Servidores do BC podem reforçar paralisações após governo anunciar novo concurso público

Sindicato defende que seja feita reestruturação na carreira de analista antes de reposição de vagas; nova assembleia acontece amanhã

Roberto de Lira

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O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) agendou para as 14h30 desta quinta-feira (20) uma assembleia geral para discutir o recrudescimento da mobilização da categoria em defesa da reestruturação da carreira de especialista do BC. Por enquanto, está mantido período de operação padrão de duas horas na sexta-feira (21), das 14h30 às 16h30.

O clima entre os servidores da autarquia e o governo voltou a esquentar nesta semana, quando foi anunciada pela ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, a autorização de abertura de concursos para mais 2.480 cargos efetivos no governo federal, incluindo o Banco Central.

O Sinal reconheceu em nota oficial que a reposição da força de trabalho na autarquia é imprescindível, dada a defasagem de quadros, mas alega ser necessário antes promover mudanças na estrutura da carreira.

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Segundo nota oficial do sindicato assinada pelo presidente Fábio Faiad, “a operação padrão dos servidores do BC será mantida e tende a recrudescer, a despeito da ministra Esther Dweck ter sentado com as entidades representativas do corpo técnico do BC e recebido as reivindicações não salariais dos funcionários do órgão”.

O texto diz ainda que os ânimos da categoria, “antes inconformados com a indisposição do governo em avançar na reestruturação da carreira, posição publicamente manifesta pela ministra, estão agora inflamados com a possibilidade de realização de um concurso público sem que as pautas colocadas pela categoria sejam solucionadas.”

Exigências

As principais mudanças propostas na reestruturação de carreira que o Sinal pleiteia são a exigência de ensino superior para o cargo de técnico e a alteração da nomenclatura do cargo de analista para Auditor, termo considerado mais condizente com as atividades realizadas e com a importância do respectivo cargo.

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Sem essa mudanças, o sindicato alega que, “dentro de um cenário de sucateamento da autarquia e de desmotivação funcional”, o concurso público atrairia candidatos com formação educacional de segundo grau ou interessados em usar o BC apenas como trampolim para outras carreiras com remuneração superior.

O comunicado diz ainda que, sem que a Fazenda abra um canal de diálogo com as entidades que representam o corpo técnico do BC, a atmosfera na autarquia tende a ficar insustentável, “colocando em risco as entregas da Autarquia à sociedade e o cumprimento de sua missão institucional, incluindo seu papel de regulador e fiscalizador do Sistema Financeiro Nacional e como gestor do STR, Selic e Pix.”