Rainha Elizabeth II, monarca mais longeva do Reino Unido, morre aos 96 anos

Elizabeth II foi a rainha mais longeva do Reino Unido e construiu um reinado com grande capacidade de adaptação às mudanças

Equipe InfoMoney

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Considerada a rainha mais longeva do Reino Unido, Elizabeth II faleceu nesta quinta-feira (8) aos 96 anos. As redes sociais da Família Real Britânica confirmaram o falecimento da monarca por volta das 14h30 (horário de Brasília).

“A rainha morreu tranquilamente em Balmoral na tarde de hoje. O rei e a rainha consortes vão seguir em Balmoral esta noite e retornarão para Londres amanhã”, diz a publicação.

Nos últimos dias, ganharam destaque as notícias de que a saúde da monarca estaria debilitada, sofrendo do que o Palácio de Buckingham classificou como “problemas de mobilidade episódicos” desde o final do ano passado.

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Nesta semana, contudo, Elizabeth II seguiu com as suas obrigações, nomeando na última terça-feira (6) Liz Truss como primeira-ministra durante uma reunião em seu castelo Balmoral, na Escócia. Já no dia seguinte, ela foi forçada a cancelar uma reunião virtual planejada com ministros depois de ser aconselhada a descansar por seus médicos.

A monarca tinha comemorado em 2022 o Jubileu de Platina, que marcou 70 anos de reinado, com celebrações que ocorreram durante junho, tornando-se a primeira soberana britânica a atingir a marca. Na ocasião, ela se juntou a um grupo muito seleto – formado por Luís XIV da França, o rei tailandês Bhumibol Adulyadej e João II de Liechtenstein -,que usaram a coroa por mais de sete décadas.

Elizabeth II nasceu em 21 de abril de 1926 na área de Mayfair, em Londres, como a primeira filha do duque e da duquesa de Iorque (mais tarde rei Jorge VI e rainha Elizabeth). Seu pai subiu ao trono em 1936 após a abdicação de seu irmão, o rei Eduardo VIII, tornando a princesa Elizabeth a herdeira do trono britânico. Ela recebeu educação em casa e começou a exercer funções públicas durante a Segunda Guerra Mundial, no Serviço Territorial Auxiliar.

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Ela se casou na Abadia de Westminster, em 20 novembro de 1947 com o tenente da Marinha Philip Mountbatten, um príncipe grego, nomeado duque de Edimburgo. Seu casamento durou 73 anos até a morte de seu marido, em 2021, aos 99 anos. Eles tiveram quatro filhos: Charles (nascido em 1948), Príncipe de Gales; Anne (nascida em 1950), Princesa Real; o príncipe Andrew (nascido em 1960), Duque de Iorque; e o príncipe Edward (nascido em 1964), Conde de Wessex.

Os 70 anos de seu reinado

Elizabeth II assumiu o reinado após a morte prematura de seu pai George VI, ocorrida em 1952, quando ele tinha 56 anos, e a imensa responsabilidade herdada por uma princesa de 25 anos que se viu liderando um Reino Unido que emergia dos estragos da Segunda Guerra Mundial.

Quando recebeu a notícia que mudou sua vida, Elizabeth estava em visita oficial ao Quênia. Seu pai, já doente, havia morrido enquanto dormia em Sandringham.

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Como revelaram depoimentos e imagens, a então princesa apareceu com um olhar perdido no avião que a levaria de volta a Londres e meditou sobre sua ascensão ao trono. A coroação foi realizada apenas em 2 de junho de 1953, após um longo período de luto.

Desde então, ela foi, mesmo nos momentos mais difíceis, a líder do Reino Unido, com grande capacidade de adaptação às mudanças que ocorreram em sua vida e na complexa evolução histórica e social de um país.

Durante os 70 anos no trono, Elizabeth foi, acima de tudo, quem permitiu a melhor sobrevivência da monarquia diante do desafio da modernidade e também dos muitos problemas causados pelos próprios membros da Família Real, incluindo o escândalo sexual envolvendo o príncipe Andrew, seu terceiro filho, e a saída de Harry e Meghan Markle de suas responsabilidades reais.

