Comportamento: 32% dos brasileiros deixaram de ingerir álcool antes de dirigir

Segundo dados do Ministério da Saúde, isso significa 48 mil pessoas em dois meses após a Lei Seca entrar em vigor

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Segundo dados da pesquisa do Vigitel (Sistema de Monitoramento de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas Não Transmissíveis), do Ministério da Saúde, a Lei Seca (11.705), de 19 de junho de 2008, está alterando o comportamento do brasileiro.

Realizado por telefone, entre julho e agosto deste ano, o estudo revelou que 32% dos brasileiros deixaram de ingerir bebidas alcoólicas antes de dirigir, o que significa um montante de 48 mil pessoas.

Para se ter uma idéia, em 2007, a estimativa era de que 150 mil motoristas bebiam e não temiam pegar o volante.

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Debate e fiscalização

De acordo com a coordenadora-geral de Doenças e Agravos Não Transmissíveis do Departamento de Análise da Situação de Saúde do Ministério da Saúde, Deborah Carvalho Malta, os dados indicam mudança no comportamento, visando à maior responsabilidade.

“E essa aparente mudança pode ter sido motivada pelo debate ocorrido na sociedade a partir dos meios de comunicação sobre os riscos individual e coletivo de dirigir embriagado, além da maior fiscalização das autoridades”, analisa Deborah.

Para a também médica, a provável mudança de comportamento dos brasileiros, demonstrada na pesquisa, reforça o quanto é importante manter em alta as campanhas contra o consumo de álcool antes de dirigir e o rigor da fiscalização nas vias públicas.

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Problemas de saúde

O primeiro levantamento nacional sobre os padrões de consumo de álcool na população brasileira foi realizado em 2007 e mostrou que, na faixa etária de 18 a 34 anos, 40% das pessoas bebiam em forma de “binge” (termo que designa uso excessivo em uma única situação).

De acordo com a Secretaria Nacional Antidrogas, “binge” é uma prática perigosa, pois é a que mais expõe o jovem e o adolescente a uma série de problemas de saúde e sociais.

Deles, o mais comum é o acidente de trânsito, mas as conseqüências abrangem envolvimento em brigas, vandalismo e prática de sexo sem segurança.

O mesmo levantamento revelou ainda que metade dos que beberam em forma de “binge” o fizeram ao menos um vez na semana.

Problemas econômicos

Outros dados revelam que, em 2006, o Brasil contabilizou 35.155 mortes causadas por acidentes de transporte terrestre.

Os homens totalizaram 28.670 (82%), contra 6.475 (18%) de mulheres. Entre os primeiros, a maior concentração de óbitos se deu na faixa etária de 15 a 59 anos (83,1%), enquanto na parcela feminina 67,2% das mortes ocorreram na mesma faixa etária.

De acordo com o estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), os custos dos acidentes de trânsito nas rodovias brasileiras chegam a R$ 24,6 bilhões e, nos aglomerados urbanos, somam R$ 3,6 bilhões.

Nesses valores, estão incluídos, entre outros prejuízos, os gastos com cuidados em saúde, perda de produção e danos aos veículos.

Divulgação definitiva

O resultado sobre a mudança de comportamento do brasileiro faz parte de um estudo amplo conduzido pelo Ministério da Saúde, o qual permitirá mensurar o impacto da Lei Seca em todas as capitais. A comparação definitiva ocorrerá no fim deste ano, por meio do Vigitel.