Após 4 leilões, Lupatech vira de alta de 18% para queda de 9% e fecha a R$ 1,00

Rumores de reestruturação fizeram os papéis da companhia disparar 86% na véspera

Paula Barra

Publicidade

SÃO PAULO – Após 4 leilões, as ações da Lupatech (LUPA3) mudaram de tendência nesta terça-feira (22), passando de uma alta de 19,09% vista nos minutos iniciais – quando bateu em R$ 1,31 – para queda de 9,09%, fechando a R$ 1,00.

O último leilão envolvendo as ações da Lupatech terminou às 14h21 e desde então os papéis têm sido negociados sem interrupção – a BM&FBovespa costuma interromper as negociações de ativos quando estes estão apresentando forte variação, com o intuito de acalmar os mercados e evitar movimentos eufóricos. Apesar de pouco tempo em negociação, os papéis registraram giro financeiro de R$ 10,12 milhões, superando em R$ 1 milhão a média diária dos últimos 21 pregões.

O intuito dos leilões, no entanto, não conseguiu evitar a disparada de 86,44% dos papéis da empresa na última segunda-feira, quando fecharam a R$ 1,10. O mercado especula que, com a reestruturação, os detentores dos bônus perpétuos da empresa se tornarão os controladores da companhia, apontou a Agência Estado, citando o Financial Times. Esse tipo de dívida soma US$ 275 milhões.

Continua depois da publicidade

Com isso, haverá a troca de 90% da dívida por ações a R$ 0,50 cada uma e a injeção de cerca de R$ 150 milhões por parte de um novo sócio na empresa. Não se sabe ainda se terá ou não um desconto na dívida para não diluir os atuais acionistas. Caso não haja, os credores dos bônus perpétuos terão 59,8% das ações da empresa, enquanto a Petros, fundo de pensão da Petrobras (PETR3; PETR4) teria sua posição diluída em 24,45% para 1,8% e a GP Investimentos (GPIV33) de 15,86% para 2,3%. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), também grande credor, veria sua posição na empresa pular de 31,14% para 39,8%.