Vendas do varejo sobem 0,9% em abril, bem acima da expectativa

Crescimento é de 4,5% na comparação com abril de 2021; consenso Refinitiv projetava alta de 0,4% na base mensal e de 2,6% na anual

Lucas Sampaio

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O volume de vendas do comércio varejista subiu 0,9% em abril de 2022 na comparação com março, na série com ajuste sazonal, informou nesta sexta-feira (10) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o quarto mês consecutivo de alta.

O crescimento é de 4,5% na comparação com abril de 2021, na série sem ajuste, e o setor também acumula alta de 2,3% nos primeiros quatro meses do ano e de 0,8% nos últimos 12 meses, segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC).

O resultado foi puxado pelos segmentos de eletrodomésticos e vestuário e ficou bem acima das expectativas do mercado, pois o consenso Refinitiv projetava alta de 0,4% na comparação mensal e de 2,6% na base anual.

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No comércio varejista ampliado, que inclui também as atividades de material de construção e veículos, motos, partes e peças, o volume de vendas cresceu 0,7% frente a março e 1,5% ante abril de 2021. No acumulado do ano e em 12 meses, as altas são de respectivamente 1,4% e 2,2%.

Embora a inflação persistentemente elevada esteja corroendo a confiança e a renda do consumidor e os juros também esteja em dois dígitos, o setor varejista tem contado com o impulso recente de medidas de estímulo do governo federal, com a liberação de novos saques emergenciais do FGTS e a criação do Auxílio Brasil — que ajudam o comércio a ficar no terreno positivo.

Revisões e pico histórico

O IBGE também revisou para cima o resultado das vendas no varejo em março, de uma alta de 1,0% ante fevereiro para um avanço de 1,4%. No varejo ampliado, por outro lado, a alta foi reduzida de 0,7% para 0,1%.

Com o resultado de abril, o varejo passou a operar 2,2% abaixo do pico alcançado em outubro de 2020 e o ampliado ainda está 4,4% aquém do ápice, registrado em agosto de 2012 (a série histórica do IBGE para o indicador começou em 2000).

Crescimento desigual (e enfraquecendo)

Apesar da alta acima do esperado pelo mercado, os dados mostram que o setor está perdendo de força após ganhos de 2,4% em janeiro e de 1,4% tanto em fevereiro quanto em março. “Os quatro meses do ano foram positivos, mas vêm em trajetória decrescente: de 2,4% em janeiro para 0,9% em abril”, diz Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE.

“O crescimento é consistente, porém desigual. Como um todo, o comércio varejista está 4,0% acima do patamar pré-pandemia, em fevereiro de 2020. Mas entre as atividades está desigual”, destaca Santos.

Entre as atividades acima do patamar pré-pandemia, se destacam: artigos farmacêuticos (+17,7%), material de construção (+9,1%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (+7,3%). Abaixo do patamar pré-pandemia ainda estão: equipamentos e material de escritório (-11,7%), móveis e eletrodomésticos (-10,7%) e tecidos, vestuários e calçados (-8,6%).

Abril ante maio

Na comparação com março, 4 das 8 atividades tiveram avanço no volume de vendas: móveis e eletrodomésticos (+2,3%), tecidos, vestuário e calçados (+1,7%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (+0,4%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,1%).

No campo negativo ficaram combustíveis e lubrificantes (-0,1%), hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,1%), livros, jornais, revistas e papelaria (-5,6%) e equipamentos e material para escritório informática e comunicação (-6,7).

Para o varejo ampliado, a alta foi menor (de 0,7%, contra 0,9% do varejo restrito) porque tanto a atividade de veículos, motos, partes e peças quanto a de material de construção tiveram resultados negativos na base mensal (-0,2% e -2,0%, respectivamente).

2022 x 2021

Na comparação com abril de 2021, o comércio varejista avançou em 5 das 8 atividades pesquisadas: tecidos, vestuário e calçados (+33,9%), combustíveis e lubrificantes (+9,7%), hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (+4,0%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (+3,5%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,5%).

As 3 atividades que registraram queda na comparação anual são móveis e eletrodomésticos (-8,7%), livros, jornais, revistas e papelaria (-0,9%) e equipamentos e material para escritório informática e comunicação (-0,5%).

No comércio varejista ampliado, a alta também foi menor na base anual (de 1,5%, contra 4,5% do varejo restrito), pois veículos e motos, partes e peças recuou 2,1%) e material de construção despencou 10,1%.

(Com Reuters e Estadão)

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Lucas Sampaio

Jornalista com 12 anos de experiência nos principais grupos de comunicação do Brasil (TV Globo, Folha, Estadão e Grupo Abril), em diversas funções (editor, repórter, produtor e redator) e editorias (economia, internacional, tecnologia, política e cidades). Graduado pela UFSC com intercâmbio na Universidade Nova de Lisboa.