MP 579 deve levar Eletrobras a zerar Ebitda em 2013, diz diretor de RI

Diretor de RI, Armando Casado de Araújo, afirma que companhia terá que passar por um processo de readequação, o que inclui a intesificação do programa de demissões

Nara Faria

Usina Hidrelétrica de Tucuruí *** Local Caption *** Comportas abertas da usina de Tucuruí

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SÃO PAULO – O diretor de relações com investidores da Eletrobras (ELET3, ELET6), Armando Casado de Araújo, afirmou em teleconferência de análise de resultados do terceiro trimestre realizado na manhã desta segunda-feira (19) que em consequência do processo de renovação das concessões de energia elétrica com vencimento previsto a partir de 2015, o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) deve zerar no ano de 2013.

O diretor de RI afirmou ainda que a companhia terá que passar por um processo de reformulação para se adequar às novas regras impostas pela Medida Provisória 579. “Infelizmente, a MP é uma realidade e a gente ia ter que passar por isso em algum momento (…) A Eletrobras precisa passar por reformulação geral, mas acredito que vamos vencer esse obstáculo sim”,  afirma o diretor de RI. 

Para isso, o diretor de RI prevê a intensificação do programa de redução de custos, o que inclui a continuidade do programa de demissões. 

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“Lembramos que em conferências anteriores já foi dito que estava sendo realizado o programa de demissões e com esse novo cenário vai se intensificar a necessidade de ajustes na infraestrutura, o que mexe com toda a parte operacional da empresa”, afirma. 

Apesar do cenário desafiador, o diretor de RI afirmou que a Eletrobras vai continuar recebendo ajuda da União para financiar investimentos. “A Eletrobras quer manter investimentos para entregar rentabilidade e melhorar nosso média”, disse. “Chegou o momento de a Eletrobras ser efetivamente eficiente”, completa Araújo.

Vale mencionar a continuidade do desempenho negativo dos papéis da estatal nesta segunda-feira, após o Barclays reduzir a classificação das ações da estatal para venda e cortar sua estimativa de preço para R$ 1, de acordo com relatório divulgado nesta segunda-feira. 

A equipe de análise da instituição estima que as novas regras para as concessões podem cortar em 30% a receita líquida da Eletrobras no próximo ano, o que reduz sua capacidade de distribuir dividendos e pode levar a uma substancial oferta de ações. Apesar dessa destruição de valor, a empresa, controlada pelo Governo, deve aceitar os termos, ao contrário das outras companhias do setor com exposição, escrevem.