Setor de serviços tem queda de 0,6% em outubro, na terceira retração seguida

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a queda foi de 0,4%%; dados vieram piores que a estimativa do consenso de analistas

Roberto de Lira

Serviços de TI e comunicações foram destaque na pesquisa de março

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O volume do setor de serviços no Brasil caiu 0,6% em outubro em relação a setembro, após ter apresentado recuo de 0,3% no mês anterior, de acordo com dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgados nesta terça-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a queda foi de 0,4%%.

Foi o terceiro resultado negativo consecutivo do indicador, período em que acumulou perda de 2,3%. O setor de serviços está 10,2% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 3,2% abaixo de dezembro de 2022 (o auge da série histórica).

No indicador acumulado do ano, o volume de serviços ainda mostra tem alta de 3,1% frente ao mesmo período de 2022. Já o acumulado dos últimos 12 meses, o crescimento é de 3,6%.

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Os dados vieram piores que estimativa de analistas, segundo o consenso Refinitiv, que previa estabilidade (0,0%) na leitura mensal e alta de 0,4% na anual.

A queda em outubro foi acompanhada por duas das cinco atividades investigadas: transportes (-2,0%) e serviços prestados às famílias (-2,1%), com o primeiro setor acumulando uma perda de 4,3% entre agosto e outubro; e o último eliminando quase todo o ganho de setembro (2,5%).

Em sentido oposto, os serviços profissionais, administrativos e complementares (1,0%) e os de informação e comunicação (0,3%) assinalaram as únicas expansões do mês. A primeira atividade recuperou quase toda retração observada em setembro (-1,1%), mas a última apontou apenas um ligeiro acréscimo, depois de três resultados negativos seguidos, quando teve perda acumulada de 1,6%.

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A atividade de outros serviços (0,0%) registrou estabilidade no mês, após recuar 2,0% no período agosto-setembro.

A média móvel trimestral foi de -0,8% no trimestre encerrado em outubro frente ao nível do mês anterior.

Entre os setores, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, houve disseminação de taxas negativas, já que quatro das cinco atividades recuaram frente ao nível do trimestre terminado em setembro.

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Os destaques de queda foram transportes (-1,4%); serviços prestados às famílias (-1,1%); outros serviços (-0,7%); e informação e comunicação (-0,4%). Já os serviços profissionais, administrativos e complementares (0,3%) mostraram o único resultado positivo.

Comparação anual

Ante outubro de 2022, o volume do setor de serviços registra o segundo revés seguido. A queda foi acompanhada por três das cinco atividade. Entre os setores, outros serviços (-4,2%) e transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-1,2%) exerceram os principais impactos negativos.

Foi registrada queda na receita em atividades auxiliares dos serviços financeiros; corretores e agentes de seguros, de previdência complementar e de saúde; administração de fundos por contrato ou comissão; e administração de bolsas e mercados de balcão organizados.

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Também houve retração na gestão de portos e terminais; rodoviário coletivo de passageiros; atividades de agenciamento marítimo; e operação de aeroportos.

O outro recuo veio da atividade de informação e comunicação (-0,5%), originado, em grande parte, pela menor receita vinda de suporte técnico, manutenção e outros serviços em tecnologia da informação; portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na Internet; operadoras de TV por assinatura por satélite; e TV aberta.

Em sentido oposto, os serviços profissionais, administrativos e complementares (3,9%) e os prestados às famílias (0,1%) exerceram as únicas contribuições positivas sobre o volume total de serviços.

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Nessas atividades, houve aumento de receita das empresas que atuam com locação de automóveis; consultoria em gestão empresarial; serviços de engenharia; agências de viagens; administração de cartões de desconto e de programas de fidelidade; e locação de meios de transporte (exceto automóveis); e com serviços de bufê e hotéis.

Turismo

Em outubro de 2023, o índice de atividades turísticas teve retração de 1,1% ante o mês imediatamente anterior, após ter mostrado expansão de 1,5% em setembro. Com isso, o segmento de turismo se encontra 5,0% acima do patamar de fevereiro de 2020 e 2,4% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.

Regionalmente, sete dos 12 locais pesquisados acompanharam este movimento de retração verificado na atividade turística nacional (-1,1%). A influência negativa mais relevante ficou com Rio de Janeiro (-9,0%), seguido por Santa Catarina (-5,1%) e Bahia (-2,6%). Em sentido oposto, São Paulo (1,9%), seguido por Pernambuco (4,2%) e Distrito Federal (3,5%) assinalaram os principais avanços em termos regionais.

Transportes

O volume de transporte de passageiros no Brasil registrou expansão de 0,7% ante setembro, recuperando assim parte da queda de 1,1% verificada em setembro. Dessa forma, o segmento se encontra 0,6% abaixo do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 23,5% abaixo de fevereiro de 2014 (ponto mais alto da série histórica).

Por sua vez, o volume do transporte de cargas apontou retração de 2,3% em outubro de 2023, na terceira queda seguida, período em que acumulou recuo de 4,7%. Dessa forma, o segmento se situa 4,7% abaixo do ponto mais alto de sua série (julho de 2023). Com relação ao nível pré-pandemia, o transporte de cargas está 36,9% acima de fevereiro de 2020.