Indicador do Custo de Crédito subiu em 2021, mas está abaixo do pré-pandemia, diz BC

ICC passou de 16,7% anuais em dezembro de 2020 para 18,3% no encerramento de 2021; estava em 20,3% ao final de 2019.

Roberto de Lira

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O Indicador de Custo do Crédito (ICC) apresentou queda em 2020, mas mostrou trajetória ascendente no ano passado, embora ainda se encontra abaixo do patamar pré-pandemia. A informação está no Relatório de Economia Bancária referente a 2021, divulgado nesta quinta-feira (6) pelo Banco Central.

O ICC estima o custo médio, sob a ótica do tomador, de todas as operações de crédito vigentes em um dado momento, independentemente da data de contratação.

Segundo o BC, o ICC passou de 16,7% anuais em dezembro de 2020 para 18,3% no encerramento de 2021. No entanto, estava em 20,3% ao final de 2019. A alta no ano passado foi atribuída ao início do processo de normalização da política monetária.

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Em relação ao spread – a diferença entre os juros que os bancos pagam e os que eles cobram nos empréstimos ou financiamentos – o BC informou que ele também cresceu entre 2020 e 2021, de 11,8 ponto porcentual para 12,3 p.p. Esse comportamento refletiu a queda do ICC médio do período ante a relativa estabilidade do custo de captação das instituições financeiras. No final de 2019, o spread estava em 12,91 p.p.

Em 2021, à exceção do componente de Tributos e Fundo Garantidor de Crédito (FGC), todos os demais componentes do ICC contribuíram para a queda de 0,85 p.p. em relação a 2020.

O principal fator contribuinte para esse movimento foi a inadimplência (-0,64 p.p.), seguido de despesas administrativas (-0,13 p.p.), margem financeira (-0,07 p.p.) e custo de captação (-0,03 p.p.).

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Na contramão da queda desses fatores, o componente de Tributos e FGC aumentou 0,03 p.p. em função, principalmente, do aumento da alíquota da CSLL, de 20% para 25%, verificado de 1º de julho de 2021 até 31 de dezembro de 2021.

Segundo o BC, o destaque na comparação de 2020 com 2021 ficou para o comportamento da inadimplência, que, “além de ainda ser influenciada por parte das várias medidas empregadas com vistas à redução dos efeitos da pandemia, foi também mitigada em função da recuperação econômica verificada em 2021, com aumento de 4,6% do PIB.”