Inflação ao consumidor (CPI) no Reino Unido desacelera para 2,3% em abril

O núcleo do CPI, medida que exclui as variações de preços de energia, alimentos, álcool e tabaco, também perdeu força, subindo 3,9% nos 12 meses até abril de 2024, abaixo dos 4,2% de março

Roberto de Lira

Vista de Londres - 28/04/2024 (Foto: Maja Smiejkowska/Reuters)

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O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do Reino Unido desacelerou de 3,2% nos 12 meses encerrados em março para 2,3% na mesma comparação de abril, informou nesta quarta-feira (22) o ONS, o escritório nacional de estatísticas britânico. Os economistas esperavam uma desaceleração maior, para 2,1%.

Na comparação mensal, a inflação do mês passado ficou em 0,3%, abaixo dos 0,6% observados em fevereiro e março e bem inferior aos  1,2% de abril de 2023.

O núcleo do CPI, medida que exclui as variações de preços de energia, alimentos, álcool e tabaco, também perdeu força, subindo 3,9% nos 12 meses até abril de 2024, abaixo dos 4,2% de março.

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A taxa anual do CPI dos bens abrandou de 0,8% para -0,8%, enquanto a inflação de serviços diminuiu ligeiramente, de 6,0% para 5,9%.

A queda dos preços do gás e da eletricidade resultou nas maiores contribuições de queda para a variação mensal do CPI, enquanto a maior contribuição de alta veio dos combustíveis. Esses preços subiram no mês passado, mas estavam em deflação há um ano.

A Capital Economics avalia que o resultado do CPI acima do esperado mostra que a inflação segue “teimosa” e torna “improvável” um corte de juros pelo Banco da Inglaterra (BoE) em junho. A consultoria britânica lança dúvidas até sobre a decisão monetária de agosto.

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Os preços mais baixos da energia e uma desaceleração da economia levarão a inflação para abaixo de 2% nos próximos meses – talvez até perto de 1% no fim deste ano -, na visão da Capital Economics.

“Se assim for, o BoE poderá acabar por cortar as taxas de juro de 5,25% agora para 3,00% até o próximo ano. Mas estamos um pouco mais preocupados com essa previsão e ela pode não acontecer tão cedo.”