Vendas no varejo caem 16,8% em abril, queda acima das expectativas dos economistas

Em março, as vendas no varejo já haviam apresentado um recuo de 1,2%.  

Ricardo Bomfim

(Getty Images)

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SÃO PAULO – As vendas no varejo no Brasil caíram 16,8% em abril na comparação com março, uma baixa acima dos 12,1% esperados pelos especialistas consultados pela Bloomberg. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A baixa mensal foi a mais acentuada da série histórica iniciada em janeiro de 2001.

Já na comparação com o mesmo mês do ano passado, a queda também foi de 16,8%. A expectativa mediana dos economistas compilada no consenso Bloomberg apontava para uma baixa de 14,1% no período.

O dado reflete o primeiro mês cheio de quarentena e isolamento social, com shoppings fechados em diversas cidades para conter o avanço do coronavírus no País.

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Em março, as vendas no varejo já haviam apresentado um recuo de 1,2%.

No comércio varejista ampliado, que inclui Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, o volume de vendas caiu 17,5% em relação a março, enquanto a média móvel foi -9,9%. Em relação a abril de 2019, o comércio varejista ampliado recuou -27,1%, queda recorde da série histórica iniciada em janeiro de 2004. O acumulado nos últimos 12 meses foi de 0,8%.

“Os recuos de 16,8% no volume de vendas no varejo e de 17,5% para o comércio varejista ampliado, em abril de 2020, foram as reduções mais intensas das séries históricas, e intensificam o cenário de queda generalizada nos indicadores por conta da pandemia”, destaca o IBGE.

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Todos os dez setores investigados tiveram resultados negativos na comparação com março de 2020. Com isso, o patamar de vendas atingiu seu ponto mais baixo da série, registrando os maiores distanciamentos dos recordes históricos: 22,7% abaixo do nível recorde (outubro de 2014) para o varejo e 34,1% abaixo do recorde (agosto de 2012) para o varejo ampliado.

Na série com ajuste sazonal, na passagem de março para abril de 2020, esse foi o desempenho em todas as oito atividades pesquisadas: Tecidos, vestuário e calçados (-60,6%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-43,4%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-29,5%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-29,5%), Móveis e eletrodomésticos (-20,1%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-17,0%), Combustíveis e lubrificantes (-15,1%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-11,8%).

Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.