Morar ou investir: critérios para compra de imóveis são diferentes, dizem especialistas

Quem adquire um imóvel com objetivo de investimento costuma analisar a compra do bem de outra maneira

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – As paredes bem cuidadas, a parte hidráulica e elétrica em ótimo estado de conservação e uma excelente aparência. Estes podem ser considerados alguns critérios básicos para a decisão de compra de um imóvel, certo? Nem sempre.

Isso porque quem adquire um imóvel com objetivo de investimento costuma analisar a compra do bem de forma diferente. “Os critérios de análise mudam quando se quer morar ou investir”, afirma o diretor-presidente da Vitacon Incorporadora, Alexandre Lafer Frankel. “Para quem compra pensando em morar, o imóvel é uma necessidade, enquanto, para quem quer investir, ele é apenas um ativo financeiro que pode proporcionar rentabilidade”, diz o executivo.

O vice-presidente do Ibef (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças) e autor do Livro “Imóveis, Seu Guia Para Fazer da Compra e Venda um Grande Negócio”, Luiz Calado, afirma que quem compra o imóvel para investir precisa olhar para fatores como o estado de conservação e a possibilidade de vender o bem por um preço melhor do que aquele que foi pago. “Quanto mais benfeitorias você vier a fazer no imóvel (reformas e melhorias), maior o ganho de capital,”, afirma Calado.

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Por isso, ele ressalta que quem compra o bem com o intuito de obter rentabilidade deve preferir imóveis em pior estado de conservação, que precisem de reparos e de reformas.

“Entre uma casa linda, muito bem conservada e outra igualzinha, mas em péssimo estado de conservação, precisando de manutenção, aquela que precisa de manutenção vai ter um preço muito mais atraente”, afirma. “Se você está comprando para fazer dinheiro e registrar ganho de capital, esta que é a oportunidade, e não a casa que já está com o valor de mercado praticamente alinhado”, continua o especialista.

Segundo ele, quem compra um imóvel com o objetivo de investir também deve aceitar um pouco mais de risco. Isso quer dizer que o investidor pode adquirir imóveis em regiões mais afastadas, que tenham boas possibilidades de se desenvolverem e se tornarem locais bastante procurados. “A pessoa tem que olhar para onde a cidade está avançando e comprar com base nisso”, afirma Calado.

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Já aqueles que compram com objetivo de morar costumam se atentar para outros detalhes. “A compra é muito emocional. Quando você entra em um imóvel mal cuidado, com rachaduras, onde nada funciona, acaba se desanimando e perdendo a vontade de comprar”, diz Calado.

Tamanho e localização
A escolha do tamanho e da localização do imóvel também varia, se o objetivo for investir ou morar. De acordo com Frankel, quem pretende investir deve optar por imóveis menores e próximos a regiões com grande fluxo de pessoas.

“Os ativos preferidos de quem investe são os residenciais compactos. Isto porque, frente ao preço, a renda obtida com o aluguel é mais interessante e esse tipo de imóvel também possui mais liquidez”, afirma.

Segundo ele, esses imóveis estão sendo muito procurados atualmente, por conta da falta de opções na rede hoteleira e também devido a uma mudança cultural dos brasileiros. “Existe o problema de falta de leitos nos hoteis e tem também o fato das pessoas estarem se casando mais tarde e tendo menos filhos, o que faz com que imóveis menores tenham uma demanda bastante elevada”, diz Frankel.

Já aqueles que pretendem comprar um imóvel para morar se baseiam mais nas necessidade da família, de acordo com a quantidade de filhos e a localização do bem. “Mas, mesmo que a pessoa compre para morar, também acaba pensando um pouco em investimento”, afirma Frankel. “Ninguém quer fazer um mau negócio ou perder dinheiro”, completa.

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip