomento é o principal detentor de debêntures, no valor de R$ 383 milhões. A proposta da companhia é que 85% dessa dívida seja convertida em novos papéis, ao preço de R$ 0,25 cada. Os 15% restantes serão trocados por uma nova emissão de debêntures, com vencimento em cinco anos e que pagarão 100% do CDI ao ano. 

Por sua vez, os bônus perpétuos da fabricante de equipamentos, que somam US$ 298 milhões – a principal dívida da empresa – será convertido 85% em ADRs (American Depositary Receipts), equivalentes a uma ação ordinária. Os 15% restantes seriam trocados por uma nova emissão de notas em dólar no exterior, com vencimento em cinco anos e juros de 3% anuais. O plano precisa ser aceito por detentores desses bônus que representem três quintos do valor. A Lupatech tem ainda R$ 230 milhões em dívidas bancárias, que, cujo prazo de vencimento seria estendido para até oito anos. Os detentores de passivos sem garantias reais, que somam R$ 180 milhões, poderão converter a dívida em ações, nos mesmos moldes oferecidos aos debenturistas.

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Os rumores sobre a reestruturação da dívida correm no mercado desde o início do mês passado e fez com que os papéis atingissem no dia 10 de outubro seu maior patamar desde fevereiro de 2013 – valorização de 383,33% em dez pregões. Desde então, as ações perderam força, mas ainda assim mostravam ganhos de 89% até o pregão da véspera.