PMI industrial dos EUA se mantém no campo positivo, mas recua para 51,9 em março

Sinais de melhoria das condições econômicas e da demanda alimentaram a produção industrial dos EUA em março; a taxa de criação de empregos acelerou, mas o crescimento de novas encomendas abrandou

Roberto de Lira

Fábrica da Ford (Foto: Reuters/Bryan Woolston)

Publicidade

O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial dos Estados Unidos recuou de 52,2 em fevereiro para 51,9 em março, segundo pesquisa divulgada pela S&P Global nesta segunda-feira (1). Mesmo com a queda na margem, foi o terceiro mês consecutivo que o indicador se posicionou acima dos 50,0, que separa a contração da expansão da atividade.

Segundo a S&P, os sinais de melhoria das condições econômicas e da demanda alimentaram a produção industrial dos EUA em março. A taxa de criação de empregos também acelerou, mas o crescimento de novas encomendas abrandou.

A pesquisa mostrou ainda que as empresas manifestaram geralmente uma preferência por reduzir os estoques, num contexto de esforços para melhorar o fluxo de caixa. No que diz respeito à inflação, registaram-se aumentos mais acentuados tanto nos custos dos fatores de produção como nos preços dos produtos.

Continua depois da publicidade

Para Chris Williamson, economista chefe da S&P Global Market Intelligence, um desenvolvimento importante nos últimos meses foi o alargamento da recuperação dos serviços para a indústria de transformação, com a retoma da procura de bens impulsionando o aumento mais rápido na produção industrial desde maio de 2022.

“A recuperação está, no entanto, sendo acompanhada por algum fortalecimento do poder de fixar preços. Os preços médios de venda cobrados pelos produtores aumentaram ao ritmo mais rápido dos últimos 11 meses em março, à medida que as fábricas repassaram os custos mais elevados aos clientes, com a taxa de inflação muito acima da média registada antes da pandemia”, alertou.

Segundo o economista, o mais notável foi um aumento especialmente acentuado nos preços cobrados pelos bens de consumo, que subiram a um ritmo não visto nos últimos 16 meses, sublinhando um provável caminho acidentado na redução da inflação para a meta de 2% buscada pelo Fed.