Projeção do Ministério da Economia para PIB sobe para 2,7% em 2022

Previsão anterior era de 2,0%; estimativa de inflação pelo IPCA vai de 7,2% para 6,3%

Equipe InfoMoney

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O Ministério da Economia reviu para cima a projeção de crescimento do PIB 2022, para 2,7%, superando a projeção anterior de 2,0%. Esse é o segundo aumento consecutivo, explicado pelo resultado acima do projetado para a atividade do segundo trimestre e indicadores positivos que começaram a ser divulgados para o segundo semestre deste ano.

Para 2023, a pasta manteve a perspectiva de crescimento em 2,5%, muito acima das previsões de mercado, apesar do agressivo aperto monetário implementado pelo Banco Central para conter a inflação.

Em relação à inflação ao consumidor (IPCA), a variação para este ano foi reduzida de 7,2% para 6,3%, informou a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério. Para 2023, a projeção se manteve em 4,50%. A partir de 2024, espera-se convergência do IPCA para a meta de 3,00%. Em relação ao INPC, a projeção para 2022 caiu de 7,40% para 6,54%.

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Segundo o chefe da Assessoria Especial de Estudos Econômicos do Ministério, Rogério Boueri, essa avaliação positiva da atividade econômica está baseada na atual “pujança” no mercado de trabalho, no recente crescimento do setor de serviços e no bom comportamento da taxa de investimentos.

Ele afirmou que os modelos usados tanto pelo mercado como pelo próprio Ministério vinham subestimando o que ele chamou de “nova dinâmica” da economia brasileira.

Mercado de trabalho

Entre os fatores que motivaram a revisão para cima do PIB foi citado o mercado de trabalho, que apresenta recuo da taxa de desemprego, chegando ao patamar de 9,1% em julho, com recuo de 4,6 pontos porcentuais em 12 meses. Em 12 meses, acumula-se a criação líquida de 2,5 milhões de vagas, com média mensal superior a 200 mil novos postos no período.

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O secretário de Política Econômica, Pedro Calhman, destacou em entrevista que a força de trabalho no País já se encontra no patamar de 100 milhões de pessoas e que as altas acontecem tanto no mercado formal como no informal. Ele chamou a atenção ainda para as vagas mais qualificadas que surgem em serviços mais produtivos, como no setor de Tecnologia.

Serviços

O setor de Serviços também foi um dos motivadores para as estimativas mais otimistas. O segmento cresceu 1,1% em julho deste ano ante junho, segundo divulgou o IBGE, com destaque para serviços de tecnologia da informação (6,6%) e para transporte aéreo (6,8%).

Segundo o Ministério, o carregamento estatístico (“carry over”) dos Serviços é de 1,8% para o terceiro trimestre e de 7,1% para todo o ano.

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Investimentos

A taxa de investimento no Brasil foi outro fator preponderante para que os técnicos do Ministério elevassem a projeção de crescimento do PIB. Ela alcançou o patamar de 18,7% no segundo trimestre de 2022, o que permite um maior crescimento estrutural.

Segundo o relatório, variáveis que se destacam incluem o aumento do investimento contratado em parceria com o setor privado e o maior percentual histórico das importações de bens de capital.

Inflação

A redução de 0,90 ponto porcentual na projeções da inflação medida pelo IPCA (de 7,20% em julho para 6,30% em setembro) está bastante concentrada nos chamados preços monitorados, como o dos combustíveis. O Ministério vê uma certa estabilização nos preços dos serviços e também de alimentos e bebidas.

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Boueri não quis se comprometer com previsões de revisão da LDO para teto de gastos ou do valor do salário mínimo a partir das novas estimativas para a inflação e limitou-se a dizer que isso depende do relator do Orçamento no Congresso.

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