Rishi Sunak assume como primeiro-ministro e promete consertar “erros” de Truss

Ele alertou que terá de tomar “decisões difíceis”, para não deixar que a próxima geração tenha de lidar com o problema da dívida

Roberto de Lira

Rishi Sunak, primeiro-ministro do Reino Unido (Peter Summers/Getty Images)

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O novo primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, tomou posse nesta terça-feira (25) dizendo que foi eleito para o cargo para corrigir erros cometidos por sua antecessora, Liz Truss.

“Ela não estava errada em querer melhorar o crescimento neste país. É um objetivo nobre e eu admirava sua inquietação para criar mudanças. Mas alguns erros foram cometidos, não nascidos de má vontade ou más intenções”, afirmou em seu primeiro discurso

Sunak também reconheceu que o país está enfrentando uma profunda crise econômica, com as consequências da covid-19 ainda perdurando e a guerra na Ucrânia desestabilizando os mercados em todo o mundo.

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Ele alertou que terá de tomar “decisões difíceis”, que serão necessárias para deixar que a próxima geração tenha de resolver o problema da dívida pública. “O governo que lidero não deixará a próxima geração, seus filhos e netos, com uma dívida a pagar que estávamos fracos demais para pagar a nós mesmos”, afirmou.

Ele pediu que a população acredite que ele demonstrará “mesma compaixão” verificada quando ele atuou como ministro das Finanças no auge da pandemia de covid-19, quando foram liberados auxílios às famílias e às empresas. “Sempre há limites, mais agora do que nunca, mas eu prometo a você: vou trazer a mesma compaixão para os desafios que enfrentamos hoje”, declarou.

Conquistar a confiança

Ele prometeu ainda que unirá o país “não com palavras, mas com ação”. “Este governo terá integridade, profissionalismo e responsabilidade em todos os níveis”, afirmou. “A confiança é conquistada e eu vou ganhar a sua.”

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Antes dele, a ex-primeira-ministra Liz Truss se despediu em discurso dizendo que, em seu pouco tempo no cargo, ajudou “milhões de lares” com suas contas de energia e “milhares de empresas” a evitar a falência. “Estamos recuperando nossa independência energética, para que nunca mais estejamos sujeitos às flutuações do mercado global ou a potências estrangeiras malignas”, declarou.

Ela também declarou que o Reino Unido não pode se dar ao luxo de ser um país de baixo crescimento, com o governo assumindo uma parcela cada vez maior da riqueza nacional. “Precisamos aproveitar nossas liberdades do Brexit para fazer as coisas de maneira diferente”, disse.

Ela voltou a defender a necessidade de impostos mais baixos “para que as pessoas fiquem com mais do dinheiro que ganham”.