Vendas no varejo ficam estáveis em junho, após queda em maio, diz IBGE

Das oito atividades analisadas pela pesquisa, quatro fecharam o primeiro semestre em alta, com destaque para combustíveis e lubrificantes

Roberto de Lira

Supermercado na zona sul do Rio de Janeiro.

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O volume de vendas do comércio varejista no Brasil ficou estável (0,0%) em junho em relação a maio, após ter registrado queda um mês antes, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com junho de 2022, foi registrada alta de 1,3% e, nos últimos 12 meses, a alta é de 0,9%.

O desempenho de junho ficou abaixo da estimativa do mercado, que era de uma alta mensal de 0,4%.

No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas cresceu 1,2% frente a maio, na série com ajuste sazonal. Com isso, a média móvel trimestral para o varejo ampliado foi de -0,5%.

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Na série sem ajuste sazonal, o varejo ampliado cresceu 8,3% frente a junho de 2022. O acumulado no ano foi a 4,0% e o acumulado em 12 meses, a 1,1%.

O volume de vendas das atividades do comércio varejista mostrou equilíbrio entre taxas negativas e positivas, na passagem de maio para junho de 2023, na série com ajuste sazonal.

Tecidos, vestuário e calçados (1,4%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,3%), Livros, jornais, revistas e papelaria (1,2%) e Móveis e eletrodomésticos (0,8%) tiveram crescimento enquanto Equipamentos e material para escritório informática e comunicação (-3,7%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,9%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria mostrou crescimento (-0,7%) e Combustíveis e lubrificantes (-0,6%) foram as atividade que apresentaram queda.

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Cristiano Santos, gerente da pesquisa, destaca em nota que o desempenho do comércio varejista no foi perdendo ritmo após janeiro. “O primeiro semestre fecha em alta muito por conta do crescimento concentrado em janeiro, quando foi de 4,1%. Depois de janeiro, os resultados são mais tímidos, com variações mais próximas a 0%”, compara.

Das oito atividades analisadas pela pesquisa, quatro fecharam o primeiro semestre em alta. Um dos principais responsáveis pelo crescimento nas vendas do comércio varejista foi o setor de combustíveis e lubrificantes.

Nos primeiros seis meses de 2023, a atividade acumula 14,5% de ganho em relação ao mesmo período de 2022, com crescimento de 21,1% nos últimos 12 meses. “Este cenário de expansão é bem definido por conta da mudança da política de preços no ano passado, e continuou esse ano”, justifica Santos.

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Ainda na comparação semestral, outra atividade que pressionou positivamente o resultado do comércio varejista foi a de Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo. O setor acumulou crescimento de 2,6% no ano em junho, com destaque para o resultado de abril, quando registrou alta de 3,6%. Para o pesquisador, o cenário ainda é bastante contrário à perspectiva de consumo no varejo. “Sobretudo com relação ao crédito e a taxa de juros”, ressalta.

Completaram as atividades com alta no semestre o setor de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (2,2%) e o de Móveis e eletrodomésticos (1,0%).

Já pelo lado das atividades com retração nas vendas até junho de 2023, o destaque foi para Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que acumulou queda de 13,7%. O setor engloba lojas de departamentos, óticas, joalherias, artigos esportivos, brinquedos, entre outros, área em que grandes cadeias passam por crises contábeis e que, por isso, têm fechado estabelecimentos.

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As demais atividades que fecharam o semestre em queda foram Tecidos, vestuário e calçados (-9,0%); Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,7%); e Equipamentos e material para escritório informática e comunicação (-0,7%).

Comércio ampliado

O comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, teve um volume de vendas 1,2% mais alto em junho ante maio. Na comparação com junho de 2022, o crescimento foi de 8,3%, fechando o primeiro semestre com expansão de 4,0%. O acumulado nos últimos 12 meses é de 1,1%.

Entre as atividades, Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo influenciou no crescimento do semestre e fechou com alta de 8,3%. Veículos e motos, partes e peças também teve alta, de 5,4%, enquanto o setor de Material de construção recuou 3,6% no acumulado do ano até junho.

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Variação anual

Na comparação entre junho de 2023 e junho de 2022, o comércio varejista avançou 1,3%, com quatro atividades apresentando alta: Combustíveis e lubrificantes (9,9%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (3,8%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,1%) e Móveis e eletrodomésticos (2,6%).

Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-14,9%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-8,9%), Tecidos, vestuário e calçados (-6,3%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-3,5%) foram os setores que apresentaram queda.

No comércio varejista ampliado, o crescimento foi de 8,3% frente a junho de 2022, com alta em duas das três atividades complementares: Veículos e motos, partes e peças (17,9%) e Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo (21,2%). Por outro lado, Material de construção caiu -2,7%.

Regiões

Na análise regional, o comércio varejista apresentou resultados positivos em 22 das 27 Unidades da Federação, com destaque para Alagoas (2,7%), Acre (2,6%) e Paraíba (2,2%). Entre as quatro unidades federativas que tiveram recuo, as principais foram Minas Gerais (-1,3%), Tocantins (-0,9%) e Pernambuco (-0,9%).

No comércio varejista ampliado, houve alta em 25 das 27 unidades, com destaque para Maranhão (7,6%), Alagoas (6,7%) e Bahia (6,6%). As taxas negativas foram registradas em Tocantins (-1,1%) e Pernambuco (-1,8%),