Prévia da inflação, IPCA-15 sobe 0,99% em fevereiro, maior alta para o mês desde 2016 e acima do esperado

A projeção dos economistas consultados pela Refinitiv era de alta de 0,85% frente janeiro; maior variação e impacto veio do grupo educação

Equipe InfoMoney

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Considerado uma prévia da inflação oficial, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve alta de 0,99% em fevereiro frente janeiro, em aceleração após o avanço de 0,58% no mês anterior. Trata-se da maior variação para um mês de fevereiro desde 2016 (1,42%).

No ano, o IPCA-15 acumula alta de 1,58% e, em 12 meses, de 10,76%, acima dos 10,20% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2021, a taxa foi de 0,48%.  Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O dado ficou acima do esperado. A projeção dos economistas consultados pela Refinitiv era de alta de 0,85% frente janeiro, e de 10,6% na comparação anual.

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Educação é destaque de alta 

Houve variações positivas em oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados. A exceção foi Saúde e cuidados pessoais, cujos preços recuaram 0,02%, após a alta de 0,93% verificada em janeiro. A maior variação (5,64%) e o maior impacto (0,32 p.p.) vieram do grupo Educação.

Na sequência, vieram Alimentação e bebidas (1,20% e 0,25 p.p.), que acelerou na comparação com o mês anterior (0,97%), e Transportes, que subiu 0,87% após queda de 0,41% em janeiro e contribuiu com 0,19 p.p. em fevereiro. Os demais grupos ficaram entre o 0,15% de Habitação e o 1,94% de Artigos de residência.

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Com a maior variação (5,64%) entre os grupos, o segmento de Educação teve um impacto de 0,32 p.p. no IPCA-15, dois quais 0,28 p.p. vieram da alta dos cursos regulares (6,69%), por conta dos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo. As maiores variações vieram do ensino fundamental (8,03%), da pré-escola (7,55%), do ensino médio (7,46%), da creche (6,47%) e do ensino superior (5,90%). Curso técnico e pós-graduação subiram 4,40% e 2,93%, respectivamente.

Outro destaque foi o grupo Alimentação e bebidas, com alta de 1,20% em fevereiro, acelerando em relação ao resultado verificado em janeiro (0,97%). As maiores altas vieram de alguns tubérculos, raízes e legumes, como a cenoura (49,31%) e a batata-inglesa (20,15%). Cabe lembrar que Alimentação e bebidas é o grupo com o segundo maior peso no IPCA-15, com cerca de 21% do total.

Com alta de 0,87%, o grupo dos transportes teve como o destaque os veículos próprios (2,01%): automóveis novos (2,64%), motocicletas (2,19%) e automóveis usados (2,10%). Por sua vez, os combustíveis registraram estabilidade em fevereiro (0,00%): enquanto o óleo diesel (3,78%) e a gasolina (0,15%) subiram, etanol (-1,98%) e gás veicular (-0,36%) registraram queda.

À exceção de Porto Alegre (-0,11%), todas as áreas pesquisadas tiveram alta em fevereiro. O maior resultado ocorreu na região metropolitana de São Paulo (1,20%), influenciado pelas altas dos cursos regulares (6,39%) e dos automóveis novos (2,24%). Na região metropolitana de Porto Alegre (-0,11%), o resultado foi puxado pela energia elétrica (-7,05%) e pela gasolina (-4,89%).

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 – IPCA-15 difere do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, apenas no período de coleta, que abrange, em geral, do dia 16 do mês anterior ao 15 do mês de referência, e na abrangência geográfica.

Cenário ruim para inflação

Para Luca Mercadante, economista da Rio Bravo Investimentos, o resultado do IPCA-15 mantém a percepção ruim sobre o cenário de inflação.

“A surpresa negativa, causada por variações acima do esperado em quase todos os grupos do índice, reforça a ideia de uma alta de preços persistente e disseminada na economia. Em especial, serviços e bens industriais, bem como a média dos núcleos, apontam para essa pressão inflacionária mais duradoura”, avalia o economista.

Do ponto de vista de política monetária, a Rio Bravo ainda não vê grandes mudanças no plano de voo e antevê mais duas altas consecutivas nos juros: uma de 100 pontos-base em março, e outra de 50 pontos-base em maio.

(com Agência de Notícias do IBGE)

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