Ações da Laep disparam 36% com desistência de polêmica fusão

A empresa, sediada na Bermudas, iria sair da bolsa brasileira para fundir-se com outra empresa, pagando R$ 0,51 por ação

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) da Laep (MILK11) dispararam 36% nesta quarta-feira (20), atingindo os R$ 0,68 por volta das 13h45 (horário de Brasília) – em reflexo à desistência da polêmica fusão com a Prosperity. A empresa, sediada na Bermudas, iria sair da bolsa brasileira para fundir-se com outra empresa, pagando R$ 0,51 por ação – bastante abaixo dos R$ 981, preço histórico máximo da ação, se ajustado todos os grupamentos de ações que houveram.

Muitos minoritários se sentiram lesados com a polêmica fusão – que, na visão deles, seria uma malograda movimentação do majoritário para fechar o capital da empresa de vez. O preço pago, R$ 0,51, seria muito baixo se comparado o valor patrimonial da companhia, que é de R$ 5,33 por cada BDR no Brasi, de acordo com dados disponíveis no site Fundamentus. No momento, a empresa movimenta cerca de R$ 1 milhão na BM&FBovespa, bastante acima dos R$ 340 mil da média dos últimos 21 dias. 

Para um analista que não quis se identificar, é isso que causa a alta dos BDRs – mas dificilmente isso se tornará algo “sustentável”, com o mercado voltando a prejudicar os papéis da holding, cujos bens estão bloqueados pela justiça, em breve. Para ele, não faz sentido olhar para os papéis da Laep, são ativos que, envoltos em controvérsia, deveriam ser ignorados por todos os participantes do mercado. “Colocar dinheiro nesta empresa é algo extremamente especulativo, não dá para chamar de investimento”, afirma.

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A briga com os minoritários é longa: há uma petição pública para que o controlador, Marcus Elias, pague judicialmente pelo o que eles consideram ser um “estelionato” na bolsa. Houve uma série de aumentos de capital privados, cujos direitos não foram extendidos aos minoritários. Assim, a participação deles foi diluída, e o excesso de ações circulante no mercado derrubou os preços por aqui. 

De acordo com o analista, ainda é preciso avaliar o que o bloqueio de bens ainda vai se tornar para os investidores e se existe a possibilidade de que a empresa retome o processo de fusão – aos preços praticados. Seriam esses os principais pontos a serem observados em relação a empresa, mas ele lembra que qualquer operação com essa empresa envolve riscos que extrapolam àqueles normalmente associados ao mercado de capitais.