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Quando ela assumiu, Josef Stalin, Mao Zedong e Harry Truman lideravam União Soviética, China e Estados Unidos, respectivamente, enquanto Winston Churchill era o primeiro-ministro britânico. Ela trabalhou com 15 primeiros-ministros. Durante seu reinado, houve 14 presidentes dos EUA, todos os quais ela conheceu, exceto Lyndon Johnson.

Em 9 de setembro de 2015, ela ultrapassou os 63 anos, 7 meses, 2 dias, 16 horas e 23 minutos que sua tataravó, a rainha Victoria, passou no trono para se tornar a monarca mais longeva do país em uma linha que remonta ao rei normando William, o Conquistador, em 1066.

Elizabeth foi rainha de 15 reinos, incluindo Reino Unido, Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Jamaica, Antígua e Barbuda, Bahamas, Belize, Granada, Papua Nova Guiné, Ilhas Salomão, São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas e Tuvalu.

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Em fevereiro, a monarca expressou seu desejo de que Camila Parker Bowles, mulher do Príncipe Charles, recebesse o título de rainha quando ele assumir o trono inglês.

Elizabeth II, em mensagem sobre seu Jubileu de Platina, escreveu sobre se sentir otimista com o futuro e discorreu brevemente sobre os progressos britânicos nas últimas sete décadas. “E quando, no devido tempo, meu filho Charles se tornar Rei, sei que vocês darão a ele e a sua mulher, Camila, o mesmo apoio que têm me dado. E é meu sincero desejo que, quando chegar a hora, Camila seja conhecida como Rainha Consorte ao continuar seu leal serviço”, disse ela na ocasião.

Repercussões sobre a morte da rainha

A primeira-ministra Liz Truss lamentou a morte da rainha (Imagem: Reprodução)

A recém-eleita primeira-ministra britânica, Liz Truss, fez um pronunciamento após a morte da Rainha Elizabeth II. “É um choque para toda a nação e para o mundo”, disse ela, lembrando da ocasião em que foi recebida pela monarca, dias trás. “O Reino Unido é o que é hoje por causa dela”, afirmou Truss.

A primeira-ministra disse ainda que a rainha deixa um grande legado. “Hoje a coroa é passada adiante para um novo monarca e chefe de Estado, o rei Charles III”, diz a premiê. “Devemos apoiá-lo e ajudá-lo na responsabilidade que agora ele carrega. Oferecemos nossa lealdade e devoção, como sua mãe devotou a tantos, por tantos anos”, complementou. Ao final do discurso, Liz Truss fez a saudação: “Deus salve o rei”.

O sucessor da rainha Elizabeth II também se manifestou por meio de nota oficial. “A morte de minha querida mãe, sua Majestade a Rainha, é um momento de grande tristeza para mim e todos os membros da minha família”, afirmou o rei Charles III.

“Durante esse período de luto e de mudança, minha família e eu estaremos confortados e amparados pelo entendimento do respeito e grande afeito que a rainha possuía”, afirmou.

O presidente da França, Emmanuel Macron, usou as redes sociais para homenagear a monarca. “Sua majestade a rainha Elizabeth II incorporou o espírito britânico de continuidade e união por mais de 70 anos. Me lembro dela como uma amiga da França, uma rainha de coração generoso que deixou uma impressão duradoura em seu país e em seu século”, escreveu Macron.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e primeira-dama, Jill Biden, emitiram comunicado através do site da Casa Branca. “Sua majestade a rainha Elizabeth II era mais do que uma monarca. Ela definiu uma era”, diz o texto. Biden descreveu a rainha como a primeira monarca britânica que se conectou de maneira pessoal com gente de todo o mundo.

“A rainha Elizabeth II foi uma estadista de dignidade e constância incomparáveis que aprofundou a aliança fundamental entre o Reino Unido e os Estados Unidos. Ela ajudou a tornar nosso relacionamento especial”, diz o comunicado.

“Nos próximos anos, esperamos continuar uma estreita amizade com o rei e a rainha consorte”, afirmou Biden.

(com informações da Ansa Brasil e Reuters)