BofA ML rebaixa ADR’s da Latam para underperform avaliando problemas

Perfil de dívida da companhia incomoda analistas do banco norte-americano, que acreditam em resultados mais fracos

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – O Bank of America Merrill Lynch rebaixou a sua perspectiva para os ADRs (American Depositary Receipts) da Latam (LATM11) de neutra para underperform (performance abaixo da média do mercado). Os analistas do banco norte-americano também cortaram o preço-alvo para esses papéis em 13,33%, de US$ 30,00 para US$ 26,00.

Como os papéis negociados na Nyse (New York Stock Exchange) são completamente correlacionados com os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) da companhia, que são negociados na BM&FBovespa, essa recomendação também serve para o investidor interessado em comprar os ativos da companhia por aqui. Na avaliação do BofA ML, a companhia pode passar por problemas nos próximos meses. 

De acordo com a equipe de análise, composta por Sara Delfim, Murilo Freiberger e Roberto Otero, a companhia deve enfrentar fracos resultados à frente – embora a perspectiva do mercado ainda seja positiva. O valuation da companhia também não está atrativo na visão dos analistas, com múltiplos acima de seus pares.

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Sinergias são otimistas demais
Um dos principais pontos destacados pela equipe de análise é a sinergia que a fusão entre TAM e LAN devem gerar nos próximos meses. O guidance da companhia estima sinergias de US$ 660 milhões em quatro anos, mas Sara, Freiberger e Otero são descrentes em relação a essas estimativas. 

“Analisamos as sinergias das fusões de Air France com KLM e United Airlines com Continental, e a expectativa da Latam nos parece otimista”, avaliam os analistas. Na perspectiva deles, os custos da integração são bastante significativos e alguns efeitos ruins da fusão deve fazer com que os resultados apresentem forte volatilidade no curto prazo.

Alavancagem é preocupante
Há mais um motivo de preocupação para os analistas do BoFA ML – o perfil de dívida da companhia. A expectativa da equipe é que a Latam tenha um endividamento muito superior à média histórica da Lan. Isso pode fazer com que a companhia busque formas de se financiar por meio de uma emissão de ações, causando um novo overhang – excesso de ações no mercado. 

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A companhia tem outra alternativa: uma oferta de ações da Multiplus (MPLU3), subsidiária da TAM. “Acreditamos que nesse cenário a companhia pode fazer um misto de oferta primária e secundária”, afirmam os analistas. O ponto negativo desta oferta, na visão do grupo, é que há possibilidade de que a companhia tenha que pagar cerca de R$ 300 milhões em impostos por conta do valuation da empresa.